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PGR denuncia mais 54 investigados por atos golpistas de 8 de janeiro.
Foto de José Cruz – Conteúdo de André Richter, da Agência Brasil
Número de pessoas denunciadas pela procuradoria chega a 98
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou hoje (23) ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais 54 investigados de participar dos atos golpistas de 8 de janeiro. Eles estão presos no sistema penitenciário do Distrito Federal.

É a terceira leva de denúncias feitas pelo órgão. O total de denunciados chegou a 98 pessoas.
Nas denúncias, a procuradoria acusa os investigados dos crimes de incitação das Forças Armadas contra os poderes constitucionais e de associação criminosa.
O subprocurador Carlos Frederico Santos, chefe da equipe que investiga os atos, explicou que o caso não pode ser tratado juridicamente como terrorismo. Segundo Santos, a Lei 13.260/2016 (Lei Antiterrorismo) definiu que o terrorismo deve ser praticado por razões de xenofobia ou discriminação e preconceito de raça, cor, etnia e religião.
“Não faz parte dos tipos penais o cometimento de crimes, por mais graves que possam ser, por razões políticas”, disse Santos.
Mais cedo, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu abrir mais três inquéritos solicitados pela PGR para investigar pessoas que participaram ou financiaram os atos. Até o momento, sete inquéritos foram abertos pela Corte.
Teatro de fantoches e massoterapia
Para fundamentar as denúncias contra os acusados, o subprocurador afirmou que a associação entre os acusados ocorreu no acampamento instalado em frente ao quartel do Exército em Brasília após o resultado das eleições.
Santos anexou fotos às petições para demonstrar que havia estrutura para garantir a permanência dos investigados para cometer crimes contra a democracia.
“A estabilidade e a permanência da associação formada por aqueles que acamparam em frente ao quartel são comprovadas, de forma clara, pela perenidade do acampamento, que já funcionava como uma espécie de vila, com local para refeições, feira, transporte, atendimento médico, sala para teatro de fantoches, massoterapia, carregamento de aparelhos eletrônicos, recebimento de doações, reuniões, como demonstram as imagens”, disse.
A história se repete. A primeira vez como farsa.
Dizia Castello Branco, um dos principais articuladores do golpe de 1964, que acabou apeando do poder João Goulart, um ano depois de sua posse, resultado da renúncia de Jânio Quadros:
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“Eu os identifico a todos. E são muitos deles, os mesmos que, desde 1930, como vivandeiras alvoroçadas, vêm aos bivaques bolir com os granadeiros e provocar extravagâncias do Poder Militar.”
A história se repete. Na primeira vez foi uma farsa. Nesta segunda vez, liderados por um covarde, uma fatia considerável das forças armadas se colocou contra o Governo Lula da Silva, rascunhando a história de uma tragédia.
Planejaram até explodir o aeroporto de Brasília, com uma bomba colocada nos eixos de um enorme caminhão de querosene de aviação. Depois invadiram, abençoados por golpistas como Ibaneis, Girão, Bolsonaro, Braga Neto, Heleno e Torres, os palácios dos Três Poderes e os depredaram.

A história do País está em curso, viva e pulsante como sempre. Ainda falta coibir as vivandeiras que conspiram em Orlando, a terra do Pateta.
O Brasil salvou-se por um triz, pela consciência dos militares, de tornar-se uma grande e miserável Venezuela.


