O Delegado do DOPS que torturava, executava e incinerava corpos no Espírito Santo

As confissões à Comissão Nacional da Verdade de um torturador arrependido, hoje pastor evangélico

 

O ex-delegado do DOPS do Espírito Santo, Cláudio Guerra, acompanhado da Comissão Nacional da Verdade, foi a Usina Cambahyba, em Campos dos Goitacazes (RJ), e explica como o local foi utilizado para incinerar corpos de presos políticos mortos sob tortura na Casa da Morte, em Petrópolis, e no Doi-Codi do Rio de Janeiro, por equipes comandadas pelo major Freddie Perdigão Pereira.

Segundo afirma Guerra, o forno foi utilizado nos anos de 1974 e 1975 e partiu dele a sugestão de usar a usina como destino final das vítimas. Na diligência, Guerra reconheceu o forno e demonstrou como os corpos eram arremessados ali.

Ele diz acreditar que o caminho a céu aberto por onde seguia o vinhoto, resíduo subproduto da destilação da cana de açúcar, poderia dar pistas sobre eventuais restos das incinerações. A área da usina hoje é ocupada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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