O portal Contas Abertas informa que a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária – INFRAERO, responsável por 67 aeroportos em todo o país, desembolsou, entre janeiro e agosto, apenas R$ 16,5% (R$ 258,6 milhões) de um montante previsto de R$ 1,6 bilhão até dezembro.
Obras como a construção de nova torre de controle do Aeroporto Internacional de Salvador (R$ 15 milhões autorizados), a adequação do terminal de passageiros do Aeroporto de Juazeiro do Norte, no Ceará (R$ 26,5 bilhões), a construção do novo terminal de cargas do Aeroporto de Vitória (R$ 25 milhões), a ampliação do terminal de carga do Aeroporto Internacional de Curitiba (R$ 9,5 milhões) e a construção do complexo logístico do Aeroporto Internacional de Porto Alegre (R$ 52 milhões) ainda não receberam nenhum centavo em 2010.
Para o ex-presidente da Infraero Adyr da Silva, o problema é de gestão. Segundo ele, não adianta ter à frente da empresa “pessoas que não entendem de aviação civil”. “Se você observar as cinco últimas gestões da Infraero, vai perceber que os presidentes não entendem do assunto, uma premissa obrigatória, na minha avaliação, para ocupar o cargo”, afirma.
Então está explicada a confusão nos aeroportos. A INFRAERO não tem capacidade gestora nem para aplicar o dinheiro disponível para suas obras. O loteamento político de cargos diretivos nas estatais e paraestatais é o maior câncer do atual governo.

Pois é, se não aplica o dinheiro disponível, não tem mesmo como melhorar nada. Podemos dizer que estão de braços cruzados esperando algo (seria a Copa de 2014??). Mas também discordo do que foi dito pelo ex-presidente da Infraero. A gestão anterior daquela empresa foi de um Brigadeiro da Força Aérea (assim como o próprio Adyr), e dizer que um não é técnico de aviação, que não entende, é o mesmo que dizer que o próprio Adyr não conhece o que “comandou”. Estranho, né? Agora verdade seja dita, o Brigadeiro anterior a atual gestão, esteve em absolutamente todos os aeroportos da Infraero, conehcendo todos os seus problemas, e buscando soluções. Só que ninguém, em nenhum governo ou chefia, consegue reverter os prejuízos de gestões desleixadas anteriores da noite pro dia. Leva-se tempo e muita energia. O Brigadeiro que recentemente esteve naquela empresa promoveu “um limpa” geral, tirando todos os incompetentes (contratos especias e efetivo orgânico) que só queriam ficar levando dinheiro sem trabalhar. O que está acontecendo com a Infraero hoje (constantes ataques na mídia) é tão somente o reflexo da longa e prejudicial permanência de empregados inúteis em posições chaves da organização. O triste disso tudo é ver que com a saída do Brigadeiro (que não lembro o nome agora), tudo que havia sido feito para recompor a imagem da empresa, foi desfeito, voltando todas as sujeiras a acontecerem, livre e impunemente. Até parece que têm a conivência dos superiores. Talvez seja mesmo problema de gestão, mas é muito mais fundo do que uma breve matéria poderia dizer.
E ainda que toda a verba disponivel fosse aplicada, não seriam sanados os problemas estruturais dos aeroportos.
Apenas como exemplo, se o ritmo de crescimento da ecônomia se manter nos níveis que se acham serão necessários investimentos na ordem de 2 bilhões ao ano pelos próximos 15 anos para igualar a oferta à demanda.
Em suma, ou o governo chama a iniciativa privada para realizar investimentos em conjunto ou os problemas nos aeroportos não se resolverão pro tão breve.