Carlos Ferro preside o inquérito. Foto de Carlos Alberto Reis Sampaio.
Apesar de não constar no site do Tribunal de Justiça, sabe-se, extra oficialmente, que Adiane Jaqueline Neves Da Silva, juíza de Direito da Comarca de São Desidério, não aceitou os pedidos de liberdade provisória impetrados por advogados em favor de Josias de Oliveira Cruz e outros dois detidos na Operação de desvio de cargas em fazendas. Como as investigações prosseguem, tanto o delegado titular de São Desidério, Carlos Ferro, como o titular de Luís Eduardo Magalhães, Rivaldo Luz, estão preferindo não falar à imprensa sobre o assunto.
Os delegados não confirmam, mas devem ter pedido ou pedirão à Justiça o bloqueio de bens dos implicados no sentido de minorar o prejuízo das vítimas.
Outras prisões deverão acontecer no decorrer da semana, fato que também não é confirmado oficialmente pela Polícia Judiciária nas duas comarcas.
O delegado Carlos Cruz Ferro e o agente investigador de polícia Leonidas, foram recebidos a tiros na manhã de ontem, 27, durante diligência policial na residência de Ismael Carlos Ferreira dos Santos, vulgo Miucha, no povoado de Vereda das Lajes, São Desidério, região Oeste da Bahia.
Ismael é acusado de agredir fisicamente e quebrar a porta da residência de sua mãe, Cecília Ferreira dos Santos, 60 anos.
O delegado foi alvejado no braço esquerdo quando passava por debaixo de um arame que cerca na residência do agressor. Ele efetuou dois disparos, usando duas espingardas de fabricação artesanal (bate-bucha). Parte dos chumbos atingiram o colete a prova de balas. Um dos chumbos da espingardas acertou um dos braços do delegado.
Ismael foi imobilizado e algemado logo em seguida por Leonidas. Ele sofre do mal de epilepsia e de acordo com o policial civil, seus familiares alegaram que ele ficou transtornado porque pode ter ingerido o seu medicamento de tarja preta e ao mesmo tempo feito consumo de bebida alcoólica. Do blog Alô Salomão, com edição do Jornal Nova Fronteira.
Na noite de ontem, terça-feira, 06, por voltas de 23h, três bandidos tentaram invadir a Delegacia da cidade de São Desidério.
De acordo com informações, um casal foi até a delegacia de polícia e chamou pelo carcereiro. O casal usou a justificativa de que iria pedir para ao mesmo que entregasse um lanche e refrigerante para um dos presos.
Quando o carcereiro saia para atender o casal, foi surpreendido por um terceiro elemento armado que disparou contra o mesmo. Por sorte, o tiro atingiu uma das grades que protege a delegacia.
De acordo com informações da polícia, o trio queria dar fuga para um dos presos e assassinar outro preso de prenome Luciano. O mesmo, antes de ser preso já teria tido desavenças com o bando que tentou invadir a cadeia.
Após não obter êxito nos assassinatos, do carcereiro e do preso, e na fuga do preso, o trio fugiu.
Pedido de socorro
O delegado Carlos Cruz Ferro, que responde por aquela delegacia, pediu ajuda para a polícia civil de Barreiras, que por sua vez, prontamente atendeu ao chamado, enviando para a cidade o delegado Joaquim Rodrigues e os agentes Washington, Gaúcho e Júlio.
Prisão
Por voltas de 2h da madrugada desta quarta-feira, 07, a polícia civil estourou o esconderijo do bando. Os bandidos estavam na residência de uma das mulheres que participou do atentado a delegacia.
Na casa, a polícia descobriu que no local funcionava uma boca de fumo. Na casa, foi apreendida uma certa quantidade de drogas e também a arma de fogo usada para tentar matar o carcereiro da delegacia.
A polícia civil descobriu que os envolvidos no atentado a delegacia de polícia de São Desidério eram dois homens e duas mulheres.
No local foram presos ainda, um dos fugitivos do complexo policial de Barreiras e uma menor de idade que é filha da dona da boca de fumo que foi estourada pela polícia.
Todos os detidos, com exceção da menor, serão indiciados por formação de quadrilha, tentativa de assassinato, tentativa de dar fuga a detento, porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas.
Do correspondente do Blog do Sigi Vilares em Barreiras- repórter Nei Vilares.
Delegado Carlos Ferro, de São Desidério, principal responsável pela investigação e pela instauração dos inquéritos.
O advogado Leonardo Monteiro Leite, quando chegava detido ao Complexo Policial. Os detidos foram divididos em três celas: aqueles com curso superior, sem graduação e a mulher, Ana Elizabete, numa cela separada.Foto de Eduardo Lena, do jornal Nova Fronteira.
Foi deflagrada, no dia de hoje, em 03 (três) Estados da Federação, a Operação denominada de “Terra do Nunca”, que é resultadode17 (dezessete) mesesde investigações, originada a partir de indícios e das práticas de infrações penais, em decorrência da aquisição de “papeis públicos”, para a comumente chamada “grilagem” de terras, ocorrida no município de São Desidério.
