Até o “Roscôvo”, o prato preferido do pobre, está ficando complicado

O diesel não baixou, a tabela de fretes não saiu, mas o reforço mais tradicional da marmita do operário está aumentando de preço: o ovo, que está chegando ao supermercado com preços perto de R$100,00 a caixa com 30 dúzias (o que significa no mínimo 4 reais ao consumidor).

Assim, ficou difícil até o prato que homenageia a Copa da Rússia, o “Roscôvo”. O feijão que se encontra com preços baixos – em torno de R$3,50 o quilo – está complicado, pois o bujão de gás a R$80,00 nas distribuidoras contém as cozinheiras mais econômicas, principalmente quando pega um grão com mais resistência ao cozimento, pelo envelhecimento tradicional da leguminosa após 30 dias da colheita.

Hoje, a ANEEL anunciou que a bandeira vermelha, o acréscimo na conta de energia, por conta da entrada em operação das termelétricas movidas a petróleo vai até o final do ano. Se chover bem, cai lá por janeiro e fevereiro.

As bobagens de Michel Temer e Pedro Parente, que antes atingiam apenas os programas sociais do Governo, agora atingem de maneira decidida a alimentação dos trabalhadores e de sua família.

No Brasil do golpe, quem paga as contas são os patos da classe menos favorecida, que à época dos protestos contra a Dilma não tinham tempo, nem dinheiro para comprar o uniforme, a camiseta amarela da seleção.

O fim da aventura pós-soviética de Pedro Parente, por Luis Nassif

José Cruz/Agência Brasil

Por Luis Nassif

Encontrei pela ultima vez Pedro Parente meses atrás, em uma padaria dos Jardins. Aparentava ar cansado e estava a caminho do hospital. Nos cumprimentamos formalmente.

Conheci-o, e bem, no governo Fernando Henrique Cardoso, substituindo Clóvis Carvalho na Casa Civil. Era, de longe, o técnico mais preparado. É injusto taxá-lo de “pai do apagão”. Na verdade, coube a ele coordenar a Câmara que tentou resolver o imbróglioinfernal criado por FHC, com a desregulamentação do setor elétrico, que promoveu um choque tarifário similar ao que Parente tentou reeditar com o petróleo agora.

Historicamente, grandes funcionários públicos se tornaram executivos de grandes grupos econômicos. Nenhum mal nisso. Durante muito tempo, Banco do Brasil e Itamarati tiveram os melhores quadros técnicos da República. Muitos deles passaram a servir o setor privado sem perder a perspectiva de país.

Não foi o caso de Parente.

Sua atuação na Petrobras teve um mérito inegável: serviu para expor as vísceras de um modelo de corrupção público-privado que, nos tempos modernos, só encontra paralelo no que aconteceu na ex-União Soviética – e, antes disso, com o setor elétrico brasileiro.

Por aqui, a descontratação da energia das hidrelétricas significou uma explosão nas tarifas, tirando completamente a competitividade de setores relevantes da economia. Depois, a privatização para um bando de aventureiros internacionais, que abriam empresas em paraísos fiscais e tomavam financiamentos amplos do BNDES, dando como única garantia as ações das empresas privatizadas. Aliás, esse saque consumou-se no caso Celmar, adquirido pela Equatorial – do grupo Lehman – já no governo Lula. O resultado foi a crise de 1999, obrigando o país, como um todo, a pagar pela corrupção instalada no governo FHC.

Na Petrobras, a ação de Parente foi mais escandalosa. Elevou os preços dos derivados para viabilizar a importação e criar uma capacidade ociosa nas refinarias, de maneira a comprometer seus resultados e facilitar a venda.

Para uma empresa sem problemas de crédito no mercado, passou a queimar ativos usando o falso argumento de que a Petrobras estaria quebrada. Teve participação ativa na mudança da legislação do petróleo, ajudando a enterrar todos os investimentos feitos na indústria naval.

A estratégia de desmonte da Petrobras, no entanto, mostrou suas limitações. Era o gerentão, capaz e fazer andar um projeto desde que o CEO lhe desse as referências. Quando coube a ele montar a estratégia, o resultado foi o desastre, que não apenas desmascarou a corrupção soviética instalada no país, como acabou de vez com a farsa de Michel Temer.

E ainda deixou rastros que, em algum momento, deflagrarão investigações do Ministério Público. E sem poder recorrer à vara de Curitiba, de seu amigo Sérgio Moro.

Quem é Pedro Parente, o “dono” da Petrobras?

Pedro Parente, Sérgio Moro e a esposa, aquela que mora com ele.

Desafiador, arrogante, temerário: quem arriscaria definir Pedro Parente, o condestável da Petrobras e suas ligações com o Exterior? Só se sabe que, em meio a crise dos combustíveis, ele mandou aumentar de novo a gasolina e o gás, à revelia dos interesses do Governo e do Povo?bra

O caro leitor deve atualizar-se sobre tudo o que Parente já fez, está fazendo e suas relações políticas, que o deixam tão auto-suficiente ao ponto de ignorar os apelos de brasileiros de todas as classes e orientação ideológica. 

Sabe-se hoje que o óleo diesel, mesmo importado, custa apenas R$0,93 para a Petrobras. Daí pra cima é tudo lucro e dividendos, principalmente aqueles que os fundos abutres do hemisfério norte recebem, rigorosamente em dia.

Deus salve essas raposas peludas que estão assaltando o País.

Quer dizer que a Operação Lava Jato recuperou R$1,5 bilhão da roubalheira da Petrobras e o atual presidente, Pedro Parente, resolveu, junto com seus conselheiros, com ou sem a anuência da Procuradoria Geral da República, indenizar com R$10 bilhões os acionistas norte-americanos da Empresa?

Tem muita gente enriquecendo com essa negociata. Deus que conserve essas raposas peludas que assaltam o País, porque um dia o capeta vai se salgar nas suas carnes.