Irã hasteia, pela primeira vez, a bandeira vermelha da guerra sem limites.

 

As bandeiras vermelhas, na tradição xiita, simbolizam o sangue derramado injustamente e servem como um chamado para vingar uma pessoa que é morta. É a primeira vez na história que a bandeira vermelha é hasteada no topo da mesquita de Jamkaran, na cidade iraniana, e vem após avisos de duras retaliações contra os EUA.

“A execução de um ato de guerra contra o Irã sem aprovação do Congresso – um dos usos mais imprudentes da força militar em anos – é uma base válida e justa para isso”, afirma o jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept, se referindo a um processo de impeachment contra o presidente dos EUA.

Glenn comentou ainda: “Infelizmente, a guerra sem fim – no Oriente Médio e em outros países – é uma ortodoxia de longa data das alas do establishment de ambas as partes. Alimenta a economia dos EUA e sua hegemonia. Trump venceu, em parte, concorrendo contra esse militarismo irracional, e agora é uma personificação dele”.

A presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, foi às redes sociais nesta sexta-feira 3 para criticar o ataque comandado por Trump contra Bagdá na noite desta quinta-feira 2. De acordo com ela, ação foi realizada “sem a consulta do Congresso”.

“Trump realizou ataques no Iraque contra oficiais militares iranianos de alto nível e matou o comandante iraniano Qasem Soleimani da Força Quds sem um AUMF (autorização de uso de força militar contra terroristas). Além disso, essa ação foi tomada sem a consulta do Congresso”, escreveu.

Retaliação já começou.

Uma embarcação ligeira do Irã dispara míssil de curto alcance durante treinamento

Especialistas em política internacional acreditam que o Irã vai tentar tirar a guerra de suas fronteiras, iniciando uma série de atentados de monta contra alvos no Oriente Médio, onde seus mísseis de médio alcance podem alcançar todas as bases norte-americanas. A guerra de guerrilha e de desgaste já começou:

A Embaixada dos EUA em Bagdá foi alvo de uma tentativa ataque de foguete neste sábado, segundo informaram fontes locais. Ao mesmo tempo, uma base militar que abriga soldados norte-americanos também teria sido atacada.

Até o momento, as informações sobre o ocorrido ainda são pouco precisas. Relatos publicados em redes sociais dão conta de ao menos um projétil disparado contra a representação diplomática dos EUA na capital iraquiana. Mas, ao que tudo indica, o prédio não teria sido atingido.

De acordo com a agência Reuters, o foguete em questão, do modelo Katyusha, teria caído dentro da chamada Zona Verde de Bagdá, mas sem deixar vítimas. A informação foi confirmada por um membro das forças de segurança iraquianas à Sputnik.

​Dois estrondos teriam sido ouvidos na capital iraquiana na noite deste sábado, mas ainda não há confirmação sobre a natureza dessa outra possível explosão. Ao mesmo tempo, fontes citadas pela AFP falam em um ataque também à base aérea de Balad, localizada ao norte de Bagdá, que abriga militares norte-americanos. Dois foguetes teriam sido disparados contra a base, também sem deixar vítimas.

Ainda segundo Reuters, policiais iraquianos informaram que ao menos cinco pessoas teriam ficado feridas após o lançamento de morteiro contra o bairro de Jadriya, também em Bagdá. Até o momento, não há informações sobre a origem e o motivo desse ataque.

Avatar de Desconhecido

Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

2 comentários em “Irã hasteia, pela primeira vez, a bandeira vermelha da guerra sem limites.”

  1. Intencionalmente, ou não, com conhecimento ou não, mais provável sabendo perfeitamente, Trump iniciou uma marcha para a guerra inevitável, concordo com os peritos o irão vai empurrar ao máximo o combate para longe das suas fronteiras, atacando aliados e Israel

Deixar mensagem para João Pedro Pereira Soares Cancelar resposta