O depoimento de Éder Fior sobre a agressão.

Foto de Gilson Senna, do jornal Classe A.

O depoimento de Éder Fior sobre o assédio da segurança do Governador:

“Durante toda a semana que passou, estive no ar como radialista, nos programas ao meio dia, na radio Mundial FM 87,9 mhz, denunciando problemas sociais locais, onde abordei o problema da segurança pública, inclusive com a participação do deputado Sandro Régis (PR) ao vivo, onde conclamei a população luiseduardense que viesse a abertura do Bahia Farm Show receber o Governador do Estado Jaques Vagner, e reivindicássemos juntos mais segurança para o nosso município.

É inadmissível que uma cidade que se encontra hoje como segunda cidade em número de ocorrências policiais em todo o Oeste da Bahia e cuja força de segurança pública não consegue investigar nem homicídio, tenha apenas 01 (um) delegado de polícia, 05 (cinco) agentes e 01 (um) escrivão.

O que gerou maior perplexidade foi verificar no Diário Oficial do Estado a convocação oficial de 25 (vinte e cinco) policiais civis para a cidade de Correntina, enquanto o município de Luis Eduardo Magalhães, com alto índice de criminalidade, onde empresários e jovens são mortos frequentemente, não receberia do Governo do Estado nenhum policial.

Dessa forma nos mobilizamos com cartazes e faixas para alertar o Governador do Estado do grave problema da segurança pública em Luís Eduardo Magalhães.

Militares, a serviço do Governador, chegaram a Luis Eduardo Magalhães há 02 dias e passaram a perseguir o veículo oficial da Câmara e a me investigar, atribuindo-me a pecha de agitador.

Na manha de hoje, a abertura da Bahia Farm Show culminou numa lamentável agressão a minha pessoa, e ao povo de Luís Eduardo Magalhães na pessoa do Presidente da Câmara Municipal, quando de posse de um cartaz reivindicando pacificamente segurança publica fui atacado fisicamente por um militar da segurança do governador que me empurrou e tomou de minhas mãos um cartaz.

O que impressiona é que o Governador vem de um partido de trabalhadores que sempre usou das mobilizações, greves e reivindicações e hoje agiu com truculência para impedir uma mobilização pacifica e justa, que busca apenas mais segurança para o cidadão luiseduardense.”

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

4 comentários em “O depoimento de Éder Fior sobre a agressão.”

  1. PROFESSORES: VOZES PERDIDAS NO OESTE BAIANO

    Luis Eduardo Magalhães promove esta semana a Bahia Farm Show, o evento situa-se no meio do cerrado, bem distante da cidade e do bolso vazio do povo, o maior evento do agronegócio do Nordeste, recorde de vendas, máquinas que parecem de outro mundo e, nada melhor do que recepcionar os ilustres com muita animação, com o primeiro movimento grevista de destaque no município, realizado pelos professores, servidores municipais.
    Nós professores vivenciamos da forma mais expressiva possível o desprezo e o pouco caso que o mundo do agronegócio faz da Educação e do restante (população de baixa renda) que não compartilham das toneladas de soja e algodão que tomam espaço na nossa região.
    O descaso com a Educação no Oeste é um discurso antigo e redundante, todos sabem que é preciso fazer mais, que os governantes faltam cumprir com o seu papel. Entretanto, como valorizar a Educação se a prioridade aqui é o agronegócio?
    Os valores altíssimos destinados a agricultura, não vêm só das carteiras turbinadas dos proprietários de fazendas, mas dos incentivos (nada pequenos) dos governos municipais, estaduais e federal, dos empréstimos exorbitantes dos bancos, que inclusive boa parte de tudo isso, sai dos nossos impostos. E mesmo assim, vimos essa turma da soja e alguns políticos ignorarem a nossa presença no evento.
    Surpresa? Não! Fizemos a nossa parte, este é o nosso papel, lutar por um salário mais justo e por uma Educação de qualidade. Indignação? Sim. Este é o sentimento, mas essa é a Educação!
    Num protesto que não passou despercebido na abertura da Farm Show quem apareceu na Imprensa? Nós, ilustríssimos professores? Não! Nem citados fomos (exceto pelo sitio do Zé Dendágua e rádios Mundial e Cultura). A maior notícia, o grande zunzunzum: “Presidente da câmara de vereadores de LEM foi agredido por segurança do governo” e, que por sinal estava lutando pelo quê? Segundo os jornais pela Segurança Pública. É claro, não menos importante que a nossa causa.
    No entanto, será que duas faixas e oito profissionais da Segurança Pública, ofuscam mais de 12 faixas e mais de 200 professores com apitos e cornetas? Devemos ser mesmo, vozes perdidas ao vento no cerrado do Oeste baiano! Fomos barulhentos sim, dizem até que mal educados.
    Afinal quem perde com isso? Saberemos, quando a violência e a criminalidade aumentar, porque é isso que acontece quando não há Educação.
    Carta dos Professores

    1. Quem está falando em falta de educação são vocês mesmos. A democracia prevê a livre manifestação. No entanto, a missão quase divina de ensinar não deve ser ofuscada pela baixaria. A manifestação da Bahia Farm Show foi oportuna. Mas não deixar uma autoridade falar, quando chega a sua vez, não está arrolada como ação que se possa preceituar como bons costumes. Professores ganham muito pouco, deveriam ganhar muito mais e, principalmente, ter melhor formação, proporcionada pela Municipalidade.
      O fato de alguns jornais não divulgarem as ações do comando de greve pode dever-se a que, politicamente, os professores tem feito a opção errada, endossando a orientação do ex-gestor da Cidade, uma tragédia que se abateu sobre este Município durante longos e tenebrosos 8 anos. É bom relembrar o ditado, popular sem deixar de ser acaciano: “Andas com lobos e aprenderás a uivar.”

