Para que servem os deputados?

Ontem, dois deputados, um na presidência de uma comissão e outro no plenário, aprovaram 180 projetos, em menos de 10 minutos. Isso reforça a teoria de que a democracia precisa de poucos legisladores. Se eles são mais de 500, por que não deixarmos apenas dois por estado e mandarmos os senadores para casa, para uma aposentadoria calma. Para que servem mais de 50 mil vereadores em todo o País: apenas para gastarem, com gula, o duodécimo pago com o sagrado dinheirinho do contribuinte. O Estado precisa ficar menor, o salário dos legisladores precisam ser congelados e as suas absurdas despesas precisam ser eliminados.

Veja esta, por exemplo: o deputado Paulinho das Forças Ocultas (PDT-SP), relator dos planos de carreira da Câmara e do Tribunal de Contas da União (TCU), disse que lutará para aprovar ainda este ano os reajustes de ambas as Casas. Juntos, eles terão impacto no Orçamento estimado em R$ 496 milhões ao ano.

Outro exemplo: denúncia do deputado Roque Barbiere (PTB) sobre maracutaia na Assembleia Legislativa de São Paulo é alvo de investigação do Ministério Público Estadual. Segundo Barbiere, “tem bastante” parlamentar ganhando dinheiro por meio da venda de emendas e fazendo lobby de empreiteiras junto a administrações municipais. “Não é a maioria, mas tem um belo de um grupo que vive e sobrevive e enriquece fazendo isso”, afirma.

Enquanto isso, na Bahia, a festa continua: foi inaugurado, com pompa e circunstância, ontem, o puxadinho da Assembléia Legislativa, orçado em R$21 milhões, mas que custou na verdade R$26 milhões e jogou a casa legislativa num buraco financeiro de R$29 milhões. 

Será que nenhum maluco se atreve a acabar com essa loucura, com essa afronta ao sacrificado povo baiano, que não tem educação, saúde, transporte e segurança? Será que alguém, completamente sem juízo, não se atreve a colocar um pé de fogo nessa porcaria?

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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