Segundo Malu Gaspar, de O Globo, a sinalização do governo Lula de rever o sigilo sobre a compra de cloroquina pelo Exército e o processo disciplinar contra o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello vem preocupando as Forças Armadas, que temem as consequências da divulgação de informações com alto potencial de desgastar não só a imagem do governo Bolsonaro, mas a dos próprios militares.
Na última terça-feira, o novo ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Marques de Carvalho, anunciou que já constituiu um grupo de trabalho para analisar a revisão dos casos de sigilos de 100 anos impostos pelo governo Bolsonaro, uma das principais promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na ocasião, Carvalho acusou o governo Bolsonaro de fazer uso “indiscriminado e indevido” dos sigilos sob o “falso pretexto da segurança nacional”, fragilizando os órgãos de fiscalização para atender a interesses pessoais.
“Não é só o governo Bolsonaro que tem sigilo”, disse à equipe da coluna um ex-ministro da Defesa, temendo o tensionamento das relações entre a caserna e o recém-inaugurado governo Lula.
É a mesma avaliação de um outro general ouvido pela coluna, que considera o levantamento do sigilo envolvendo a compra de cloroquina e o processo disciplinar de Pazuello um “erro” neste momento, em que Lula ainda tenta dissipar o clima de desconfiança entre os militares com o seu retorno ao Planalto.
Além disso, o novo governo ainda é confrontado com dezenas de manifestantes que insistem em protestar na frente de quartéis contra o resultado das eleições, levantando acusações infundadas de fraude.
“Começar um período de governo olhando o Brasil pelo retrovisor, quando há tantos desafios pela frente, é amadorismo ou vingança. Mais adiante, se julgarem necessário, poderiam rever esses temas”, disse esse segundo general.
Ao Supremo Tribunal Federal (STF), o Comando do Exército alegou que a decisão de colocar em sigilo de 100 anos o processo administrativo envolvendo a participação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello em uma manifestação ao lado do presidente Jair Bolsonaro é um “assunto interno”.
A manifestação do Exército foi enviada ao Supremo após PT, PCdoB, PSOL e PDT entrarem com uma ação no STF para derrubar o sigilo centenário sobre o processo de Pazuello.
Apesar de o regulamento interno da Força vedar a participação de militares em manifestações políticas, Pazuello não foi punido.
“Não existe absolutamente interesse público patente a motivar acesso às informações extraídas de referido processo administrativo disciplinar, o qual regulam unicamente uma relação personalíssima entre um militar e seu comandante, em que se analisa se o subordinado transgrediu ou não uma norma castrense”, alegou o Exército em junho de 2021.
O novo ministro-chefe da CGU já avisou que o novo governo pretende adotar a transparência como “regra” e o sigilo como “exceção”. Conforme mostrou O GLOBO, a decisão do Exército de decretar o sigilo centenário ignora entendimentos já firmados pela CGU, que já definiu que apuração disciplinar encerrada é de acesso público — tanto para militares quanto para civis.
Durante a transição, oficiais das Forças Armadas enviaram a emissários de Lula uma série de conselhos e dicas sobre como o presidente eleito poderia se aproximar dos militares e tentar desconstruir o legado bolsonarista.
Embora a relação seja de desconfiança mútua e até de hostilidade em alguns segmentos, a indicação do ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio para chefiar o Ministério da Defesa agradou a caserna e deu a Lula algum crédito.
Antes da eleição, o petista já tinha enviado aos militares um sinal de que não mexeria nas regras aprovadas pelo Congresso em 2019 para a aposentadoria dos militares, conforme informou a coluna em outubro.
Outras questões surgiram nas conversas, como a de que os petistas não promovam e nem defendam qualquer alteração no Estatuto dos Militares, em vigor desde 1980.
A mensagem é clara: os militares não querem intromissões do novo governo em assuntos considerados de natureza interna. Pelo visto, os militares e uma ala do governo Lula discordam da extensão do escopo “natureza interna” quando se trata de manter sob sigilo informações de interesse público.

Se existe um crime inominável que Pazzuelo e Bolsonaro devem responder é a gestão da segunda onda de Covid em Manaus. Principalmente da falta de oxigênio nas UTIs, na falta de leitos hospitalares (até 4 pacientes utilizavam um único aparelho de insuflar oxigênio).
Até o ditador da Venezuela, Maduro, conseguiu mandar caminhões carregados com oxigênio para Manaus, mas Bolsonaro e Pazuelo não conseguiram. Centenas de pacientes morreram sufocados como nas câmaras de gás de Hitler, nos campos de concentração do nazismo.
O Amazonas foi atingido duramente por uma segunda onda de covid-19 em janeiro de 2021 devido às flexibilizações das medidas restritivas no final do ano anterior e ao aparecimento de uma nova cepa mais transmissível do vírus no estado, batizada de P.1, que logo se espalhou por todo o país.
Depois de um pico em janeiro, os casos começaram a cair até o final de março, tendo ainda uma recidiva em abril.


Que bando de cara de pau. Liberdade para fazer coisa errada e não pagar. Não são esses mesmos que enchem a boca para chamarem os outros de ladrões e falarem de honestidade?
Se não devem, não precisam ter medo ou raivinha de colocar3m tudo às claras, não é mesmo?
Quando é que essa milicada vai aprender que não estamos mais nos anos 60-70 do século passado?
O Brasil desperdiça muito dinheiro com essa gente que não nos protegem de fato contra as ameaças externas, vide a peneira que são nossas fronteiras, o espaço aéreo e o mar territorial, mas que adoram posar de guardiões da moral.
General da ativa em cima de carro de som fazendo comício é o fim da picada. Deveriam ser os primeiros a punirem essa aberração que certamente é motivo de chacota dos militares de primeira linha no mundo.