
O colapso da Oi, que anunciou nesta segunda-feira um pedido de recuperação judicial de R$ 65 bilhões, afetando bancos públicos e privados, expõe a falência do modelo da privatização brasileira; em 1998, no governo FHC, a antiga Telemar foi comprada pelos empresários Carlos Jereissati e Sergio Andrade, da Andrade Gutierrez, que chegaram ao leilão sem dinheiro, mas acabaram financiados por fundos de pensão estatais.
Já no governo Lula, a Oi engoliu a Brasil Telecom, que era controlada por Daniel Dantas, para se criar a chamada “supertele nacional”. No entanto, a empresa jamais conseguiu decolar e chega ao calote de forma melancólica – o que causará grandes estragos no sistema financeiro. Do portal Brasil 247.
Aluísio Alves escreveu para a Reuters:
A Oi anunciou nesta segunda-feira que deu entrada em um pedido de recuperação judicial, após fracasso nas negociações com detentores de bônus para tentar reestruturar de forma organizada dívidas de cerca de 65 bilhões de reais.
Em fato relevante, a maior concessionária de telecomunicações do Brasil afirmou que a medida visa, entre outros objetivos, proteger o caixa das empresas do grupo.
O pedido vem após a Oi ter anunciado na última sexta-feira que ainda não havia obtido acordo com detentores de bônus para uma reestruturação financeira, conversa intermediada pela Moelis & Company. Segundo a Oi, 60 por cento de seus recebíveis estavam penhorados a bancos brasileiros.
“Considerando os desafios decorrentes da situação econômico-financeira das empresas Oi à luz do cronograma de vencimento de suas dívidas financeiras, ameaças ao caixa das empresas com iminentes penhoras ou bloqueios em processos judiciais, e tendo em vista a urgência na adoção de medidas de proteção das empresas, a companhia julgou que a apresentação do pedido de recuperação judicial seria a medida mais adequada neste momento”, diz trecho do documento.
O pedido de recuperação acontece dias após o presidente-executivo da Oi, Bayard Gontijo, ter renunciado à presidência da operadora, em meio a discordâncias com sócios portugueses do grupo sobre a forma de reestruturação financeira da companhia.
“O pedido de recuperação foi ajuizado em razão dos obstáculos enfrentados pela administração para encontrar uma alternativa viável junto aos seus credores”, afirmou a Oi.
Segundo a Oi, as atividades operacionais seguirão normalmente e não haverá demissões. Além disso, o foco em investimentos para melhora de qualidade dos serviços será mantido, assim como as metas operacionais para 2016.
O pedido de recuperação judicial será deliberado em assembleia geral de acionistas. A empresa não informou para quando elas estão previstas.
A decisão da empresa deve causar prejuízos em cascata em todo o sistema financeiro e principais fornecedores.

Engraçado não é o que dizem os jornais hoje pela manhã: “A situação da Oi chegou a esse ponto por uma série de decisões que a transformariam em uma supertele de controle nacional. Em 2008, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva mudou a Lei Geral de Telecomunicações para que a empresa comprasse a Brasil Telecom. A Oi passou então a atuar em todo o Brasil, com exceção de São Paulo -uma exclusividade da Telefônica.
Boa parte do dinheiro envolvido nessa transação foi usada para a troca de ações da Brasil Telecom por papéis da Oi. No meio do processo, surgiu uma dívida escondida de cerca de R$ 1,2 bilhão.
Em 2010, com a interferência de Lula, a Portugal Telecom comprou 23% do capital total da Oi. Essa parceria se estreitou em 2014 com a fusão das duas teles. De novo, surgiu uma dívida escondida (€ 897 milhões) e, no final, a fusão elevou a dívida total em R$ 27 bilhões.” Folha de São Paulo. Presta a atenção no que você veicula como notícia…vai acabar perdendo a moral.
Nota da Redação:
Você é observador, mas é de má leitura, hein companheiro!? Noticiei apenas o fato relevante acontecido ontem. A história das maracutaias e a origem da quebradeira não foi citada porque de fato constituti-se matéria sob judice.