Costa-Gavras restaurado. Marco do cinema político, o longa “Z”, do grego Constantin Costa-Gavras completa 50 anos e terá sua cópia restaurada exibida no Rio.
Aos 85 anos, o cineasta grego falou com O GLOBO em Paris, onde lançou o livro de memórias “Va où il est impossible d’aller” (Vá aonde é impossível ir, em tradução livre).
Ele lembra que, em 1968, nenhum produtor quis financiar o filme porque não havia um protagonista vivido por um ator famoso. E afirma: não há espaço para ditaduras militares no mundo de hoje.
Assisti “Z” em Montevidéu, quando tinha 23 ou 24 anos. No Brasil o filme não passava, a censura não permitia. No Uruguai a ditadura ensaiava seus primeiros passos. Bons livros, revistas, filmes proibidos no Brasil, tudo era permitido. Depois veio Médici, no Brasil, e Pacheco Areco, no Uruguai, e a Operação Condor. A esquerda começou a ser dizimada no Cone Sul.