Mais um caso de megagrilagem de terras no Oeste baiano chega à Justiça em Brasília.

Área da Fazenda Santa Maria, em Formosa do Rio Preto, na margem esquerda do rio. 

Por João Carlos Rodrigues//Da redação AGROemDIA

Mais um caso envolvendo uma suspeita de megagrilagem de terras no oeste da Bahia volta à Justiça. Desta vez, no Conselho Nacional da Justiça (CNJ), em Brasília, onde tramita ação de anulação de registro, com pedido de liminar, de uma área de 382 mil hectares – quase duas vezes o tamanho da cidade do Rio de Janeiro –, pertencente à Fazenda Santa Maria, no município de Formosa do Rio Preto. Recentemente, uma desembargadora e um juiz da Justiça baiana foram presos acusados de participar de registro ilegal de uma área quase do mesmo tamanho também em Formosa do Rio Preto. 

Segundo a ação, ajuizada no CNJ pelo Escritório de Advocacia Bedran Associados, o fazendeiro José Raul Alkmim Leão obteve a matrícula dos 382 mil hectares da fazenda no Cartório de Registro de Imóveis de Corrente (Piauí), e o registro na Comarca da Justiça de Santa Rita de Cássia (BA), em 1980, embora tenha comprado 36 mil ha dos herdeiros do espólio de Eutimío Messias Cavalcante, que era casado com Rosa Lustosa Messias.

Alkmim garante, porém, que adquiriu legalmente mais de 300 mil ha dos herdeiros, em 1979, e diz que espera ser acionado pelo CNJ para esclarecer o caso com base em documentos.

Rosa Messias, falecida em 1970, foi a inventariante da herança de Eutímio. No inventário, emitido pelo Juízo Cível de Corrente, coube à viúva 83% da fazenda, ou seja, 317,3 mil hectares, em Formosa do Rio Preto, divisa com Tocantins. O restante ficou para os nove filhos de Eutímio, que informam ter vendido 36 mil ha para Alkmim.

No entanto, consta no pedido de liminar que o fazendeiro juntou as matrículas de toda a área da Santa Maria – a parte da viúva e a parte dos herdeiros – e conseguiu um único registro de todo o imóvel em seu nome.

De acordo com a ação, o imóvel apresentado para registro por Alkmim atalha a cadeia sucessória e foi feito com base em suposto inventário de Eutímio, no qual ele teria transferido toda à propriedade aos herdeiros.

Ainda conforme o processo, o registro obtido por Alkmim ignora a cadeia sucessória e omite que Rosa herdou 83% da fazenda, além de não citar a divisa com Tocantins, o que deveria ter sido feito pelo tamanho da área, a fim de verificar se ela não avança no território daquele estado.

Corrente do Piauí

Isso pode mostrar, segundo a ação, que Alkmim se apropriou de toda área irregularmente. Embora tenha comprado dos nove herdeiros – dois também já falecidos – 36 mil ha, o fazendeiro mapeou e registrou toda a fazenda, reforça trecho da liminar.

Para o Escritório Bedran Advogados, há indícios de participação no caso do Cartório de Registro de Imóveis de Corrente. Uma das alegações para a suspeita é o fato de o cartório ter deixado de fazer constar no registro que Rosa era dona de 83 % da Santa Maria.

Diante disso, os herdeiros pedem a anulação do registro dos 382 mil hectares em nome de Alkmim. O valor da ação é calculado em cerca de R$ 9 bilhões. O Escritório Bedran Associados esclarece que ajuizou o pedido de providências no CNJ tendo em vista o escândalo envolvendo membros do Judiciário baiano no registro ilegal de 366,8 mil hectares, também em Formosa do Rio Preto, em nome do mecânico José Valdir Dias.

A expectativa dos herdeiros de Rosa é que o pedido de liminar seja julgado neste retorno do recesso do Judiciário. Agricultores do oeste baiano, eles afirmam que só descobriram que Alkmim havia registrado toda a Santa Maria em seu nome quando foram ao Cartório de Corrente pedir o registro do imóvel de Rosa. O cartório se negou a entregá-lo, mesmo com determinação judicial, alegando que os papéis haviam sido destruídos num incêndio, ressalta o Escritório Bedran Associados, que tem sede em Brasília e filial em Barreiras (BA).

A constatação deu origem ao início do processo. O registro da área em nome de Rosa, assinala o Escritório Bedran Associados, está intacto, sem mudanças, no Fórum de Corrente. Os herdeiros asseguram nunca foram intimados sobre o acréscimo de quase 10 vezes que Alkmim fez na área originalmente comprada, que saltou de 36 mil hectares para 382 mil hectares. Tampouco, sublinham eles, venderam a herança proveniente de Rosa.  Atualmente, 80% da área produz soja e algodão.

Apesar de Rosa ter morrido em 1970, o Escritório Bedran Associadas salienta que, neste caso, não há prazo para pedir a nulidade do registro do imóvel e a consequente retomada da Fazenda Santa Maria pelos herdeiros.

Herdeiros querem retomar terras no oeste baiano – Foto: Divulgação

Alkmim nega irregularidades

Procurado pelo AGROemDIA, Alkmim, 77 anos, negou qualquer irregularidade no registro da Santa Maria e considerou o processo uma forma de pressão para fazê-lo pagar novamente pela área. Afirmou ainda que já teve a posse da área reconhecida, com trânsito em julgado, pela Justiça. E estranhou que a ação só tenha sido ajuizada em 2020, 50 anos depois da morte de Rosa, viúva de Altímio e inventariante da herança.

“A Rosa morreu em 1970. Eu comprei a fazenda em novembro de 1979. Adquiri mais de 300 mil hectares dos herdeiros e paguei em janeiro de 1980. Foram cerca de 10 milhões ou bilhões de cruzeiros. Não lembro bem qual o valor nem a moeda. Vendi uma fazenda com 6 mil bois, em Goiás, e pedi empréstimo no banco para comprar a área. Por exigência de um dos herdeiros, paguei em dinheiro. Ele nunca tinha visto tanto dinheiro”, lembrou o fazendeiro.

Alkmim pontuou que a Santa Maria já foi objeto de outras disputas judiciais, inclusive com o governo da BA “O ex-governador Antônio Carlos Magalhães tentou me tomá-la, argumentando que a terra era devoluta e acusando-me de grilarem, mas não levou. A Justiça reconheceu que a área era de domínio particular,” recordou o fazendeiro, acrescentando que os herdeiros já haviam vendido a fazenda, várias vezes antes, para outras pessoas, o que o levou a registrá-la em seu nome.

Apresentando-se como agricultor, pecuarista e colonizador da região do oeste baiano, Alkmim declarou ainda que não tem “negócio enrolado” e que já deu esclarecimentos sobre a compra da Santa Maria até em audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, em dezembro de 2018. “A posse dessa área é legitimamente minha.”

O fazendeiro enfatizou que fez benfeitorias na Santa Maria, quase toda já revendida. “Fiz mais de mil quilômetros de estradas e levei energia para a área, onde hoje tem uma vila com mais de 400 famílias, escola, posto de saúde, supermercado e restaurante.”

O agropecuarista observou também que os herdeiros nunca haviam feito representação, anteriormente, contestando a posse da área. Disposto a mostrar que tudo foi feito de modo legal, Alkmim ficou de mostrar ao AGROemDIA, quando vier a Brasília, a documentação referente à propriedade da Santa Maria em seu nome.

Operação Faroeste: Corregedoria abre processo contra chefe do Cartório de Formosa.

Adailton Maturino, mentor da grande operação de grilagem de terras no Oeste baiano.

