Preços do petróleo continuam caindo apesar da ação dos bancos centrais.

Os preços do petróleo bruto começaram mais uma semana com perdas, apesar dos fortes sinais de que os bancos centrais estão intervindo para ajudar os credores com problemas nos EUA e na Europa.

No pregão da manhã asiática, o petróleo Brent estava sendo negociado a US$ 72,27 por barril, enquanto o West Texas Intermediate estava trocando de mãos por US$ 66,06 por barril, ambos abaixo de mais de um ponto percentual em relação ao fechamento de sexta-feira.

O fraco início da nova semana de negociação ocorre após a pior semana para o petróleo desde o início do ano, com os preços caindo para o nível mais baixo em 15 meses após a notícia do fechamento do Silicon Valley Bank e do Signature Bank nos Estados Unidos, e o relato de corridas a bancos menores e problemas de liquidez em um dos maiores credores internacionais, o Credit Suisse.

No final da semana, os bancos centrais conseguiram acalmar o medo, ao que parece, e o petróleo recuperou algumas de suas perdas temporariamente. O Tesouro dos EUA garantiu ao público que seus depósitos estão seguros e o UBS se ofereceu para adquirir o Credit Suisse por mais de US$ 3 bilhões com a ávida bênção das autoridades suíças, que buscavam reverter um declínio acentuado na estabilidade do sistema bancário global.

Enquanto isso, os bancos centrais da UE, dos EUA e de outros lugares prometeram lidar com a crise de liquidez que aparentemente está em toda parte e evitar outro colapso no estilo de 2008.

Até agora, isso não conseguiu sustentar os preços do petróleo, no entanto, sugerindo que os esforços para convencer o público de que tudo ficará bem não estão exatamente sendo bem-sucedidos.

“O foco do mercado está na atual volatilidade do setor bancário e no potencial para novos aumentos de juros pelo Fed”, disse o chefe de pesquisa de commodities do National Bank of Australia à Reuters na manhã desta segunda-feira (20).

“A próxima reunião da Opep é outro potencial catalisador nas perspectivas para o mercado. Mais riscos de queda nos preços aumentam a probabilidade de a Opep reduzir ainda mais a produção para sustentar os preços”, disse Baden Moore.

Fonte: Oilprice.com

Desastre também traz perdas de proporções aos grãos.

As cotações futuras dos grãos negociados na Bolsa de Chicago abriram a semana recuando ainda mais. Nesta segunda-feira, os preços da soja e do trigo fecharam a sessão diurna com perdas de quase 30 pontos e o milho com quase 20. O pânico no mercado financeiro levou os fundos a liquidarem suas posições, acelerando as baixas das cotações. 

As incertezas sobre o futuro da economia global seguem assombrando as commodities em geral e as agrícolas amargam dias de severas perdas. Segundo o analista de mercado Vincíus Ito, da Newedge Corretora, trata-se de um mercado que conta com um potencial para cair ainda mais, uma vez que há fundos que continuam atuando. 

O cenário financeiro, que já vinha bastante delicado, refletiu hoje o impacto do anúncio do rebaixamento da classificação de crédito dos Estados Unidos pela agência Standard & Poors na última sexta-feira (5). Os traders seguem aumentando sua aversão ao risco e migrando para ativos mais seguros, como o ouro, por exemplo, que hoje estabeleceu um novo recorde, ou até mesmo o dólar, que nesta segunda-feira fechou o dia acima de R$ 1,60, com a maior alta desde 2010. De Carla Mendes, do Notícias Agrícolas.

Em Luís Eduardo Magalhães, as cotações da soja já espelharam, hoje, a crise mundial, caindo 2 reais por saca de 60 kg, para R$40,