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Quem chora pelos 242 jovens imolados no incêndio da boate Kiss, a maior tragédia do século XXI no País?

27/01/2017

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Parece obra de ficção que quatro depois do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, no coração universitário do Rio Grande do Sul, ninguém tenha sido responsabilizado pela morte de 242 jovens.

Nem o fato de que bombeiros e prefeitura municipal tenham liberado a boate para funcionar com um isolante de espuma de poliuretano (sim, a mesma dos colchões mais prosaicos), usada indevidamente no caso.

Também o fato da boate ter saídas de emergência bloqueadas para não permitir a fuga dos frequentadores do estabelecimento não foi levado em conta pelas autoridades judiciais.

Os 242 jovens que pereceram da maneira mais infame, apanhados numa emboscada, numa armadilha fatal em um calabouço infecto merecem justiça.

Veja as principais conclusões do inquérito da Polícia Civil, divulgados em 2014:

1 – O fogo teve início por volta das 3 horas da madrugada do dia 27/01/2013, no canto superior esquerdo do palco (na visão dos frequentadores), deflagrado por uma faísca de fogo de artifício (chuva de prata) empunhado por um integrante da banda Gurizada Fandangueira;
2 – O extintor de incêndio, localizado ao lado do palco da Boate, não funcionou no momento do início do fogo;
3 – A boate Kiss apresentava uma série das irregularidades quanto aos alvarás;
4 – Havia superlotação: no mínimo 864 pessoas estavam no interior da boate;
5 – A espuma utilizada para isolamento acústico era inadequada e irregular, feita de poliuretano;
6 – As grades de contenção (guarda-corpos) existentes na boate atrapalharam e obstruíram a saída de vítimas;
7 – A boate tinha apenas uma porta de entrada e saída;
8 – Não havia rotas adequadas e sinalizadas para a saída em casos de emergência;
9 – As portas apresentavam unidades de passagem em número inferior ao necessário;
10 – Não havia exaustão de ar adequada, pois as janelas estavam obstruídas;

Em 13 mil páginas, 52 volumes e mais de 800 depoimentos, a Polícia Civil responsabilizou 35 pessoas e 16 foram indiciadas criminalmente. Até agora ninguém foi condenado.

2 Comentários leave one →
  1. Marco Antonio permalink
    28/01/2017 19:09

    Se fosse em um presídio o Estado indenizaria as famílias dos bandidos.

  2. Roberto permalink
    30/01/2017 9:29

    Enquanto isso, nossa sociedade “chora” pela morte de marginais que comandam as cadeias deste país. É o cumulo da inversão de valores.

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