O corregedor das Comarcas do Interior, Osvaldo de Almeida Bonfim, determinou abertura de um processo administrativo disciplinar contra Davidson Dias de Araújo, delegatário do Cartório de Registro de Imóveis de Formosa do Rio Preto, no oeste da Bahia. Araújo é acusado de descumprir ordens do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) relacionadas a tentativa do suposto cônsul da Guiné Bissau Adailton Maturino de se apossar de 336 mil hectares de terras na região de Formosa do Rio Preto.

Pela ordem do CNJ, o Cartório de Registro de Imóveis de Formosa do Rio Preto deveria dar andamento à anulação da portaria administrativa 105, do Tribunal de Justiça da Bahia, e se abster de cancelar as matrículas 726 e 727, origem da disputa sobre quem são os verdadeiros donos das 336 mil hectares de terras cobiçadas por Maturino (as terras equivalem à décima parte do território da Guiné Bissau). Com base no cancelamento das duas matrículas, o suposto cônsul se apossou temporariamente das terras e passou a cobrar “pedágio” dos agricultores, que ocupam as propriedades há mais de duas décadas.

A portaria 105 e o cancelamento das matrículas estão no centro das investigações da Operação Faroeste, que têm como relator o ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal indicam que as duas decisões estariam relacionadas a pagamentos de propina. Entre os investigados no caso estão Maturino e mais outras 14 pessoas. Na lista de investigados estão quatro desembargadores, inclusive dos ex-presidentes do Tribunal de Justiça, e três juízes estaduais.

Almeida Bonfim determinou a abertura de processo disciplinar contra Davidson Dias de Araújo na terça-feira da semana passada, depois da conclusão de uma sindicância sobre supostas irregularidades cometidas pelo delegatário. O corregedor destacou a juíza Liz Rezende de Andrade, assessora especial da Corregedoria, para conduzir a apuração. O corregedor fixou prazo de três meses para o encerramento do processo, que pode resultar em severas punições contra o delegatário.

ENTENDA O CASO
O CNJ determinou a anulação da portaria 105 em março do ano passado. Editada em 2015 pelo Tribunal de Justiça da Bahia, a portaria permitiu a transferência de 366 mil hectares de terras de produtores rurais em Formosa do Rio Preto para José Valter Dias, borracheiro que atuaria em associação com Maturino. As terras estão ocupadas há quase 30 anos por aproximadamente 300 agricultores, que migraram para a região num programa do governo federal em parceria com o governo japonês.

O TJ da Bahia editou a portaria antes mesmo de ouvir os agricultores. A medida forçou os agricultores a pagar parte da produção de soja ao grupo do suposto cônsul. Depois de sucessivas denúncias de fraude, a decisão do Tribunal de Justiça foi anulada pelo CNJ e passou a ser investigada pela Operação Faroeste. Mesmo assim, o Cartório de Registro de Imóveis de Formosa do Rio Preto estaria resistindo em colocar em prática as ordens do CNJ.

Nota da Redação:

Adailton Maturino, preso no Complexo da Papuda, está contaminado com o novo coronavírus. Hipertenso, Maturino foi levado ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran) na última quinta-feira (14/05) com um pico de pressão. No mesmo dia, retornou para uma área de isolamento no Complexo Penitenciário da Papuda.

CNJ intima Tribunal de Justiça da Bahia para anular portaria sobre terras da Coaceral

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou a intimação do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) para anular, imediatamente, a controversa portaria que transferiu 366 mil hectares de terra em Formosa do Rio Preto a um único homem, José Valter Dias. A área é do tamanho de cinco vezes a cidade de Salvador. O cartório de registro de imóveis de Formosa do Rio Preto também será intimado.

O CNJ comunicou o fato à Corregedoria Nacional de Justiça, pedindo que acompanhe o cumprimento das deliberações.

“Intime-se o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia e o cartório de registro de imóveis da comarca de Formosa do Rio Preto/BA para imediato cumprimento das determinações contidas no acórdão proferido pelo plenário do CNJ (3577907) em 14 de março de 2019. Dê-se ciência à Corregedoria Nacional de Justiça para acompanhar o fiel cumprimento das deliberações do CNJ”, escreveu a relatora do caso, conselheira Maria Tereza Uille Gomes, em despacho assinado na quarta-feira, 14 de agosto.

Recentemente, o presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, determinou que o processo de execução deverá ser acompanhado pela própria relatora do caso no conselho.

Em 2015, o TJBA editou uma portaria administrativa que cancelou os registros imobiliários de 300 agricultores no Oeste da Bahia. Ao mesmo tempo, a portaria transferiu toda a área abrangida pelas matrículas dos agricultores, totalizando 366 mil hectares, para um homem só, o mecânico José Valter Dias. A portaria foi editada sem que os agricultores, que estão na região há mais de 30 anos, fossem sequer ouvidos.

Em março desde ano, o CNJ anulou a portaria do TJBA, por 12 votos a um. O tribunal baiano recorreu da decisão, defendendo que as terras permanecessem com José Valter Dias. Mas o CNJ rejeitou o recurso.

Segundo a decisão de março do CNJ, não é possível a edição “de um ato administrativo com o fim deliberado de cancelar matrículas e desconstituir títulos vigentes há mais de três décadas”. A decisão também apontou que “a forma erigida pelo TJBA para cancelar as matrículas” dos agricultores “viola os preceitos legais e as garantias do devido processo legal e do contraditório e da ampla defesa”, já que os interessados não foram sequer ouvidos. Na ocasião, o CNJ encaminhou o caso ao Ministério Público Federal “para providências que entender cabíveis, em face dos indícios de ilícitos praticados”.

PF investiga megaesquema de grilagem na região Oeste da Bahia

Por Jairo Costa Jr. e Luan Santos, na coluna Satélite, do Correio 24 horas.

A Polícia Federal (PF) abriu investigações para apurar indícios de um megaesquema de grilagem na região Oeste do estado, com foco no rumoroso caso envolvendo a posse de 366 mil hectares de terras em Formosa do Rio Preto.

Fontes com acesso ao inquérito relataram à Satélite que a PF entrou em campo após solicitações feitas pela Comissão de Agricultura e Pecuária da Câmara dos Deputados e pela Procuradoria-Geral da União (PGU), já que há juízes e desembargadores implicados nas fraudes relacionadas a propriedades  situadas no coração do agronegócio baiano.

A investigação tem origem no que é conhecido pelos corredores do Incra como o maior processo de grilagem que já se teve conhecimento na história do país.

No início de março, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) anulou, por 12 votos a um, a portaria do Tribunal de Justiça da Bahia que entregava a apenas um homem, José Valter Dias, a posse sobre a área equivalente a cinco vezes o tamanho de Salvador. Ex-borracheiro, Dias alega ser o verdadeiro dono das terras ocupadas por mais de 300 agricultores que migraram do Paraná para o Oeste da Bahia.

Cerca Lourenço

Em outro flanco, o desembargador Salomão Resedá, corregedor das comarcas do interior no TJ, determinou em 30 de abril uma devassa no Cartório do Registro de Imóveis e Hipotecas, Títulos e Documentos Civis de Formosa do Rio Preto. Na portaria, Resedá ordenou que os arquivos e documentos do órgão ficassem disponíveis em lugar de fácil acesso para ele e integrantes de sua equipe nos dias 2 e 3 de maio. Pouco antes, o delegatário do cartório investigado por supostas irregularidades, Davidson Dias de Araújo, havia sido punido com 90 dias de suspensão. Ao mesmo tempo, o CNJ exige que a Corregedoria-Geral do TJ preste esclarecimento sobre as denúncias de grilagem de terras que respingam em servidores do Judiciário e do Incra, além de magistrados da Corte.

Passagem de arado

O cerco da PF e do CNJ sobre o caso dos 366 mil hectares do Oeste  foi alavancado também por um relatório elaborado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). No documento, constam indícios de movimentação atípica da ordem de R$ 5 milhões, por meio de transações bancárias que entraram no radar dos investigadores por causa dos nomes citados pelo Coaf.

