Há uma semana, foi homologado o resultado do concurso para o Supremo Tribunal Federal (STF), segundo publicação no Diário Oficial. Dois candidatos foram convocados para tomar posse no cargo de ‘Analista Judiciário – Comunicação Social’, função que exige graduação em Jornalismo.
Mesmo exigindo “curso de nível superior” para jornalistas em seu concurso, o STF foi o órgão responsável por determinar a extinção da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão no Brasil, em 2009. Para o presidente da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), Celso Schröder, a contradição é explicável. “Só reafirma o grande equívoco que cometeram. A atitude possibilita a criação desse debate para que o erro seja corrigido”.
Não se exige o diploma de jornalista para a maioria dos veículos de comunicação. E o que vê é isso mesmo que estamos vendo. Poucos ou nenhum princípio ético, pouca intimidade com o Português, pouca responsabilidade com o que se veicula, pouco respeito com os direitos autorais dos conteúdos. Vale tudo para chamar a atenção e chocar: copos despedaçados, asfalto manchado de sangue, notícias de um mundo miserável para ser admirado por outros miseráveis. Enfim, um desastre! As exceções apenas confirmam as regras.
Hoje milhares de crianças e jovens adolescentes acessam diariamente a internet em cada cidade do interior. E se eles se deparam com esses “broguis” em que a concordância verbal, por exemplo, ou a própria grafia, não passam de um mero exercício de Português alternativo?
Bem, depois que o Governo do Distrito Federal mandou distribuir camisetas a estudantes com a palavra “Encino”, só nos resta, parodiando Raul Seixas, apregoar: “Viva o Português alternativo!”



