Temer apela e diz que seus oponentes são “golpistas”.

O Brasil é o País da piada pronta. Michel Temer, que conspirou com uma grande maioria de parlamentares do Congresso, com magistrados e burocratas dos mais diversos calibres para depor Dilma Rousseff, eleita por mais de 52 milhões de votos, agora acusa, aqui e acolá, delatores e até o ex-procurador geral da República, Rodrigo Janot. 

Em depoimentos prestados à Procuradoria-Geral da República (PGR), o doleiro Lúcio Funaro explicou como as propinas pagas por Joesley Batista, sócio da JBS, chegavam a lideranças do PMDB, como o ex-deputado federal Eduardo Cunha e o presidente Michel Temer. 

De acordo com Funaro, o objetivo com a propina era obter créditos do FI-FGTS para Eldorado Celulose, empresa do grupo J&F. “Eu tinha uma conta interna com ele [Joesley], ele me creditou na conta corrente o valor da propina”, explicou o delator.

Registrado no dia 23 de agosto deste ano, o depoimento foi divulgado pelo jornal Folha de S. Paulo, nesta sexta-feira (13). Nas gravações, Funaro afirma que 95% do que recebeu de Joesley foi por meio da emissão de notas fiscais.

Outro método era pagar boletos de supermercado ou de contas “que um doleiro que se chama Tony” o mandava.

“Ele cobrava um percentual e me entregava em dinheiro vivo. O dinheiro chegando na minha mão, eu distribuía para quem eu tinha que pagar – que, nesse caso, era o Eduardo Cunha”, delatou.

Identificado como operador de propinas do PMDB, Funaro era próximo do ex-presidente da Câmara. De acordo com o doleiro, era Cunha o responsável por fazer o repasse “para quem era de direito dentro do PMDB, as pessoas que apoiavam ele”, explicou, citando como destinatários o presidente Temer e o ex-ministro Henrique Eduardo Alves (RN).

Geddel, Funaro e Saud se provocam sobre os muros dos pátios da Papuda

O ex-ministro Geddel Vieira Lima, o operador Lúcio Funaro e o executivo da JBS, Ricardo Saud, têm gerado a maior confusão, com diversos episódios de gritaria e xingamentos entre os muros dos pátios da Penitenciária da Papuda. O peemedebista baiano já teria, inclusive, feito ameaças de morte. 

Segundo informações da Coluna do Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo, antes de voltar à cela, grita para o delator da JBS: “Saud, vou te matar”.

Do outro lado do muro, Geddel ajuda: “Saud, também vou te matar”. O ex-executivo então responde às provocações: “Cala boca, seu gordo!”. Os três estão separados e não se encontram no banho de sol. Outra medida é um revezamento de advogados para evitar que os três presos se encontrem. Procurados pelo Estadão, o advogado de Saud, Antônio Carlos Almeida Castro, o Kakay, afirmou que não comentaria o caso. Os outros dois advogados não foram encontrados. 

Seria pedir demais em nossas orações, que contrariando as determinações da administração penitenciária, os agentes fechassem os três numa cela por uma semana? Só pra nós, pobres humildes aqui na planície, ver no que dá.

Doleiro entrega Temer e dono da Gol. Veja quanto ganham os entreguistas no País.

Constantino: faturando com a venda do controle da GOL

O doleiro Lúcio Funaro acusou o presidente Michel Temer de ter recebido R$ 20 milhões de Henrique Constantino, um dos fundadores da Gol Linhas Aéreas, em troca de apoio à Medida Provisória que permitia 100% do controle acionário de empresas aéreas brasileiras pelo capital estrangeiro.

De acordo com informações do jornal “O Globo”, uma fonte afirmou que a suposta propina teria sido paga horas antes de um voo na campanha eleitoral de 2014.

“Funaro fez a acusação em um dos depoimentos de sua delação premiada, homologada pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Como se trata de fato relacionado ao exercício do mandato de presidente, se quiser, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, poderá incluir as informações na denúncia que está preparando contra Temer”, destacou a publicação.