Nota da redação de O Expresso:

Calcula-se que as áreas envolvidas no processo, valham no mínimo 250 sacas de soja por hectare, incluídas aí áreas de reserva legal, áreas de preservação permanente (margens de rio) e áreas ainda não beneficiadas. Não estão aí contabilizadas a infraestrutura de produção, como sedes, escritórios, armazéns e secadores. Trata-se do valor da terra nua com os benefícios de correção e melhorias do solo. Com isso o valor da terra grilada seria de no mínimo R$5,5 bilhões, o que gerou a cobiça de todos os envolvidos na grande fraude.

Caso da questão de terras em Formosa: Presidente do TJ-BA é alvo de reclamação no CNJ

Gesivaldo Britto é alvo de reclamação no CNJ por irregularidades na designação de juízes. Decisões suspeitas transferiram 366 mil hectares de terras a um único homem no Oeste da Bahia

O presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), Gesivaldo Britto, virou alvo de reclamação disciplinar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pela acusação de irregularidades ao nomear juízes para as comarcas de Formosa do Rio Preto e Santa Rita de Cássia, no Oeste do Estado.

A reclamação foi motivada por uma série de atos administrativos e decisões judiciais que transferiram a propriedade e a posse de 366 mil hectares de terra a um único homem, José Valter Dias. A área equivale a cinco vezes o tamanho da cidade de Salvador. Cerca de 300 produtores de soja que estão nas terras desde a década de 1980 estão sendo prejudicados.

A reclamação disciplinar foi apresentada pelo deputado federal Valtenir Pereira (MDB-MT), membro da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, e pelo ex-deputado Osmar Serraglio (PP-PR), que integrou a comissão. Em dezembro, uma audiência pública promovida pelo órgão denunciou a existência de graves mecanismos sistêmicos de grilagem de terras no Oeste da Bahia, “havendo fortíssima suspeita de ilícitos por parte de membros da magistratura baiana”, conforme relata a reclamação.

Segundo o documento, o presidente do TJBA tem designado juízes para o Oeste do Estado “em afronta aos critérios legais e com o único intuito de beneficiar o casal José Valter Dias e Ildenir Gonçalves Dias.”

A reclamação disciplinar inclui ainda as juízas Marivalda Moutinho e Eliene Oliveira, acusadas de praticar “atos absolutamente ilegais, em absoluto prejuízo à confiabilidade do sistema de justiça.” O juiz Sérgio Humberto de Quadros Sampaio também é mencionado.

No dia 1 de março, o CNJ anulou uma portaria de 2015 do TJBA que transferia a propriedade dos 366 mil hectares a José Valter Dias e cancelava cerca de 300 matrículas (registros de imóveis) de agricultores locais.

O presidente do TJBA apresentou recurso contra a decisão, defendendo que as terras permanecessem com José Valter Dias. Não oteve sucesso. Logo em seguida, ele nomeou a juíza Eliene Oliveira – que até então atuava em juizados especiais em Salvador, a 1.000 km de distância – para atuar em caráter excepcional, a partir de 27 de março, em Formosa do Rio Preto.

Duas semanas depois, a juíza Eliene Oliveira deu uma liminar contrariando a decisão do CNJ e transferindo novamente os 366 mil hectares a José Valter Dias.

A liminar foi suspensa esta semana pela desembargadora Ilona Márcia Reis.

A reclamação aponta que Eliene Oliveira concedeu a liminar sem sequer ouvir os agricultores, o Ministério Público ou o ICMBio – que é parte interessada já que as terras requeridas por Dias envolvem uma parcela importante de uma reserva ambiental, a Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins.

Os juízes Sergio Sampaio e Marivalda Moutinho também deram decisões semelhantes, que tornaram José Valter Dias um dos maiores latifundiários do Brasil, sem que as outras partes interessadas sequer fossem ouvidas. As irregularidades apontadas também incluem o fato de que os juízes deixaram de analisar ou enviar ao TJBA pedidos de suspeição apresentados contra eles, optando por julgar os processos assim mesmo – ao contrário do que manda a lei.

A reclamação menciona sessão recente do pleno do TJBA em que diversos desembargadores questionaram os critérios de Gesivaldo Britto ao designar os juízes Sérgio Sampaio e Marivalda Moutinho para a região – o que desagradou o presidente da corte baiana.

“A designação ad hoc de magistrados com evidente intenção de atendimento aos interesses do casal Dias se assemelha a verdadeiro tribunal de exceção”, afirma a reclamação.

CNJ volta a reunir-se nesta terça-feira. Veja a pauta.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realiza, nesta terça-feira (5/6), a 273ª Sessão Ordinária. A reunião será iniciada às 9h e a pauta traz 152 itens.

Por classe processual, estão pautados: três processos administrativos disciplinares, três reclamações disciplinares e oito revisões disciplinares. Também estão listados dezoito procedimentos de controle administrativos e 21 pedidos de providências. Podem ser julgados ainda quatro processos de comissão, dez atos normativos e onze consultas. O restante da pauta tem 74 recursos administrativos.

Destes itens, cinco se referem a liminares pendentes de ratificação, 25 aguardam apresentação de voto vista, 80 são remanescentes de sessões anteriores e 42 processos entram na pauta pela primeira vez.  

A sessão pode ser acompanhada, ao vivo, por meio da TV Plenário. A pauta da sessão pode ser acessada aqui.

Veja a proporção dos salários, acima do teto constitucional, dos juízes por Estado

Que tal o Maranhão e o Piauí, estados pobres? E o Amapá e Minas Gerais, com 99% e 98%, respectivamente, dos juízes ganhando acima do teto constitucional?

A grande maioria dos magistrados trabalha muito, mas tem férias duas vezes por ano, auxílio moradia e outras mordomias inerentes – ou não – ao cargo.

A Bahia e o Espírito são os estados com menores distorções salariais.

O salário do juiz federal de primeira instância, Sérgio Fernando Moro, furou o teto constitucional nos últimos 32 meses.  

Brasil, o País onde não se constroem escolas e nem presídios para substituí-las

presosRelatório do Conselho Nacional de Justiça, divulgado no final do mês de fevereiro, indica uma população carcerária de 654.372 presos no País. Partindo do pressuposto que cada detido sob a tutela do Estado custa R$2.500,00 por mês, o País está gastando R$1,63 bilhão de reais por mês ou a bagatela de 54 milhões de reais por dia. 

Certo estava o educador e político Darcy Ribeiro, quando há 50 anos asseverou:

“Se os governantes não construírem escolas, em 20 anos faltará dinheiro para construir presídios”

Um dos absurdos que se vê apenas no Brasil e em outros países sub-desenvolvidos é que os estudantes não tenham o direito de estudar o nível médio normal nas escolas e o ensino profissionalizante ao mesmo tempo. 

Está certo também quem diga que muitos desses detidos hoje, a grande maioria por tráfico de drogas e roubo, delinquiriam de qualquer maneira. Mas e a outra grande metade que poderia se salvar das grades seguindo o caminho correto? 

Lula ainda tentou: em 12 anos de governos de Lula e Dilma foram criadas 282 escolas técnicas federais, três vezes mais do que foi construído em quase um século de história do Brasil.

Mas aí chegou o tempo da chantagem, da extorsão, da propina e da corrupção, permeada no Governo do PT desde os tempos do mensalão, basicamente pelos “aliados” liderados pelo PMDB, as ariranhas do dinheiro público.

