PCC usa agrotóxico batizado e contrabandeado para invadir setor de R$ 21 bi

Agrotóxico adulterado significa ineficiência dos produtos ativos. Isso gera mais pulverizações e uma dupla carga de venenos nos alimentos, como óleo de soja; farelo de soja para alimentação de aves, suínos e bovinos; farinhas de milho para alimentação humana e de animais; óleo de milho e derivados DDG.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) confirmou a atuação do PCC no mercado de defensivos agrícolas falsificados.

Pulverização de agrotóxicos sobre escola segue impune há 5 anos — Brasil de  Fato

A venda de defensivos ilegais foi descoberta durante operação que investigava agiotagem em Franca, no interior do estado e revelou um grande esquema que pode impactar o setor agrícola nacional.
Trocas de mensagens interceptadas revelaram dois integrantes do PCC falando sobre o produto para lavoura de café. Ambos foram presos.
Em julho, o MP-SP apreendeu mais de 30 mil embalagens que seriam usadas na falsificação. A operação em Franca foi considerada uma das maiores do tipo no estado.

Mercado paralelo no fornecimento dos defensivos é mantido por quatro crimes, segundo o Idesf (Instituto de Desenvolvimento Econômico Social de Fronteira):

Roubo de carga com produtos químicos legalizados no Brasil; falsificação do defensivo agrícola com a mistura de produtos legais e ilícitos; contrabando de mercadorias proibidas no país; desvio de finalidade (quando produtos legais são importados para ajudar na adulteração de defensivos agrícolas falsos).

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Criminosos do setor de falsificação se dividem em núcleos. Há responsáveis pela produção de embalagens, pelas notas fiscais fraudulentas e outros pela adulteração do produto, por exemplo.

Há mistura de produtos legais e ilegais, mas contrabando de defensivos proibidos no Brasil é mais vantajoso. “O criminoso não precisa se dar ao trabalho de misturar. Ele traz o produto mais barato da fronteira e coloca na embalagem de um defensivo permitido no Brasil”, explica Luciano Stremel Barros, presidente do Idesf.

O contrabando acontece principalmente via Paraguai, que liberou princípio ativo em 2019. De acordo com estudo do instituto, as quadrilhas chegam a pagar os tributos exigidos pelo governo paraguaio para legalizar o produto à base de benzoato de emamectina e, assim, reduzir o risco de apreensão antes de atravessar a fronteira.

A grande rota do tráfego de agrotóxicos é feito via BR-163. Ali foram apreendidos 54,8 mil quilos de produtos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) entre 2018 e 2021, segundo o Idesf. As BRs 116 e 262 aparecem logo em seguida.
Fonte: UOL

Polícia Federal realiza operação para combater contrabando de agrotóxicos em Goiás

Imagem ilustrativa de apreensão de agrotóxicos contrabandeados
Imagem ilustrativa de apreensão de agrotóxicos contrabandeados

A Polícia Federal deflagrou ontem (25/1) a Operação Poison Cachè, para combater o contrabando e a falsificação de agrotóxicos, em Goiás. O grupo investigado promovia o contrabando de produtos de origem chinesa, por meio da fronteira do Brasil com o Paraguai.

Aproximadamente 110 policiais federais estão cumprindo 46 ordens judiciais, expedidas pela Justiça Federal de Itumbiara/GO, sendo 15 mandados de prisões preventivas, 22 mandados de busca e apreensão e 09 mandados de condução coercitiva.

As diligências estão sendo executadas em Goiás nas cidades de Goiânia/GO, Edéia/GO, Joviânia/GO, São Luís de Montes Belos/GO, Itumbiara/GO, Bom Jesus de Goiás/GO, Morrinhos/GO, Santa Helena de Goiás/GO e Pontalina/GO. No Distrito Federal, estão sendo cumpridos mandados judiciais em Planaltina/DF.

As investigações se iniciaram no final do ano de 2015, quando foi identificado um grupo criminoso que promove o contrabando de agrotóxicos de origem chinesa por meio da fronteira do Paraguai com o Brasil. Após contrabandeados, o agrotóxico chinês é misturado de forma artesanal com o produto nacional para comercialização como se fossem originais, mediante a utilização de embalagens reaproveitadas.

O pessoal da PF não se cansa de mostrar sua erudição na denominação das operações: “Poison cachè” ou veneno escondido é uma prova cabal do vasto cabedal de conhecimento dos federais. E também da sua discreta elegância.