Afirma o delegado Carlos Ferro:
“Certo é, que os investigados, utilizavam de procedimentos fraudulentos e criminosos, principalmente, em se tratando doOFÍCIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS DE SÃO DESIDÉRIO e do TABELIONATO DO 2º OFÍCIO DE NOTAS DA COMARCA DE BARREIRAS, cujos servidores, estavam sendo alvo de uma pluralidade de inquéritos policiais, em trâmite, na Delegacia de Polícia de São Desidério, com base legal, nos artigos 297(Falsificação de documento público), 299(Falsidade ideológica), 317(Corrupção passiva), § 1º, 333 parágrafo único (Corrupção ativa), e 288 (formação de quadrilha), todos do Código Penal.
As investigações levadas a efeito, indicam o modus operandi de quadrilhas evidenciadas pelas participações de advogado, latifundiários, empresários, serventuários da justiça, e pessoas outras, que vinham desenvolvendo há um bom tempo à atividade criminosa, que resultam de forma fraudulenta, na lavratura de diversasESCRITURAS PUBLICAS DE COMPRA E VENDA, no CARTÓRIO DE NOTAS DO 2º OFÍCIO DA COMARCA DE BARREIRAS/BA, dando origem, por sua vez, a uma pluralidade de REGISTROS DE MATRÍCULAS, no CRI DE SÃO DESIDÉRIO/BA, na comumente e intitulada “grilagem”de terra.”
Dessa forma, o delegado Carlos Ferro, representou por 23 (vinte três) prisões preventivas. Diga-se de passagem, que tal medida, longe a de representar uma punição antecipada pelos crimes cometidos, constituiu sim, um meio hábil para proteger o meio social da ação contumaz dos investigados. Daí porque o principal fundamento para a custódia funda-se na GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA, e do INEQUÍVOCO RISCO ÀS INVESTIGAÇÕES e principalmente à FUTURA INSTRUÇÃO CRIMINAL, caso os representados permaneçam em liberdade.
Além disso, as condutas, de alguns dos investigados, por serem serventuários da justiça,acarretaram a quebra da confiança que a população deposita nos funcionários públicos, causando enorme prejuízo à regularidade dos serviços prestados, mormente o número imenso de ESCRITURAS PÚBLICAS e REGISTROS DE IMÓVEIS, lavrados nos Tabelionatos de Notas do 1º Ofício de Barreiras, e no Cartório de Registro de Imóveis de São Desidério..
Acresça-se, ainda, que a maioria dos presos, são pessoas conhecidas no município de São Desidério, Barreiras e cidades circunvizinhas, sendo a quadrilha composta por advogados, empresários, grandes latifundiários, serventuários da justiça, além de indivíduos que já tiveram envolvimento com outros crimes, e que ficaram conhecidos nacionalmente, no caso do “mensalão”.
Polícia usou forte aparato, com inúmeras viaturas e perto de 100 homens envolvidos na operação. Participaram delegados de todos os 13 municípios da 11 Coorpin, coordenada pelo delegado José Resende de Morais Neto, além de pessoal do GAECO e membros do Ministério Público da Bahia e de Minas Gerais.
Na realidade, a fase final da operação começou há 3 dias, com a vigília dos suspeitos e monitoramento de sua movimentação.
José Resende de Morais Neto, delegado coordenador da 11ª COORPIN, e delegados que fizeram parte da “Terra do Nunca”. Ele participou de inúmeras reuniões em Salvador para planejar o desenlace da Operação.
Parte do material apreendido na casa dos indiciados
Foram presos, por mandado de prisão preventiva, expedido pelo MM Juiz de Direito da Comarca de São Desidério, Gabriel Moraes Gomes:
No estado de Minas Gerais – Belo Horizonte
1 . MARCOS VALÉRIO FERNANDES DE SOUZA; empresário (publicitário)
2. RAMON HOLLERBACH; empresário (publicitário)
3. FRANCISCO MARCOS CASTILHO SANTOS; empresário (publicitário)
4. MARGARETTI MARIA DE QUEIROZ FREITAS. empresária (publicitária)
No estado de São Paulo – São Paulo
5. MARCUS VINICIUS RODRIGUES DE MARTINS CARDOSO; empresário
No estado da Bahia – Barreiras
6. LEONARDO MONTEIRO LEITE; advogado
7. ANA ELIZABETE VIEIRA SANTOS; ex-tabeliã e mãe do piloto de Formula 1 – LUIZ RAZIA
8. NADIR DE OLIVEIRA TAVARES BOTELHO; serventuária da justiça (funcionária pública)
9. NILTON SANTOS DE ALMEIDA; Bacharel em Direitoe empresário
10. ADROALDO MOREIRA DA COSTA; agricultor
11. RAIMUNDO VARQUES GONÇALVES LIMA; empresário
12. ADILSON FRANCISCO DE JESUS;
13. GILKINSON BOTELHO DOS ANJOS, vulgo “CHIQUINHO”;
14. JOÃO ONIVALDO FACCIO;
15. RONALDO DA SILVA SCHITINE
Informações prestadas pelo delegado Carlos Ferro, que preside os inquéritos já instaurados.
Grande número de viaturas participou da Operação, que ainda continua: mais prisões deverão ser efetuadas neste final de semana.