Carta Capital: Brasil tem o judiciário mais caro do mundo, que gasta 1,3% do PIB

carta-capital

Os juízes brasileiros vivem em um paraíso. No ano passado, embolsaram 46,1 mil reais mensais de remuneração, em média. Em um país em que a renda per capita mensal foi de 1,1 mil reais em 2015, segundo informações do IBGE, é como se cada magistrado valesse 41 cidadãos.

Os vencimentos dos 17 mil togados foram conhecidos nesta segunda-feira 17, em uma radiografia anual do Judiciário divulgada pelo Conselho Nacional de Justiça, órgão existente para fiscalizar tribunais. Os servidores à disposição dos juízes também ganharam bem: salário médio de 11,8 mil mensais em 2015.

raio

Os contracheques no Judiciário nacional fazem dele o mais caro do planeta. No ano passado, o poder consumiu 79,2 bilhões de reais dos cofres públicos, o equivalente a 1,3% das riquezas geradas no período (PIB). Mais do que em 2014 – apesar de 2015 ter sido um ano de forte recessão econômica -, quando mordera 68,4 bilhões de reais, ou 1,2% do PIB.

Leia mais na Carta Capital desta semana.

Decisão do CNJ vai mudar propriedade de terras em 405 mil hectares no Oeste

foto do Diário do Oeste
Ronald Levinsohn. Foto do Diário do Oeste

O desembargador José Olegário Monção Caldas, corregedor das comarcas do interior do Estado da Bahia, despachou, no final de janeiro, a pedido do Conselho Nacional de Justiça, determinação para cancelamento de matrículas imobiliárias originárias da Comarca de Santa Rita de Cássia, atualmente sobre o domínio da Comarca de Formosa do Rio. Só uma dessas matrículas, a de nº 736, bloqueada para novos desmembramentos, importa numa área de 405 mil hectares de terra, inclusive parte da fazenda Estrondo, que ficou durante muito tempo sob a posse, nem sempre mansa e pacífica, de Ronald Guimarães Levinsohn, ex-banqueiro e dono de faculdades no Rio de Janeiro, como a UniverCidade, hoje em processo falimentar.

Veja o despacho do Magistrado:

“Cumpra-se o quanto determinado pelo Conselho Nacional de Justiça nos autos do Pedido de Providencias nº 0005110-87.2012.2.00.0000. Expeça-se os mandados determinando que o Oficial do Cartório do Registro de Imóveis e Hipotecas da Comarca de Santa Rita de Cássia proceda: a) seja averbada na matricula nº 736, aberta em 30.12.1978, a proibição de novos desmembramentos e eventuais remanescentes, a vigorar até que se apure, pelo procedimento próprio, a eventual existência de remanescente; b) o bloqueio imediato da matricula nº 3773, aberta em 25.05.1987, até a verificação da regularidade do procedimento de retificação, sem prejuízo da verificação da correção do procedimento adotado para a sua abertura; c) o bloqueio imediato da matricula nº 5279, aberta em 01.03.1966, para que não sejam promovidos novos desmembramentos sem prévia e regular apuração de remanescente. Expeça-se os mandados determinando que o Oficial do Cartório do Registro de Imóveis e Hipotecas da Comarca de Formosa do Rio Preto proceda: a) seja averbada na matricula nº 1282, aberta em 26.06.1998 e matricula nº 1287, aberta em 07.04.1998, a proibição de novos desmembramentos e eventuais remanescentes, a vigorar até que se apure, pelo procedimento próprio, a eventual existência de remanescente; b) o bloqueio imediato das matricula nº 616, aberta em 27.08.1993, matricula nº 617, aberta em 27.08.1994, matricula nº 668, aberta em 17.05.1994, matricula nº 1132, aberta em 21.11.1997 e matricula nº 1239, aberta em 19.06.1998, até a verificação da regularidade do procedimento de retificação, sem prejuízo da verificação da correção do procedimento adotado para a sua abertura. Determino, ainda, que os Senhores Oficiais do Registro de Imóveis e Hipotecas das Comarcas de Santa Rita de Cássia e Formosa do Rio Preto, após o cumprimento dos mandados, dêem ciência aos atingidos, o que poderá fazer por qualquer meio hábil, inclusive pelo Correio. Expedidos e encaminhados os mandados, retornem os presentes autos ao Juiz Auxiliar da 2ª Região para a adoção das demais providências determinadas pelo Conselho Nacional de Justiça – CNJ.” 

Maranhão pode ter mais 5.539 criminosos na rua, com mandando de prisão em aberto.

O número de pessoas procuradas pela polícia é maior que o total de presos do Maranhão, de acordo com dados do Banco Nacional de Mandados de Prisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Informações da Folha de S. Paulo mostram que a população carcerária do estado, que em dezembro chegou a 4.725, já é 30% maior do que a capacidade, mas a situação ficaria ainda pior caso fossem cumpridos os 5.539 mandados de prisão expedidos pela Justiça. Atualmente, o Maranhão conta apenas com 3.607 vagas em presídios, o que gera um déficit de mais de mil lugares.

Em nota, a Associação de Magistrados do Brasil (AMB) informou que a quantidade de foragidos revela a falta de estrutura do poder Executivo, que não os prende nem consegue controlar a população carcerária. De acordo com a AMB, o Maranhão é o estado com menor taxa de encarceramento do país “o que confirma que o caos penitenciário não decorre do excesso de presos – definitivos ou provisórios”.

Segundo o juiz da Vara de Execuções Penais, Fernando Mendonça, o número de mandados expedidos pode ser ainda maior, chegando a 12.000. “Muitos dos que têm mandados expedidos nem sabem que eles existem, são pessoas condenadas por crimes, mas nunca foram encontradas, por exemplo. A polícia não cumpre por um motivo ou outro, e o sujeito segue livre”, disse.

O Secretário-adjunto de Segurança Pública do Maranhão, Laércio Costa, disse ao Uol que existe também carência de policiais militares. Segundo ele, são 6,7 mil PMs no estado, quando seriam necessários mais de 15 mil. Da Folha, editado pelo Bahia Notícias.

Colégio Anísio Teixeira

O voto do corregedor que originou o processo dos presidentes do Tribunal de Justiça

Os desembargadores afastados
Os desembargadores afastados

Depois de citar desmandos de toda a ordem na Justiça da Bahia, como falta de pessoal nas varas de primeira instância*; o já celebre caso dos cálculos dos precatórios;  um acordo à margem de licitação pública com banco privado para a construção de um anexo ao prédio do Tribunal de Justiça, em troca dos depósitos judiciais e das contas salário dos funcionários;  o ministro Francisco Falcão, dá o seu voto de relator nas repetidas sindicâncias pelas quais passou a anterior e a atual presidência da Corte baiana. Esse voto foi que determinou a instauração de processo administrativo/disciplinar contra o atual Presidente e contra a ex-Presidenta do TJ e que determinou o afastamento dos dois desembargadores.

Na justificativa do voto, o Ministro cita casos claros de nepotismo cruzado, com filha de desembargador servindo em gabinete de outro, para efeito de folha salarial, mas morando em São Paulo, por exemplo. Mais: em tabela, demonstra como funcionários e magistrados deixaram de apresentar suas declarações de bens, além de casos de extrema gravidade acontecidos nos cartórios judiciais e extra-judiciais. Diz o voto do ministro Falcão:

“Todo esse acervo de irregularidades, revela, a mais não poder, a presença de veementes indícios para a instauração de Processo Administrativo Disciplinar em face dos Desembargadores Mário Alberto Simões Hirs e Telma Laura Silva Britto, nos termos do inciso I do art. 35 da Lei Complementar 35/1979, visto que deixaram de cumprir e fazer cumprir, com independência, serenidade e exatidão, disposições legais e atos de ofício.

Não houve gestão e acompanhamento do cumprimento das determinações do CNJ, cuja origem está na competência constitucional de exercer o controle administrativo-financeiro do Poder Judiciário e merecem a mais alta relevância por parte dos destinatários.

