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Gleisi diz que Campos Neto sabota o País e ainda quer dar palpites na gestão

01/05/2024

Foto: Geraldo Magela/ Agência Senado

A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), reagiu nesta terça-feira (30) a comentários sobre o governo feitos pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.

Na segunda-feira (29) em São Paulo, ao defender o avanço da digitalização no Brasil, Campos Neto afirmou que o governo Lula (PT) não tem nenhum ministro voltado para o tema. A fala ocorreu em evento do Insper. A informação é de uma reportagem do Metrópoles.

“Com a digitalização, a gente consegue fazer muita coisa. Às vezes, as pessoas me perguntam: o que você acha estranho [no Brasil]? Por exemplo, a gente tem um monte de ministros e não tem um ministro digital. Quem é a pessoa que está olhando para digitalizar programas de governo?”, Campos Neto.

O Metrópoles destaca que hoje, o governo possui 38 ministérios. A pasta responsável pela digitalização dos serviços públicos é o Ministério da Gestão e da Inovação (MGI). A dirigente partidária respondeu ao chefe da autoridade monetária pelas redes sociais. Ela escreveu:

“Não satisfeito em submeter o país à maior taxa de juros do planeta, Campos Neto agora quer dar lição ao governo que ele sabota. Diz que há ministros demais, como se não fosse ele o que está sobrando, porque foi nomeado pelo ex-presidente que perdeu a eleição. E acha que tem autoridade para falar sobre política digital”.

A parlamentar afirmou que Campos Neto “mantém a taxa Selic em absurdos dois dígitos” e pratica “um crime contra o Brasil”.

“Quanto mais se aproxima o fim de seu mandato, mais irresponsável fica, assumindo que é um político, e aposta contra o país”, concluiu ela.

Campos Neto preside o BC desde o governo Jair Bolsonaro (PL). Escolhido pelo ex-ministro da Economia Paulo Guedes, ele tem mandato até 31 de dezembro de 2024.

Com a lei de autonomia do Banco Central, de 2021, este é o primeiro governo que convive com uma diretoria não totalmente indicada pelo presidente da República eleito. Isso porque a legislação estabeleceu que os mandatos do presidente e dos diretores do BC têm duração de quatro anos, com início no dia 1º de janeiro do terceiro ano de mandato do presidente da República.

A reportagem do Metrópoles também ressalta que ao longo de 2023, em ofensiva para a queda da Selic, Lula chegou a dizer que Campos Neto teria “compromisso com o outro governo [do ex-presidente Bolsonaro]”.

Com aproximação intermediada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Campos Neto se reuniu algumas vezes com Lula no segundo semestre e participou de um jantar de confraternização oferecido pelo presidente na Granja do Torto, em dezembro.

Para 2024, um novo ponto de embate entre Campos Neto e o PT gira em torno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 65/2023, que muda o regime jurídico e amplia a autonomia da instituição, finaliza a reportagem.

Com redação do bahia.ba

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