A caminhada de Bolsonaro rumo ao ostracismo já começou.

Tudo dá a entender que o general de exército (quatro estrelas) Walter Souza Braga Netto, ex-interventor militar no Rio de Janeiro e ex-Chefe do Estado Maior do Exército, portanto o segundo em comando, é o novo primeiro mandatário da Nação.

Fica claro que os militares não aceitaram o blefe janista que Jair Messias Bolsonaro tentou dar nos players do poder, colocando-se como estrela dos praças e das polícias militares. Errático, vulgar, absolutista, açodado por uma matilha de moleques que trabalha no Palácio do Planalto, não comanda mais seus ministros.

Prova disso é o desafio do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que, num acalorado debate, chegou a repetir: “Me demita, sr. Presidente!”.

Outra prova é que até a mulher de Moro, seu ministro da Justiça e virtual pré-candidato à Presidência da República, chegou a aconselhar nas mídias sociais: “fiquem em casa”, uma posição consoante com a de 26 governadores e a maioria dos médicos infectologistas do País, mas antípoda do pensamento de Jair Messias.

O que Bolsonaro tentou, repito,  Jânio Quadros  e Fernando Collor de Mello tentaram. Como a história recente do País conta, não deu certo. Referendar uma posição autoritária, através do confronto social e com quebra da hierarquia, não poderia dar mesmo certo. Militares planejam longamente suas batalhas e seus planos de poder.

Jair Bolsonaro enfim chegou ao status que mais temia: ser apenas a Rainha da Inglaterra, com muita pompa e circunstância, mas nenhum poder.

E o novo primeiro ministro, Braga Netto, além de ser aquilo que se convencionou chamar de Presidente Operacional, será o Primeiro Ministro, movimento que começou com o exílio do mequetrefe Onyx Lorenzoni para uma pasta sem expressão.

Os militares agora surfam o que restou da popularidade de Bolsonaro, uns 30% dos eleitores do País, e se preparam para a ingente tarefa de recuperar os danos da pandemia e da economia, que deverá recuar este ano algo em torno de dois dígitos, a exemplo de outros países.

O mundo se prepara para entrar numa recessão violenta, a qual deverá gastar anos para seu restabelecimento.

Bolsonaro vai continuar morando no Alvorada, vai continuar passeando no Planalto e representando o País nas grandes solenidades.

Será o carregador da faixa presidencial. E sangrar mais 3 anos, um walking dead de Brasília, e quando sair de lá será retirado até dos anais da história. O que não será exagerado ao considerar-se o maior erro eleitoral da história Republicana.

God save the Queen!