Ao magistrado/administrador incumbe representação e gestão da instituição que capitaneia. Mutatis mutandis, chefia de Estado e de Governo. Priscas eras da presidência de Tribunal como momento de glamour. A consciência republicana, fortalecida pela existência do Conselho Nacional de Justiça, faz do biênio administrativo o ápice do labor da magistratura. Se os juízes trabalham muito, o magistrado/administrador deve trabalhar mais e, sobretudo, trabalhar bem!

Insta ter em consideração que muito se espera do magistrado/administrador. Ao alto valor da investidura das garantias da vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos é simétrica a expectativa de que a pessoa investida ofereça à sociedade resultados relevantes, acima do ordinário, para gerar superávit ético.

Há expectativas éticas sobre a toga que levam a decidir em prol da sociedade. Impoluto é o adjetivo para o magistrado. A sombra de suspeita depõe contra a dignidade do Poder Judiciário.

               Ante o exposto e considerando a intensidade da falta dos sindicados na condução das responsabilidades de implementar as políticas nacionais do CNJ, expressas inclusive nas determinações decorrentes das Inspeções/Correições, voto pela instauração de processo administrativo disciplinar em face dos Desembargadores MÁRIO ALBERTO SIMÕES HIRS e TELMA LAURA SILVA BRITTO.

               Diante dos debates ocorridos durante a 179ª Sessão deste Conselho Nacional de Justiça, acolho consideração do eminente Conselheiro Gilberto Martins, aprovada pelo Plenário, para determinar o encaminhamento de cópia integral dos autos do procedimento ao Ministério Público do Estado da Bahia e à Procuradoria Geral da República.”

               É como voto.

MINISTRO FRANCISCO FALCÃO

CORREGEDOR NACIONAL DE JUSTIÇA

*Em entrevista à Rádio CBN, o presidente da OAB na Bahia, Luiz Viana Queiroz, assegurou que o déficit de pessoal do Tribunal de Justiça é calculado hoje em 10.500 serventuários e um número maior de 200 juízes, apesar das recentes nomeações.

A presidente da Associação de Magistrados da Bahia, Nartir Dantas Weber, diz que é comum, no Estado, um juiz responder por 3 varas ou até mais em número de até 5 comarcas.

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CNJ vota pelo afastamento de desembargadores do Tribunal de Justiça da Bahia

Mario_Alberto_Hirs(2)O Conselho Nacional de Justiça está finalizando neste momento, 12h23m, a votação que preconiza o afastamento do desembargador Mário Alberto Hirs, atual presidente do TJ-BA, e estabelece processo disciplinar contra Telma Brito, ex-presidenta do Tribunal de Justiça da Bahia. Dez conselheiros, dos 15 que compõem o CNJ, já votaram pelo afastamento, enquanto dois votaram contra. A votação já é suficiente para que se proceda o afastamento dos desembargadores.

Neste momento, 12h28m, já temos um placar final: 11×4 pelo afastamento.

O presidente do TJ-BA, Mario Alberto Hirs, e sua antecessora, Telma Britto, são acusados de liberar indenizações superfaturadas. O prejuízo ao erário, pelos cálculos do CNJ, esbarra nos 400 milhões de reais.

Como os processos de precatórios costumam envolver cifras exorbitantes e juros para todo lado, qualquer variação no cálculo do valor da indenização impacta absurdamente no montante final que sai do caixa do Estado. O CNJ não tem indicativos de ganho financeiro de Hirs, Telma e dos outros dois suspeitos de participar das irregularidades – Ricardo D’ Ávila, juiz em Salvador, e um servidor do TJ-BA.

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Amanhã, julgamento no CNJ de presidente e ex-presidente do Tribunal de Justiça

O Plenário do Conselho Nacional de Justiça se reunirá nesta terça-feira (22/10) para a 177ª Sessão Ordinária do órgão. Na pauta de julgamentos constam 123 processos, entre Procedimentos de Controle Administrativo, Pedidos de Providências e Consultas realizadas por tribunais acerca das orientações estabelecidas pelo CNJ.

O número de Procedimentos Administrativos Disciplinares, movidos para apurar eventuais irregularidades cometidas por magistrados, chega a 17. Já Propostas de Atos Normativos a serem editados pelo órgão de planejamento estratégico do Judiciário brasileiro somam oito. Destacam-se os textos que tem por objetivo fixar os requisitos para expedir os mandados de citação de réus presos e regulamentar a emissão de passaporte para crianças e adolescentes.

Na pauta, o julgamento do atual presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, desembargador Mário Alberto Hirs, e contra a ex-presidente da Corte, Telma Britto. Eles responderão por eventuais prejuízos causados nas decisões sobre precatórios, da ordem de 448 milhões de reais.

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A transparência na Justiça é exemplar

Quem quiser conhecer a produtividade da magistratura em suas respectivas comarcas deve acessar a página Justiça Aberta do Conselho Nacional de Justiça, um exemplo de transparência para todas as outras instituições públicas do País. O detalhamento e a atualidade das informações impressiona o leitor. Clique no link, escolha seu Estado e o município do qual deseja a informação. A Comarca de Luís Eduardo Magalhães pode ser encontrada fora da ordem alfabética, na última posição dos municípios baianos.

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CNJ deve abrir processo disciplinar contra Presidente do Tribunal de Justiça

des-mario-alberto-simc3b4es-hirsO jornalista Lauro Jardim, da coluna Radar Online, da revista Veja, noticiou ontem que o Tribunal de Justiça da Bahia se encontra sob pesada investigação do Conselho Nacional de Justiça, que apura suspeitas de pagamentos indevidos de precatórios.
O presidente do TJ-BA, Mario Alberto Hirs, e sua antecessora, Telma Britto, são acusados de liberar indenizações superfaturadas. O prejuízo ao erário, pelos cálculos do CNJ, esbarra nos 400 milhões de reais.

Como os processos de precatórios costumam envolver cifras exorbitantes e juros para todo lado, qualquer variação no cálculo do valor da indenização impacta absurdamente no montante final que sai do caixa do Estado. O CNJ não tem indicativos de ganho financeiro de Hirs, Telma e dos outros dois suspeitos de participar das irregularidades – Ricardo D’ Ávila, juiz em Salvador, e um servidor do TJ-BA. Mas isso não vem ao caso.

Os flagrantes erros no cálculo das indenizações já são suficientes para o Conselho apurar a conduta dos magistrados até a nona casa decimal. Francisco Falcão pedirá abertura de processo disciplinar administrativo contra os quatro suspeitos na reunião do CNJ marcada para o dia 22. Em 16 de abril, o jornal O Expresso já havia reproduzido, em sua página eletrônica, notícia de O Globo, sobre as investigações.

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Corregedoria do CNJ abre sindicância contra presidente e ex-presidente do TJ/BA

Des Mario Alberto Simôes HirsO corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Francisco Falcão, determinou nesta terça-feira a abertura de sindicâncias contra o atual presidente e a ex-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, desembargadores Mário Alberto Simões Hirs e Telma Laura Silva Britto.

Serão investigados indícios de irregularidades encontrados na correição realizada entre 8 e 12 de abril. Há, por exemplo, problemas no pagamento de precatórios. Foi apurada diferença de R$ 448 milhões entre o valor devido e o valor pago.

“O setor de precatórios está sem controle, sobretudo em relação aos cálculos de atualização das dívidas e verificação dos requisitos legais para a formação dos autos dos precatórios, expondo o ente público a pagamentos indevidos de grande monta”, diz o relatório da corregedoria.

