Rio Grande do Sul tem 98 municípios em situação de emergência
21/01/2023
Pelotas, com cerca de 340 mil habitantes, é mais um município a decretar situação de emergência em razão da estiagem que atinge o Rio Grande do Sul, a maior em 70 anos.
Os prejuízos são da casa de R$ 115 milhões de reais na produção agropecuária e a prefeita Paula Mascarenhas, pressionada pela necessidade de abastecer mais de 3 mil famílias com caminhões pipa, assinou o decreto na quinta-feira, incluindo o município na relação dos afetados pela seca que se estende desde dezembro do ano passado.
O Rio Grande do Sul tem 98 municípios em situação de emergência por causa da estiagem desde o final de 2022, segundo os dados mais recentes da Defesa Civil do estado. Do total, 35 tiveram a situação de emergência homologada pelo governo do estado e outras 22 cidades foram reconhecidas pela União.
A expectativa é que haja reconhecimento dos governos federal e estadual até 25 dias. Isso não impede, no entanto, o início das ações de Pelotas, pois o decreto entra em vigor imediatamente.
Ribeirões, açudes e grandes represas estão sumindo nos três estados do Sul
Os relatórios elaborados por técnicos da Emater, IRGA, Empraba e Universidade Federal de Pelotas apontam para um déficit de chuvas de 200 milímetros nos últimos três meses e apresentam uma previsão de manutenção da situação e de aumento das perdas no campo que podem triplicar em questão de semanas.
Perdas de até 80% em lavouras
Seca na Argentina, em região fronteiriça do RGS. Soja com 100% de perda.
Até este momento, as perdas médias do milho estão em 53% enquanto as da soja estão em 16%.
Segundo o presidente da Fecoagro/RS, Paulo Pires, a região das Missões, na divisa com a Argentina, é a que mais sofre com a seca, enquanto outras estão se desenvolvendo melhores. No levantamento das cooperativas, as perdas do milho vão de 20 a 80% e as da soja vão de 0 a 40%.
A liderança destaca ainda que, no ano passado, apesar da estiagem ser maior, os produtores estavam mais capitalizados, tinham custos de produção menores e tiveram mais cobertura de seguro. Já para esta temporada, descapitalizados com as últimas perdas, com custos de produção maiores e com seguradoras mais receosas em cobrir as lavouras, a situação dos produtores é mais preocupante.
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