E se a China quebrar? O Oeste baiano fecha?

O senador Demóstenes Torres publica um pequeno comentário, hoje, no blog de Ricardo Noblat, em que faz referência a um eventual período de estagnação da economia chinesa, que cresce hoje a razão de dois dígitos ao ano. E mostra como o País está despreparado para um cataclismo dessa proporção:

“A infraestrutura é caótica, a mão-de-obra não se modernizou e há 4 milhões de jovens fora da escola”, diz o Senador.

Veja a íntegra da nota:

A entrada da China na Organização Mundial do Comércio completou dez anos e ainda se comemora o continente de 1 bilhão e 300 milhões de habitantes à disposição dos negócios. Claro que os meios de sobrevivência ali deixam grande parte sem poder de consumo, mas é uma potência.

Suas relações bilaterais com o Brasil estão se transformando em dependência, a ponto de um resfriado chinês chegar aqui como a nova versão da peste bubônica.

Por enquanto, os números de Pequim são saudáveis, mas com fortes indícios de serem inflados. O PIB, que tomou do Japão o segundo lugar no mundo, cresceu 10,3% em 2010 e 9,2% em 2011, o dobro da ascensão tupiniquim.

O gigantismo explica por que grande parte do planeta, inclusive o Brasil, resiste à quebradeira na Europa com a mesma placidez que tornou marola o tsunami norte-americano. E se os pontos na escala Richter fossem nos balancetes da China?

É preciso se preparar para o baque, pois a explosão de uma eventual bolha chinesa atingiria os sete mares e outros nunca dantes navegados. Nossas reservas cambiais, 300 bilhões de dólares (as chinesas são 11 vezes maiores), virariam pó de traque, porque o país não fez o necessário. A infraestrutura é caótica, a mão-de-obra não se modernizou e há 4 milhões de jovens fora da escola. Publicado no blog de Ricardo Noblat.

Pois se a China quebrar, o Oeste da Bahia fecha em uma semana. E o último que sair deve apagar a luz. O País não pode e não deve continuar sustentando sua economia apenas em commodities. Precisa de educação, pesquisa e inovação tecnológica. Sempre cito aqui o exemplo: por que devemos pagar por um pendrive o mesmo preço que a China paga por uma saca de soja? Não temos tecnologia para fabricar um pendrive?

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

Uma consideração sobre “E se a China quebrar? O Oeste baiano fecha?”

  1. Até que enfim uma voz sensata em meio à euforia idiotizante.
    Apenas para constar e corroborar com o raciocínio do editor, não conheço até hoje um único país que tenha se desenvolvido plenamente exportando petróleo, soja e minério de ferro.

  2. sem duvida, caro jonalista, venho acompanhando seu blog, de muito tempo, e sem duvida
    o melhor de toda a regiao do oeste, vendo esse tipo de reportagem fico feliz, o mesmo sou
    fan da tv, senado e quando vejo esse senador que e sensacional, fico feliz, em ser brasilei
    ro, mesmo estando na zona rural, me sinto bastante informado, entrando nesse site, meus
    parabens.

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