O quê Luís Eduardo comemora ao completar 17 anos?

O quê afinal o Município de Luís Eduardo Magalhães tem a comemorar na data em que completa 17 anos de emancipação?

Como em outras cidades do País, enfrenta dificuldades orçamentárias. O plano plurianal – 4 anos – que previa um orçamento de 425 milhões ao ano para 2017, hoje alcança meros 295 milhões, 54% deles gastos em pagamento de pessoal dentro de uma máquina pública inflada pelos compromissos políticos de campanha do prefeito eleito.

Luís Eduardo, que já foi o Eldorado dos migrantes, pelo trabalho no agronegócio, encontra-se hoje em situação social vulnerável. Desemprego, sub-emprego, tráfico de drogas, crimes contra o patrimônio e contra a vida.

A infraestrutura urbana também é deficiente: quase metade do perímetro urbano ainda conta com prosaicas ruas de chão batido e as ruas pavimentadas enfrentam um festival de buracos que a Municipalidade tenta, todo o ano, remendar com toda a qualidade técnica com as quais foram asfaltadas. Isto é, nenhuma.

Nem 30% das habitações são servidas de saneamento básico, á água é retirada com poços tubulares, eventualmente de lençóis freáticos contaminados por fossas negras comuns.

Os serviços públicos de Saúde são deficitários, como de resto em todo o País. O atendimento médico de média e alta complexidade não existe e qualquer fratura precisa ser encaminhada para o Hospital do Oeste, a 95 quilômetros. Uma exceção é o SAMU 192, atendimento médico de urgência que atende todo o Município e ainda foi encarregado de atender as rodovias federais que cortam a cidade.

A educação fundamental é medianamente assistida pelo Município, mas o ensino de 2º grau é mal assistido pelo Governo do Estado e a Universidade pública ainda vive o dilema de viver em prédios cedidos pela Prefeitura.

A Justiça ganhou um prédio próprio depois de quase uma década de aluguéis pagos pelo Município e ainda depende de 30 servidores pagos pela Prefeitura, sem contar a constante falta de magistrados.

A Segurança prescinde de recursos. De dois em dois anos o Governo do Estado entrega duas novas viaturas, mas recolhe as velhas, que, todos sabem, são locadas. E o policiamente ostensivo vira-se como pode com um efetivo em torno de 100 homens, que atendem ainda São Desidério e o distrito de Roda Velha. A CIPE-Cerrado tem um efetivo maior e mais recursos, mas atende um território maior que muitos países europeus.

É fácil concluir: a esperança de construção de uma nova e moderna cidade esvaiu-se aos poucos. Em 17 anos a cidade não conseguiu nem construir uma sede do Executivo, o Paço Municipal, vivendo do aluguel de galpões, a guisa de sede administrativa, onde chove tanto quanto nas ruas.

Luís Eduardo tem pouco a comemorar e alguns temem, que ao completar 18 anos, a situação da cidade seja bem pior.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

5 comentários em “O quê Luís Eduardo comemora ao completar 17 anos?”

  1. Realmente, comemorar o que ???
    Cidade está destruida em todos os aspectos. Ainda fazem a maior festa por causa de um caminhao de bombeiro. Tudo culpa do ex prefeito? Até quando???

  2. Tem razão Pedro Paulo.
    E não há qualquer sinal de melhoria assinalada pelo governo. Ao invés disso, recebemos mil e umas desculpas que culpam o antigo governo.
    Vejam Barreiras minha gente! Uma cidade que ficou praticamente 12 anos largada às traças e olhem o que o atual prefeito esta fazendo. Esta trabalhando! Fazendo o minimo. Sem alarde e sem politicagem.

  3. Pois é, sou obrigado a concordar com o tudo o que foi dito no texto, infelizmente não temos bons governantes isso é fato. O último prefeito não foi bom e o primeiro nem se fala, agora vamos torcer para o atual fazer alguma coisa, com este orçamento ainda é possivel fazer bastante coisa se quiser.

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