Opinião: como entender mulatos como nós defendendo Bolsonaro?

Entendo que em um país como o Brasil, onde prospera a desordem social e a corrupção na gestão pública e nos mais diversos setores e instituições da Pátria, surjam profetas como Jair Bolsonaro.

Entendo também que ele possa amealhar simpatizantes em todas as classes sociais, principalmente naquelas menos esclarecidas, onde promessas permeadas de machismo, misoginia, racismo e intolerância conquistam a simpatia da legiões menos favorecidas do País.

A foto acima, em que o filho de Bolsonaro aparece sob a bandeira da “Supremacia Branca” dos Estados Unidos, entre companheiros armados com rifles e espingardas, é emblemática. Na legenda da bandeira a ameaçadora frase de um soldado confederado: “Don’t tread on me”. “Não pise em mim”.

Então o que não consigo entender é como nesta pátria morena, a Bahia, onde a grande maioria do povo é negra, mulata ou miscigenada, como de resto em grande parte do Brasil, exista um coro ressonante em favor de Bolsonaro.

Pobres de direita, gente colocada nas camadas mais exploradas da sociedade, mulatos como sou, não podem defender Bolsonaro, que defende a Supremacia Branca, como se especial fosse.

Que algum gringuinho migrante dos estados do Sul, branco e melado, defenda Bolsonaro, ainda entendo, pois apesar de ter mudado de mala e cuia para a Bahia, é xenófobo e na sua maioria incapaz de entender um fenômeno como esse.

Mas para o povo bom da Bahia, descendente em sua maioria da grande noite da escravidão, isso não passa de uma incompreensível insanidade.  

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

6 comentários em “Opinião: como entender mulatos como nós defendendo Bolsonaro?”

  1. Você é o melhor jornalista de todos tempo que pisou nas terras do Oeste. Pena que suas palavras só ecoa por aqui! Uma excelente visionário. Concordo com você. O povo é cego.

  2. A bandeira em questão não tem nada haver com “supremacia branca”.
    Trata-se na verdade da bandeira de Gadsden e está associada a valorização de liberdades individuais.
    Esse jornalista não se cansa de falar besteira!

  3. Vc precisa se informar mais a respeito de Jair Bolsonaro, ao julgar de racismo, misóginos e machismo etc!
    Falar que vc não concorda com as suas atitudes eu te entendo agora julgar alguém pelo comportamento já repreendo!

  4. DON’T TREAD ON ME / NÃO PISE EM MIM. Essa expressão nasceu nos tempos das 13 colônias americanas, representadas por uma cobra dividida, onde cada parte representava uma das 13 colônias. A união dos pedaços formava uma cobra e o dizer “UNITED OR DIE” (união ou morte). E assim formou-se a cobra e o dizer “não pise em mim” – ou você será picado!

  5. Sobrou até para o pessoal do sul do país, pois fique sabendo que se não fosse pelo pessoal do sul não existiria oeste da bahia, entro no site para ler noticias e ponto de vista interessantes e só leio asneira. Parei com esse site.

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