Agrotóxico adulterado significa ineficiência dos produtos ativos. Isso gera mais pulverizações e uma dupla carga de venenos nos alimentos, como óleo de soja; farelo de soja para alimentação de aves, suínos e bovinos; farinhas de milho para alimentação humana e de animais; óleo de milho e derivados DDG.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) confirmou a atuação do PCC no mercado de defensivos agrícolas falsificados.

A venda de defensivos ilegais foi descoberta durante operação que investigava agiotagem em Franca, no interior do estado e revelou um grande esquema que pode impactar o setor agrícola nacional.
Trocas de mensagens interceptadas revelaram dois integrantes do PCC falando sobre o produto para lavoura de café. Ambos foram presos.
Em julho, o MP-SP apreendeu mais de 30 mil embalagens que seriam usadas na falsificação. A operação em Franca foi considerada uma das maiores do tipo no estado.
Mercado paralelo no fornecimento dos defensivos é mantido por quatro crimes, segundo o Idesf (Instituto de Desenvolvimento Econômico Social de Fronteira):
Roubo de carga com produtos químicos legalizados no Brasil; falsificação do defensivo agrícola com a mistura de produtos legais e ilícitos; contrabando de mercadorias proibidas no país; desvio de finalidade (quando produtos legais são importados para ajudar na adulteração de defensivos agrícolas falsos).

Criminosos do setor de falsificação se dividem em núcleos. Há responsáveis pela produção de embalagens, pelas notas fiscais fraudulentas e outros pela adulteração do produto, por exemplo.
Há mistura de produtos legais e ilegais, mas contrabando de defensivos proibidos no Brasil é mais vantajoso. “O criminoso não precisa se dar ao trabalho de misturar. Ele traz o produto mais barato da fronteira e coloca na embalagem de um defensivo permitido no Brasil”, explica Luciano Stremel Barros, presidente do Idesf.
O contrabando acontece principalmente via Paraguai, que liberou princípio ativo em 2019. De acordo com estudo do instituto, as quadrilhas chegam a pagar os tributos exigidos pelo governo paraguaio para legalizar o produto à base de benzoato de emamectina e, assim, reduzir o risco de apreensão antes de atravessar a fronteira.
A grande rota do tráfego de agrotóxicos é feito via BR-163. Ali foram apreendidos 54,8 mil quilos de produtos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) entre 2018 e 2021, segundo o Idesf. As BRs 116 e 262 aparecem logo em seguida.
Fonte: UOL



