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Na Argentina, Dia do Filho-da-Puta homenageia ditador

30/07/2018

Jorge Rafael Videla, responsável pelo golpe militar que matou 10 mil civis, era conhecido como Pantera Cor-de-rosa. Agora, será conhecido como o maior bastardo da Argentina.

De Ariel Pallacios, para a revista Época.

Um dos disfemismos — o oposto de eufemismo — mais usados no planeta, desde tempos ancestrais, é a expressão “filho da puta”. Essa é uma forma universal para explicitar o desagrado com alguém de forma indireta, ao indicar que a mãe de alguém exerce atividade sexual paga. É uma peculiar ofensa elíptica, já que não é direcionada ao interlocutor ou alvo da crítica, mas, sim, a sua progenitora.

O mundo dos insultos, no entanto, nem sempre tem uma lógica cartesiana. Devido à popularidade desse epíteto, em 2011 a revista satírica argentina Barcelona, considerando que os “hijos de puta” mereciam ser recordados com uma efeméride, lançou a iniciativa de declarar o dia 2 de agosto como o “Dia del Hijo de Puta”.

A data foi escolhida por se tratar do natalício do ex-ditador Jorge Rafael Videla, nascido em 1925, avaliado pelos jornalistas da redação da publicação como emblema dos bastardos da Argentina.

No Twitter, a hashtag #DiaDelHijoDePuta faz grande sucesso nesta época do ano durante as convocações na web para festejar a data. Evidentemente, as mensagens do dia não são monopolizadas pela figura de Videla, já que também são realizadas declarações de “feliz Dia do Filho da Puta” a parentes, chefes, empresários, políticos, entre outros.

 

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