A correição também detectou assessores de gabinetes trabalhando em regime de revezamento. Eles comparecem uma ou duas vezes por semana e, supostamente, trabalham de casa nos outros dias. Além disso, cerca de mil magistrados e servidores não apresentaram nos últimos anos a declaração anual de bens e renda. E há um contrato firmado com o Banco do Brasil, com dispensa de licitação, para a administração de depósitos judiciais.

O corregedor também relatou a suspeita de extravio de uma ação civil pública por improbidade que chegou ao tribunal em março de 2011. E afirmou que o tribunal descumpriu, sem justificativa, uma série de determinações feitas pela Corregedoria Nacional de Justiça em inspeções realizadas nas gestões de Gilson Dipp e Eliana Calmon. Leia mais em o Globo.

Como é que diz mesmo o jornalista Bóris Casoi? “Uma vergonha!”

Ministro do STJ poderá ser novo corregedor do CNJ.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (13) a indicação de Francisco Falcão para o cargo de corregedor-geral do Conselho Nacional de Justiça. Se Falcão é ministro do Superior Tribunal de Justiça  e agora seu nome vai passar pelo plenário do Senado. Se aprovado ele substituirá a corregedora baiana, Eliana Calmon, que, em atitude exemplar, abriu, ao menos parcialmente, a caixa preta da Justiça no País. Foto de Elza Fiuza, da ABr.

Eliana Calmon: “a serpente está nascendo”.

“Eu preciso fazer alguma coisa porque estou vendo a serpente nascer e eu não posso me calar. É a última coisa que estou fazendo pela carreira, pelo Judiciário”.

Eliana Calmon, corregedora do Conselho Nacional de Justiça, comentando a polêmica surgida no seio da magistratura em relação à sua ação de faxina do Judiciário, em entrevista ao jornal Estadão.

Privatização de cartórios cria tabelião-biônico na Bahia

O jornal Folha de São Paulo publica hoje reportagem de Graciliano Rocha, afirmando que a Bahia vai privatizar cartórios sem realizar concurso público para definir os tabeliães que irão comandar uma máquina burocrática que faturou R$ 164 milhões em 2010.

O Estado é o único do país onde os cartórios são geridos pelo Tribunal de Justiça, mas uma lei aprovada pela Assembleia Legislativa em agosto e sancionada no mês passado pelo governador Jaques Wagner (PT) determinou a privatização.

Um artigo da lei estabelece que o servidor que hoje é chefe de cartório poderá optar por permanecer no serviço público ou receber a titularidade do cartório.

Na prática, a lei sancionada pelo governador restaurou um privilégio abolido pela Constituição, que havia determinado a privatização dos cartórios extrajudiciais. Até 1988, o governo nomeava os tabeliães. A situação mudou com a exigência de concurso público.

Na Bahia, foi diferente: servidores aprovados para um cargo com salário médio de R$ 4.000 poderão se tornar automaticamente donos de um caixa milionário.

O Estado tem 1.643 cartórios, mas a lei privilegia, sobretudo, os 200 chefes dos cartórios mais rentáveis. Esse grupo faturou, sozinho, segundo o TJ-BA (Tribunal de Justiça) da Bahia, R$ 139 milhões no ano passado (84,7% do total).

“Os chefes de cartório fizeram um concurso para o serviço público e, no meio do caminho, perguntam a eles se querem continuar funcionários públicos ou querem ser donos de cartórios e ganhar 50 vezes mais. Essa opção é absolutamente fora de qualquer padrão de moralidade e absurdo”, disse a corregedora do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ministra Eliana Calmon.

Quando propôs a privatização em 2009, o TJ previa um processo de desestatização escalonado, realizando concursos nos cartórios à medida que os servidores que ocupam as chefias fossem se aposentando.

O artigo que efetiva tabeliães sem concurso surgiu no substitutivo do relator José Raimundo (PT), aprovado por unanimidade na Assembleia da Bahia. Sindicatos de servidores pressionaram pela mudança da proposta original.

A presidente do TJ-BA, Telma Britto, estuda um caminho para contestar a constitucionalidade dos tabeliães-biônicos. Segundo ela, o tribunal deverá acionar o CNJ e a Procuradoria-Geral da República para arguir a inconstitucionalidade no STF (Supremo Tribunal Federal).

A desembargadora diz que o questionamento no no STF não impedirá a organização do concurso para cerca de 500 tabelionatos “vagos” (sem chefe designado).

Declarações de Eliana Calmon causam reações da magistratura.

Integrantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) reagiram às declarações da corregedora-geral de Justiça, Eliana Calmon, que afirmou que há “bandidos de toga” na Justiça brasileira. Em nota lida na sessão desta terça, o presidente do CNJ, ministro Cezar Peluso, não citou abertamente a corregedora, mas disse que acusações feitas contra os juízes são “levianas” e que “desacreditam a instituição o Judiciário perante o povo”.

Em entrevista concedida à Associação Paulista de Jornais e que repercutiam em outros veículos nesta terça-feira, Eliana Calmon disse que a Associação de Magistrados Brasileiros (AMB) tenta restringir a atuação do CNJ, o que, para ela, “é o primeiro caminho para a impunidade da magistratura, que hoje está com gravíssimos problemas de infiltração de bandidos que estão escondidos atrás da toga”. A ministra referia-se, com o comentário, à ação impetrada no Supremo Tribunal Federal (STF) pela AMB, que pede que o CNJ só atue depois de esgotados todos os recursos nas corregedorias estaduais.

A Ministra generalizou a sua denúncia, abrangendo toda a classe, que reagiu com razão. Como Corregedora-Geral não poderia incluir toda a Magistratura na vala comum da corrupção. É claro que ela não quis ser inespecífica, mandando recado para quem está sob observação do CNJ. No entanto, expressou-se mal.

 

Juízes querem cercear a ação do CNJ.

A decisão dos juízes federais de contestar, no Supremo Tribunal Federal, o poder do Conselho Nacional de Justiça de regular e investigar irregularidades cometidas por magistrados “é uma iniciativa infeliz, que pretende cercear o trabalho bastante positivo do CNJ”, diz o professor Pedro Estevam Serrano, titular de Direito Constitucional da PUC-SP. Essa posição adotada pela Associação de Magistrados Brasileiros (AMB), segundo ele, “não é algo juridicamente adequado nem útil à sociedade”.

É uma briga antiga, com pretexto novo. Em julho, o CNJ adotou a resolução 135, para uniformizar os procedimentos ligados à atuação administrativa e disciplinar dos juízes. Estes viram no ato uma extrapolação de poder. Só caberia ao conselho, entende a AMB, investigar assuntos já julgados por tribunais inferiores.

O STF deve julgar a Ação de Inconstitucionalidade (Adin) pedida pela AMB na quarta-feira. Ela tem como relator o ministro Marco Aurélio de Mello – que, até onde se sabe, vê com simpatia a causa dos juízes. Serrano não percebe, no episódio, indícios de espírito corporativo, assim como não critica a luta do Judiciário por melhores salários. Ele adverte: “Deviam parar de considerar o salário do magistrado uma referência para os demais Poderes”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Praticamente definida a escolha de magistrado para Vara Cível de LEM

Segundo o advogado Rener Torres, do Clube dos Advogados de Luís Eduardo Magalhães, CALEM, 41 juízes fizeram inscrições junto ao Tribunal de Justiça, para assumir a Vara Cível da Comarca. Como a Comarca é de entrância intermediária, os magistrados inscritos, atualmente em comarcas de primeira entrância, receberiam promoção. O critério para a escolha do Tribunal de Justiça seria então o de antiguidade, o que praticamente já define o juiz(a) escolhido entre os inscritos. Após a decisão do TJ, o Conselho Nacional de Justiça deverá homologar a escolha.

