A “tradição, família e propriedade” fica toda arrepiada de emoção ao amparar-se nas forças armadas para a urdidura de um golpe contra as instituições democráticas. Que se repita sempre: a pior democracia ainda é melhor que a mais branda ditadura.
Pobre Folha de São Paulo, pobre imprensa do País, que vira alvo do ódio destilado seja lá qual for o motivo. Durante a campanha, petistas acusavam a Folha de ser a nau capitânia da imprensa golpista. Dois: quando a Folha manda gente para a avenida para calcular em 210 mil os manifestantes da avenida Paulista, as mídias sociais da oposição acusam-na de estar mentindo sobre um milhão de pessoas no protesto.
Num país de analfabetos e analfabetos funcionais, jornais são mesmo produtos de luxo e sofrem uma erosão moral sem precedentes quando estão sujeitos ao julgamento apressado de bobagens como o facebook, só para citar o melhor exemplo.
A comunicação do Governo não é boa e o Governo sofre mais com o fogo amigo (PMDB, por exemplo) do que com os inimigos.
Só fico indignado quando vejo o caráter dúbio de certas pessoas. Os Vieira Lima, que agora batem com força no Governo Dilma, gozaram as regalias do poder durante todo o primeiro mandato. Geddel ocupou durante um largo tempo uma diretoria do Banco do Brasil. Agora, acolhem sôfregos a tese do impeachment, achando que vão assumir o poder.
Não pensem que a teoria do quanto pior, melhor, vai prosperar. Se acontecer uma convulsão social no País, figurinhas carimbadas como essas, que já conviveram do quarto para a sala com o período mais negro da Bahia, não serão poupadas. Foi o que aconteceu em 1964. Depois, aconteceram duas décadas de chumbo, num arremedo grotesco de democracia.


Na mosca. Paulinho da força e outros exemplos de homens pobros também.
Bom exemplofoi Itamar que chamou Geddel de percevejo de gabinete e chamou a imprensa para assistir as graves denuncias que ACM disse que tinha a revelar. O homem do topete era muito esperto e os dois não se criaram com ele, e embora fosse adversários políticos na Bahia, uniram-se no ódio a Itamar. A união de bicudos é tática antiga na política brasileira, hoje assistimos Caiados, Agripinos, Paulinhos e outros que podem enfraquecer o discurso da luta contra a corrupção e transformá-la apenas em uma luta oposicionistas.