Artigo: “O fascismo perdeu, mas não está derrotado.”
31/10/2022
Por Paulo Roberto Baqueiro Brandão
O fascismo perdeu, mas não está derrotado. Nunca foi tão claro quanto hoje em dia que nem a derrota das forças reacionárias na Segunda Guerra Mundial foi suficiente para sufocar de morte a experiência fascista.
No plano nacional, o silêncio do quase ex-presidente na sua recusa por fazer o tradicional pronunciamento oficial admitindo a derrota é bastante sintomático dessa entranha sensação de que a batalha vencida não avizinha a vitória definitiva das diversas forças democráticas (das mais liberais às mais revolucionárias) contra o famigerado projeto totalitário de contornos tropicais.
São autoritários por essência e se valeram da democracia (liberal) apenas enquanto lhe foi benéfica.
Há que estar atento para a possibilidade de, neste momento de derrota, tentarem conspirar contra as mesmas regras que lhes concederam quatro anos de abusos, mentiras e corrupção.
Os caminhoneiros amotinados em diversas estradas do Brasil podem ser apenas o começo de dias de muita instabilidade política provocada pelo agora interrompido projeto ditatorial bolsonarista.
No entanto, tal e qual uma hidra, as muitas cabeças do projeto fascista podem ter mais de uma carta na manga e a estratégia de aniquilamento da democracia seja outra, com poder tão destrutivo quanto seria por meio de uma ruptura: não se pode duvidar da capacidade/coragem/desejo desse nefasto grupo em promover um ataque sistemático às instituições, mas por dentro, já que ainda conduzirão a máquina pública até o derradeiro dia de dezembro.
Atenção redobrada, militância e mobilização se tornam, agora, tão necessárias quanto foram ao longo da gestão Bolsonaro e durante as eleições.
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