CNJ quer saber como vai a Justiça da Bahia. Responda ao questionário.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realiza a Pesquisa de Clima Organizacional e de Satisfação da Justiça Brasileira neste mês de setembro. Com a finalidade de mapear os desafios do Poder Judiciário, é o momento da população da nossa cidade e região demonstrar sua insatisfação com o judiciário da Bahia. Clique no link e responda ao questionário.

Justiça empurra com a barriga 60 milhões de processos em 2010

Quase 60 milhões de processos que tramitavam na Justiça em 2010 não foram solucionados. O número corresponde a praticamente 70% do total de 84,3 milhões de processos em tramitação no Judiciário no ano passado. Os dados fazem parte do relatório “Justiça em Números”, divulgado hoje (29) pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Os números referem-se aos tribunais da Justiça Federal e Estadual e aos da Justiça do Trabalho.

Os números também mostram que o maior percentual de processo não resolvidos está na Justiça Estadual, que acumula 72% de processos sem solução.

Luís Eduardo terá programa do CNJ para egressos do sistema carcerário.

Com o objetivo de apresentar aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e também à sociedade luiseduardense, o Projeto Começar de Novo,  do CNJ – Conselho Nacional de Justiça, foi realizada na manhã desta terça-feira, 22,  uma palestra sobre o tema.  O evento aconteceu no auditório do Fórum da Comarca de Luís Eduardo Magalhães e contou com a presença de diversas autoridades municipais e estaduais.

Representando o prefeito Humberto Santa Cruz, que está em Brasília tratando de assuntos de interesse do município, esteve presente o secretário de Segurança, Ordem Pública e Trânsito, Eder Fior.

O Projeto Começar de Novo é um conjunto de ações voltadas à sensibilização de órgãos públicos e da sociedade, como um todo, para reinserção social e capacitação profissional de presos, egressos, cumpridores de penas e medidas alternativas, bem como de adolescentes em conflito com a lei.

Ministrada por Orlando Bittencourt, do Grupo de Monitoramento, Aperfeiçoamento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMF-Bahia) do Tribunal de Justiça do Estado, a palestra abordou as características do projeto, bem como a viabilidade de implantação em Luís Eduardo Magalhães.

De acordo com Bittencourt, a população carcerária brasileira é, atualmente, de 500 mil pessoas. Segundo ele, hoje, cerca 70% dos detentos que retornam à sociedade voltam a cometer delitos por falta de oportunidade no mercado de trabalho. “Queremos sensibilizar toda a comunidade: gestores públicos e sociedade civil organizada, para mudar esse quadro”, destacou.

Em discurso, o  juiz da Comarca de Luís Eduardo Magalhães, Alexandre Mota Brandão de Araújo, disse que ainda é alto o índice de reincidentes porque não há a qualificação necessária. “Esse projeto é de extrema repercussão social”, ponderou. Na ocasião, o magistrado convidou os presentes para uma reunião na próxima terça-feira, na qual será tratado o Projeto Começar de Novo e também a construção de uma cadeia no município.

Para o juiz-corregedor, Cláudio Daltro, do GMF-Bahia, o Começar de Novo é um caminho viável para o Judiciário brasileiro. “Acreditamos nesse projeto, uma vez que não temos, no Brasil, a prisão perpétua, nem a pena de morte. Ou seja, cumprindo a pena a pessoa volta ao convívio e se a comunidade não entender que há um lugar a ocupar, ela volta a delinquir e teremos uma bola de neve”, justificou.

Projeto de Lei

Para a implantação do projeto no município é necessária a aprovação de um projeto de lei. De acordo com o secretário de Segurança, Ordem Pública e Trânsito, Eder Fior, o poder público tem interesse em formar parcerias que beneficiem os munícipes. Já o vereador Cabo Carlos, presidente da Câmara Municipal, disse que todos os projetos que chegarem àquela Casa com intuito de melhorar a vida das pessoas serão prontamente atendidos.

Segundo o palestrante, se o empresariado estiver interessado em participar do programa, basta entrar em contato com o GMF- Bahia no e-mail: gmfbahia@tj.ba.gov.br ou no site do CNJ (WWW.cnj.jus.br). Entre as vantagens para as empresas está a isenção de alguns tributos fiscais, bem como a dispensa do vínculo empregatício.

Também participaram do evento, a promotora de Justiça, Semiana Cardoso, a secretária de Saúde, Maira de Andrada Santa Cruz, a  secretária de Educação, Ana Amélia Junqueira, o procurador Geral, Bruno Martinez, entre outras autoridades.

Privatização dos cartórios da Bahia pode ser decidida na próxima semana.

A próxima semana pode ser decisiva para a questão da privatização dos cartórios extrajudiciais da Bahia. A Corregedoria Nacional de Justiça, órgão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), volta ao estado para discutir o assunto diretamente com a presidência do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJBA). Confirmada para a próxima semana, a reunião pode ser vista como um avanço frente a toda morosidade que envolve o processo. Além de aprovada por entidades de classe como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a privatização é vista como necessidade urgente pelos próprios servidores dos cartórios e, sobretudo, pela população que sofre com o sucateamento das unidades e a má prestação de serviços. Por Cristiane Felix, para o blog do Meireles.

Tribunal de Justiça da Bahia está afogado em quase 500 mil ações pendentes.

De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça, relativos a 2010, o Tribunal de Justiça mais afogado em processos do país é o da Bahia, com 462,5 mil ações pendentes. O TJ-BA também é o tribunal estadual que teve o pior desempenho. De 2010 para cá, essa realidade não mudou muito.

Classificado entre os piores do País pelo CNJ, o Tribunal de Justiça da Bahia aposta agora na qualificação dos seus servidores. As inscrições para o Programa de Capacitação em Práticas Judiciárias do TJ baiano estão abertas. Visa a promoção de melhorias na gestão jurisdicional através da capacitação dos funcionários, fornecendo ferramentas de trabalho para melhor prestação de serviços à população.

O programa vai permitir  o desenvolvimento das carreiras de Analista Judiciário e Técnico Judiciário, capacitando os servidores para a modernização da gestão dos serviços judiciários. Haverá 30 turmas de servidores, sendo os cursos realizados entre os dias 21 de março a outubro de 2011, com duração de 5 semanas (100 horas/aula) cada.

A carga horária do programa, de 100 horas/aula distribuídas em três linhas de ação, será voltada para analistas e técnicos judiciários, que exercem os cargos de escrivão, subescrivão, secretário, subsecretário, atendente judiciário e oficial de justiça, entre outras  atividades. Os participantes obterão certificados de extensão pela FGV.

Como se dizia antigamente, existem três tipos de justiça: a boa, a má e a da Bahia. Continua assim ainda hoje?

A falada Justiça baiana, relatada como uma das piores do País.

O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ/BA) tem um dos piores desempenhos do judiciário brasileiro, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Desde 2008, a partir da análise das metas prioritárias estabelecidas pelo órgão, a Justiça Baiana não evoluiu em processos julgados. Hoje, são mais de 417 mil processos parados, a espera de julgamento, o que gera uma série de prejuízos sociais e econômicos para o Estado.

As metas foram estabelecidas para ampliar o acesso do cidadão brasileiro à justiça. No entanto, enquanto a despesa total da Justiça Baiana é de 1,3% em relação ao PIB Estadual, a 4ª maior despesa do país, com custo médio de R$ 107 por habitante, o cidadão baiano aguarda decisões de processos parados desde 2006.

De acordo com a Meta 2/2009, que julga todos os processos de conhecimento distribuídos, houve redução na quantidade de processos pendentes de julgamento em todo o território nacional. Em 2008, eram 3.823.520 processos pendentes no Brasil. Em 2009, o número caiu para 1.654.183, com redução de 56,75%. Se comparado os anos 2009 e 2010, com dados parciais até outubro, a redução foi de 24,80%. A quantidade de processos julgados nesse mesmo período aumentou cerca de 17%.

