Um show de Haddad em urbanidade e conhecimento da economia.

Poucos vão dar atenção aos esclarecimentos prestados pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara Federal. Com o plenário lotado, por membros e deputados não integrantes, os lacradores de sempre, bolsonaritas xiitas, fundamentalistas, tentaram enquadrar Haddad. Foram carinhosamente “jantados”. E, ou foram pra casa chorar ou resumiram-se às suas respectivas insignificâncias. 

Ninguém vai ter tempo ou disposição para ver as 4h30m de depoimento. Mas seria bom que desocupados, ignatos da direitona e reverberadores de fake news dos grupinhos de whatsapp, assistam como penitência aos seus pecados mais escrotos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), discutiu nesta quarta-feira (22/5) com o deputado federal Abílio Brunini (PL-MT), ao ser chamado de “negacionista” durante esclarecimentos que a pasta prestou sobre a política econômica da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.

Após criticar as políticas do governo federal, o bolsonarista questionou se o ministro era “negacionista da economia” e “negacionista das exatas”. O mato-grossense chegou a perguntar se Haddad não preferia ser ministro da Cultura e relembrou um vídeo dele tocando “Blackbird”, dos Beatles.

O ministro respondeu que a intenção desse tipo de pergunta é fazer recorte nas redes sociais para ganhar apoio da base e classificou a prática como “um debate político rebaixado”.

“Essa é a prática do bolsonarismo, não ouvir, não querer saber o que está acontecendo. ‘Vacina? sou contra’, não quer ouvir um cientista. (…) Eu defendi a vacina o tempo todo. A Terra é redonda o tempo todo. Vocês negam que a Terra é redonda, que a vacina previne, negam que deram calote em precatório, negam que deram calote em governador”, afirmou o petista.

 O deputado Brunini se indignou com as respostas e afirmou que o parlamentar estava se desviando das perguntas e que ele não poderia fazer isso.

O presidente da Comissão, o deputado Mário Negromonte Júnior (PP-BA), argumentou que Haddad não estava tergiversando o tema e que respondeu o que foi indagado.

 Brunini voltou a reclamar e disse que havia perguntado se era o ministro era “negacionista da economia” e não sobre temas relacionados à saúde e geografia.

Em 2019, o guru da extrema-direita Olavo de Carvalho chegou a dizer que não havia encontrado nada que refute a ideia conspiratória de que a Terra é plana. O presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte), durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), Dante Mantovani, disse, na época, que “terrabolistas são ótimos em fazer piadinhas acerca da autoevidente planicidade da superfície terrestre”.