  2. LEI DO SEN. CRISTÓVAM BUARQUE
    Projeto que obriga políticos a matricularem seus filhos em Escolas Públicas.
    Ele apresentou um projeto de lei propondo que todo político eleito (vereador, prefeito, deputado, governador, presidente) seja obrigado a pôr os filhos na escola pública. As conseqüências seriam as melhores possíveis. Quando os políticos se virem obrigados a pôr seus filhos na escola pública, a qualidade do ensino no país irá melhorar. E todos sabem das implicações decorrentes do ensino público que temos atualmente no Brasil.

    PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 480 DE 2007

    Determina a obrigatoriedade de os agentes públicos eleitos matricularem seus filhos e demais dependentes em escolas públicas até 2014.
    O CONGRESSO NACIONAL decreta:
    Art. 1º Os agentes públicos eleitos para os Poderes Executivo e Legislativo federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal são obrigados a matricular seus filhos e demais dependentes em escolas públicas de educação básica.
    Art. 2º Esta Lei deverá estar em vigor em todo o Brasil até, no máximo, 1º de janeiro de 2014.
    Parágrafo Único. As Câmaras de Vereadores e Assembléias Legislativas Estaduais poderão antecipar este prazo para suas unidades respectivas.
    JUSTIFICAÇÃO
    No Brasil, os filhos dos dirigentes políticos estudam a educação básica em escolas privadas. Isto mostra, em primeiro lugar, a má qualidade da escola pública brasileira, e, em segundo lugar, o descaso dos dirigentes para com o ensino público.
    Talvez não haja maior prova do desapreço para com a educação das crianças do povo, do que ter os filhos dos dirigentes brasileiros, salvo raras exceções, estudando em escolas privadas. Esta é uma forma de corrupção discreta da elite dirigente que, em vez de resolver os problemas nacionais, busca proteger-se contra as tragédias do povo, criando privilégios.
    Além de deixarem as escolas públicas abandonadas, ao se ampararem nas escolas privadas, as autoridades brasileiras criaram a possibilidade de se beneficiar de descontos no Imposto de Renda para financiar os custos da educação privada de seus filhos. Pode-se estimar que os 64.810 ocupantes de cargos eleitorais – vereadores, prefeitos e vice-prefeitos, deputados estaduais, federais, senadores e seus suplentes, governadores e vice-governadores, Presidente e Vice-Presidente da República – deduzam um valor total de mais de 150 milhões de reais nas suas respectivas declarações de imposto de renda, com o fim de financiar a escola privada de seus filhos alcançando a dedução de R$ 2.373,84 inclusive no exterior. Considerando apenas um dependente por ocupante de cargo eleitoral.
    O presente Projeto de Lei permitirá que se alcance, entre outros, os seguintes objetivos:
    a) ético: comprometerá o representante do povo com a escola que atende ao povo;
    b) político: certamente provocará um maior interesse das autoridades para com a educação pública com a conseqüente melhoria da qualidade dessas escolas.
    c) financeiro: evitará a “evasão legal” de mais de 12 milhões de reais por mês, o que aumentaria a disponibilidade de recursos fiscais à disposição do setor público, inclusive para a educação;
    d) estratégica: os governantes sentirão diretamente a urgência de, em sete anos, desenvolver a qualidade da educação pública no Brasil.

    Se esta proposta tivesse sido adotada no momento da Proclamação da República, como um gesto republicano, a realidade social brasileira seria hoje completamente diferente. Entretanto, a tradição de 118 anos de uma República que separa as massas e a elite, uma sem direitos e a outra com privilégios, não permite a implementação imediata desta decisão. Ficou escolhido por isto o ano de 2014, quando a República estará completando 125 anos de sua proclamação. É um prazo muito longo desde 1889, mas suficiente para que as escolas públicas brasileiras tenham a qualidade que a elite dirigente exige para a escola de seus filhos.
    Seria injustificado, depois de tanto tempo, que o Brasil ainda tivesse duas educações – uma para os filhos de seus dirigentes e outra para os filhos do povo -, como nos mais antigos sistemas monárquicos, onde a educação era reservada para os nobres.
    Diante do exposto, solicitamos o apoio dos ilustres colegas para a aprovação deste projeto.

    Senador CRISTOVAM BUARQUE

  3. Tiago: o senador Cristovam Buarque é uma das reservas éticas e morais do País. Obrigado pela transcrição do projeto do Senador.

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