No entanto, a evolução nacional não foi acompanhada pela justiça baiana. Entre 2008 e 2009, a redução foi de apenas 30%, abaixo na média nacional. Já entre os anos 2009 e 2010, também com dados parciais até outubro, a redução de processos pendentes de julgamento foi de apenas 6,6%, bem abaixo da média nacional de 24,80%. Os processos julgados no mesmo período aumentaram apenas 15%. Desde 2008, o TJ/BA tem o pior desempenho do Nordeste.

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Balcão da Cidadania relata números expressivos.

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Os números do Balcão da Justiça e Cidadania do Bairro Santa Cruz impressionam, não só pelos números em si, mas pelo resultado, pois tem reduzido sobremaneira a carga do judiciário de LEM. Os casos, em sua maioria, envolvem problemas na área de família como alimentos e divórcios, segundo informa o Coordenador do Balcão, Dr. Mario Machado Junior. O relatório acima prova a realidade.
Segundo ainda o Coordenador o trabalho vem sendo um sucesso graças ao apoio da Prefeitura Municipal e da equipe que compõe o Balcão: Dra. Vanessa Cammarota, Gerente e o Assistente Talisson Fernandes, alem dos estagiários da FAAHF.
Do final de novembro ao inicio de dezembro estará sendo realizada a Semana Nacional de Conciliação, obra do Conselho Nacional de Justiça, que visa reduzir o número de processos em tramitação, onde o Balcão do Santa Cruz atuará como parceiro do Tribunal de Justiça da Bahia.

Quem mais precisa, paga mais pela Justiça

Um estudo inédito do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) concluiu que nos estados mais pobres do país são cobradas as maiores taxas de custas processuais, dificultando o acesso da população à Justiça. Enquanto isso, os estados mais ricos têm menores custas e taxas para tais serviços.
Como os estados têm diferentes formas de cobrança, o estudo fez simulações com valores de causas de R$ 2 mil, R$ 20 mil, R$ 50 mil e R$ 100 mil. A partir de médias relativas a todos esses valores, concluiu-se que a Paraíba, o Piauí e o Maranhão, nesta ordem, são os que cobram mais caro. Por outro lado, são estados com fraco desempenho no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), baixo Produto Interno Bruto (PIB) e elevado número de pobres.
O Distrito Federal, São Paulo e Santa Catarina são as unidades da Federação que adotam valores mais baixos para as custas e taxas judiciárias, em média. Inversamente, os estados ocupam as primeiras posições em relação aos
rankings do IDH e do PIB e tem um índice baixo de percentual de pobres.(Agência Brasil).

CNJ age com rigor ao denunciar irregularidades.

Em inspeção realizada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em abril do ano passado, foram descobertos um caixa 2 de mais de R$ 200 mil em cartório do município de São Desidério, O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou a abertura de sindicância para apurar a “apropriação indébita” realizada em cartório extrajudicial de São Desidério. A questão já foi parcialmente solucionada, já que o valor foi resgatado pelo TJ, e a servidora, de nome preservado, que fez a apropriação foi afastada do cargo, e seus bens foram colocados em disponibilidade. O CNJ determinou a apuração de todos os movimentos financeiros dos últimos 5 anos no cartório para “levantar o valor devido ao erário e não recolhido”.

Outras ilegalidades na Justiça foram apontadas no dia 8 deste mês, através do relatório assinado pelo corregedor nacional, Gilson Dipp. Como o poder está no limite de gastos da Lei da Responsabilidade Fiscal (5% da receita liquida do Estado), o CNJ orientou também a demissão de todos os 400 funcionários contratados pelo Regime Especial de Direito Administrativo (Reda), e caso a folha continue inchada, outros 405 cargos comissionados também podem ser extintos no Judiciário baiano. O relatório do CNJ indicou ainda outros 30 problemas no TJ-BA, entre eles o atraso no andamento de processos, desorganização em cartórios, demora para intimar as partes e milhares de ações paralisadas. Informações do jornal A Tarde e do portal Bahia Notícias.

CNJ quer modernizar execução penal.

Segundo longa matéria do portal G1, o Conselho Nacional de Justiça quer implementar uma série de medidas para modernizar o sistema de execução penal do País. Hoje, terça, foi aprovado o Plano de Gestão de Varas Criminais e de Execução Penal, que estabelece um conjunto de medidas para tornar mais moderno o sistema penal do Judiciário brasileiro.
Elaborado a partir de um processo de dois meses de consultas públicas, o plano traz propostas como o estabelecimento de pagamento de fiança a todos os crimes, a alienação antecipada de bens apreendidos, e o monitoramento eletrônico de presos (um dos métodos possíveis seria por exemplo a tornozeleira) que estejam em regime semiaberto ou cumprindo pena em regime domiciliar.

O plano também abre a possibilidade de empresas contratarem egressos do sistema penal em troca de incentivos fiscais, como a redução das contribuições sociais incidentes sobre a folha de pagamento. Boa parte dessas medidas, no entanto, depende da aprovação de leis específicas pelo Congresso Nacional, o que não tem prazo para ocorrer.

Espera-se que o Plano do CNJ não caia na vala comum do Congresso, onde procastinar a edição de novas leis é rotina.

Juízes acusados de desviar dinheiro para irmandade

O procurador-geral da República, Roberto Monteiro Gurgel, recomendou ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que sejam punidos com a aposentadoria compulsória o presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Mariano Alonso Ribeiro Travassos, o ex-presidente da instituição José Ferreira Leite e mais oito magistrados do estado. Os dez são acusados de arquitetar e executar um esquema que desviou mais de R$ 1 milhão do tribunal para a entidade maçônica Grande Oriente do Mato Grosso (GOMT). O julgamento está marcado para a próxima terça-feira (23), no CNJ, em Brasília. Leia a íntegra do artigo no site Congresso em Foco.

CNJ e CNA querem justiça mais rápida no campo.

O Conselho Nacional de Justiça e a Confederação Nacional de Agricultura vão fazer um levantamento dos conflitos agrários no País. Segundo a CNA, só no Mato Grosso são 2 milhões de hectares com problemas na justiça, onde nada se produz.

Juízes corruptos na alça de mira do CNJ

Aumentou em mais de 100% o número de reclamações contra juízes em todo o País, revela balanço anual do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em 2009, foram protocoladas 1.584 queixas e denúncias de âmbito disciplinar contra magistrados ante 726 ocorrências em 2008. A grande maioria dos relatos aponta para uma velha ferida do Judiciário, a lentidão que marca as ações judiciais.

Segundo o relatório, este ano o CNJ instaurou 125 sindicâncias para apurar supostos desvios, desmandos e falhas na atuação de juízes – em 2008, 12 sindicâncias foram abertas. Em 2009 foram instalados 16 processos administrativos disciplinares (PADs), que visam analisar a conduta ética do magistrado no exercício da função – em 2008, foram 5 PADs.

Nunca, desde a criação do CNJ, em 2004, foi tão elevado o índice de casos comunicados ao órgão, que tem a missão constitucional de fiscalizar o Judiciário. Muitas reclamações se revelam improcedentes. Outras são acolhidas. De acordo com o balanço, em 2009 o CNJ afastou oito magistrados. O conselho recebeu, ainda, entre janeiro e dezembro, volume global de 8.679 procedimentos, incluindo sugestões, ante 4.547 registros no ano passado, o que corresponde a aumento de 90%.

O balanço anual do CNJ foi divulgado pelo ministro Gilmar Mendes, que acumula a presidência do conselho e do Supremo Tribunal Federal. O relatório contém dados estatísticos sobre o total de reclamações, quantidade de sindicâncias abertas, resoluções e recomendações aprovadas e um resumo das ações de cada programa do conselho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.