Comando do Exército remove outra vez general Mourão por manifestação política

Mourão, linha dura intervencionista.

O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, decidiu retirar o general Antonio Hamilton Mourão do posto de secretário de Economia e Finanças da instituição e designá-lo para o cargo de adido na Secretaria-Geral do Exército.

Na quinta-feira (7), Mourão se manifestou sobre intervenção militar pela segunda vez em três meses, reafirmando a possibilidade de atuação das Forças Armadas caso haja uma situação de “caos” no país.

Na palestra que fez esta semana no Clube do Exército, em Brasília, a convite do grupo Ternuma (Terrorismo Nunca Mais), o militar disse que a instituição poderia ter o papel de “elemento moderador e pacificador”, agindo “dentro da legalidade”, se o “caos” fosse instalado no país.

Sobre a situação política, o general disse: “Não há dúvida que atualmente nós estamos vivendo a famosa ‘Sarneyzação’. Nosso atual presidente [Michel Temer] vai aos trancos e barrancos, buscando se equilibrar, e, mediante o balcão de negócios, chegar ao final de seu mandato”. Do Valor e DCM.

O general Mourão, gaúcho, natural de Porto Alegre, completa, em 31 de março de 2018, quatro anos no posto de general de exército (quatro estrelas) e por força de lei deve ser transferido para a reserva remunerada. Tem razão quando fala do caos institucional do País. No entanto, intervencionismo militar é ditadura. E nós sempre soubemos como acabam as ditaduras.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

Uma consideração sobre “Comando do Exército remove outra vez general Mourão por manifestação política”

  1. Perfeito! Ditadura nunca acaba bem, mesmo aquelas que se iniciaram com as melhores intenções. O Brasil repete o mesmo caminho da Venezuela, o que é irônico, na defesa patética de uma certa turba de uma tal direita que repete a palavra “comunista” a cada duas frases.
    Se estudassem um pouquinho de História saberiam que o MILITAR, CORONEL Hugo Chavez tentou sua “intervenção militar constitucional” contra o governo corrupto e inflacionário de Carlos Andrés Perez. Fracassou, mas acabou retornando anos depois pelo voto e deu no que deu. Algum reaça aí conseguiu ver a semelhança com o Brasil atual, onde se pede golpe militar com outro nome? Conseguem ver como a eleição de um salvador da pátria, no caso fardado, levou a Venezuela a um poço sem fundo e difícil de sair? Alguém consegue entender que o Brasil está querendo repetir a mesma história?
    Lá na linda Venezuela, o golpe fracassou, já aqui no lindo Brasil não se realizou, apesar dos baba ovos de quartel. Lá, o militar salvador Hugo Chavez foi eleito e deu no que deu, aqui assistimos comemorações e aplausos a um general da ativa que joga a disciplina e hierarquia no lixo para defender a lei e a ordem que ele mesmo enfraquece e ainda temos pelo futuro uma certa solução doméstica: o lunático Bolsonaro. Precisa desenhar para entenderem o desfecho?

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