Enfim, o Acordo de cooperação técnica IMA/IBAMA

Os produtores rurais da região Oeste do Estado esperam que a publicação no Diário Oficial do Estado da Bahia do Acordo de Cooperação Técnica n. 001/2011, no último dia 28 de janeiro, coloque um fim definitivo nas controvérsias entre o Ibama e o Governo do Estado em relação à constitucionalidade da lei que instituiu o Plano de Adequação e Regularização Ambiental dos Imóveis Rurais da Bahia e do seu desdobramento, o Plano Oeste Sustentável.

O acordo, firmado entre Ibama e Secretaria de Meio Ambiente, com a interveniência do Instituto do Meio Ambiente (IMA), visa a ajustar os procedimentos entre os órgãos ambientais, e, assim, fazer valer o Plano de Adequação, cujo objetivo é tornar possível a regularização e a recuperação do passivo ambiental das atividades agropastoris no estado, para os proprietários que aderirem a ele. Além da regularização, graças a este acordo é possível liberar até 80% das áreas que hoje estão embargadas, através de processo administrativo.

Resultado de um esforço conjunto entre Governo do Estado, produtores rurais e sociedade civil organizada, o Plano Estadual de Adequação e Regularização Ambiental dos Imóveis Rurais foi aprovado por lei estadual em 1º de julho de 2009. Em 05 de junho de 2009, ganhou o reforço do Governo Federal, quando foi firmado um Protocolo de Intenções entre Ibama, Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Estado da Bahia, que, a partir daí, deveriam trabalhar juntos para promover a adequação ambiental dos imóveis rurais, em observância da legislação ambiental vigente.

O vice-presidente da AIBA, Sérgio Pitt assevera:

“O problema é que embora o Plano desse um prazo de um ano para o produtor que aderisse a ele fazer os ajustes necessários ao processo de regularização, sem novas multas por seus passivos, o Ibama continuou multando, porque entendeu que leis ou decretos ambientais estaduais não poderiam impedir o seu poder de polícia”.

Investimentos adiados

A falta de agilidade nos processos de licenciamento ambiental na Bahia é um problema que vai além dos imóveis rurais, e atinge tanto o campo, quanto a cidade. No Oeste do estado, segundo os produtores, muitas empresas deixam de aumentar sua produção e novos investidores estão pensando duas vezes antes de apostar suas fichas no Estado.

Afirma o produtor Antonio Franciosi:

“O Governo Estadual está sobrecarregado com a missão de fazer sozinho os licenciamentos. Falta estrutura, sobram ideologias por parte dos técnicos, e os processos, que poderiam sair em poucos meses, levam anos para desenrolar. Se isso não for revisto, vamos ficar na contramão do desenvolvimento e deixaremos de ser competitivos”.

Franciosi compara a Bahia ao seu vizinho Piauí, onde os processos de licenciamento de desmate, dentre outras licenças, levam de três a quatro para ser homologados. Segundo Franciosi, o Piauí passou a receber investidores de todo o Brasil.

Aeroporto embargado.

O produtor lembra, ainda, o caso do aeroporto de Luís Eduardo Magalhães, um investimento feito para viabilizar a exportação de frutas e flores, dentre outras culturas perecíveis, via avião cargueiro. Iniciado pela iniciativa privada e doado para o estado posteriormente como forma de parceria municipal, estadual e federal, o aeroporto encontra-se embargado pelos órgãos públicos e corre o risco de perder todo o investimento feito na base, devido às chuvas.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

2 comentários em “Enfim, o Acordo de cooperação técnica IMA/IBAMA”

  1. SOMOS UMA EMPRESA AGRICOLACOM SÉDE NO SUL DO PAÍS, ,TEMOS UMA FAZENDA EM SAO DESIDÉRIO,É UM ABSURDO O QUE ESTÁ ACONTECENDO NESSE ESTADO.
    JÁ COMPLETOU UM ANO QUE PROTOCOLAMOS O GEOREFERENCIAMENTO E AINDA NAO TEMOS O REGISTRO,INFELIZMENTE DESISTIMOS DO PROJETO AGRICOLA QUE ÍAMOS FAZER NA REGIAO. QUE SIRVA DE EXEMPLO PARA QUE AS AUTORIDADES TOMEM ALGUMA ATITUDE PARA QUE NAO AFASTE MAIS INVESTIDORES DA REGIAO.

    1. Caro Eduardo Reis e produtores da região: A chamada segurança jurídica entrava as instituições responsáveis pela emissão de tantas autorizações, licenças e cadastros necessários ao exercício da atividade econômica. A desintegração dos serviços (IMA, IBAMA, INCRA, INGÁ, etc…) e a falta de comunicação entre os órgãos ambientais faz com que o proprietário/investidor desista do seu investimento, o que se traduz num ônus ao crescimento econômico e social da região!
      A Advento Consultoria Ambiental é uma empresa sediada em Barreiras e congrega serviços interdependentes de consultoria em meio ambiente urbano e rural, aliando serviços jurídicos (com advocacia especializada em direito ambiental) e técnicos (engenheiros, biólogos, geólogos, etc.), com o objetivo de viabilizar ambientalmente o empreendimento.

      Estamos à disposição

      Kedja Gomes
      Advogada Especialista em Direito Ambiental

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