O Ministério Público Federal no DF instaurou inquérito civil contra Bolsonaro e três ex-ministros para apurar a prática de ato de improbidade administrativa na utilização de aeronaves oficiais da FAB, usadas para o transporte de parentes, pastores e lobistas, informa a Folha.
Jair Messias errou muito desde o primeiro dia de mandato: primeiro com o estabelecimento de gabinete de reeleição e maldades; segundo por aparelhar instituições tão ímpares como a PGR, a PRF, a Polícia Federal e até uma ala do Superior Tribunal de Justiça. Cada vez que removia uma autoridade da chefia de um órgão, engrossava o coro dos descontentes.
Mas o erro mais grosseiro aconteceu, agora vemos, depois do segundo turno das eleições, ao instigar a arraia miúda contra o TSE e a pedir um golpe de estado.
A melhor explicação que vi e ouvi sobre esse cenário, foi a de um coronel novinho, talvez ainda tenente-coronel, ao conversar com um pequeno grupo de acampados em frente ao Quartel General do Exército, o chamado Forte Apache.
Dizia ele na oportunidade que a tomada do poder por via da força ia gerar uma reação sem precedentes no meio de todos os parceiros comerciais do Brasil, que, ao cortar as relações com o País, criariam uma crise de combustíveis, alimentos, montagem das indústrias de automóveis, caminhões e máquinas agrícolas e até de alimento manufaturados. Ele era incisivo: se o Exército toma o poder, em 90 dias vocês estarão pedindo a cabeça dos militares.
E não foi isso que aconteceu na Venezuela? Não foi a virada para países socialistas, como a Rússia e a China, que tornou os venezuelanos consumidores de cães de rua. Foi o golpe militar do coronel Chavez, contrariando os Estados Unidos.
Hoje a Venezuela dorme e acorda sobre a maior reserva petrolífera do mundo, mas não pode aumentar a perfuração de poços porque não tem recursos técnicos e ferramentas encontráveis nos EUA e países do MCE. E até a venda do petróleo precisa ser feita em navios clandestinos, desviando-se do bloqueio comercial.
A grande maioria dos militares passa a vida estudando: nos colégios preparatórios, na Academia, nos prolongados cursos de aperfeiçoamento, para capitães, depois para coronéis e por fim para aspirantes ao generalato. Nem sempre são os “tabacudos” que o povo acha que são e alguns menos preparados são exceções e não atingem o posto de general de 2 estrelas. Convivi com esse povo durante o estágio de serviço, na tropa, como Aspirante R2 e antes disso no curso do CPOR. Fui comandado por um coronel cavalariano polido, educado e de grande capacidade de raciocínio.
Não seriam eles que confiariam num golpe para entregar novamente o poder nas mãos do “capitão bunda suja”, como bem classificava o ex-presidente Ernesto Geisel. Nem nas mãos de golpistas da chamada linha dura, descendentes do general Sylvio Frota, como seu ex-ajudante de ordens, general Heleno.
A tentativa de golpe numa terça e a prisão preventiva na quarta-feira.
Até a mula branca de Dom Pedro II sabe que tentativa de golpe com milícias, no dia da Pátria, vai dar muito errado.
“Além dos muitos crimes de responsabilidade que Bolsonaro vem cometendo desde o início de seu governo, esse, a ser cometido no Dia da Independência, será talvez o mais inegável, e o mais grave, pois repetição de atos anteriores, de apoio a manifestações antidemocráticas que aconteceram em Brasília, inclusive na frente do quartel do Comando-Geral do Exército, rejeitados na ocasião, mas não punidos”.
A afirmação é do colunista Merval Pereira, de O Globo, só valorizadas por que tem trânsito fácil entre os golpistas de 16. Tucano de marca e sinal, Merval fala ainda sobre o risco de violência:
“O serviço de inteligência da Polícia Civil de São Paulo detectou movimento de incentivo a que os seguidores de Bolsonaro compareçam às manifestações armados, alegadamente para reagir a alguma agressão. Sabidamente, é provável que militantes infiltrados incentivem atos de violência para justificar arruaças. Tivemos em tempos recentes a presença de black blocs em passeatas. A democracia terá problemas se a Polícia Militar for contaminada por essa tentativa golpista do presidente. As Forças Armadas terão de enfrentar essa situação”, afirma.
Washington Post diz que Bolsonaro prepara golpe contra quem quer tirá-lo da presidência.
“O presidente brasileiro já contribuiu muito para o agravamento da pandemia covid-19 em seu próprio país e, por meio da disseminação da variante brasileira, pelo mundo. Ele não deve ter permissão para destruir uma das maiores democracias do mundo também”, diz o jornal dos EUA.
Em editorial nesta sexta-feira (2), o jornal Washington Post, um dos mais influentes dos EUA, afirma que “em vez de lutar contra o coronavírus, Bolsonaro parece estar preparando as bases para outro desastre: um golpe político contra os legisladores e eleitores que poderiam removê-lo do cargo”.
Entre as ameaças vistas por Bolsonaro, segundo o Post, estariam os pedidos de impeachment no congresso e “o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva emergindo como um potente adversário nas eleições do ano que vem”, fatores que teriam motivado as demissões dos comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica, além das trocas em ministérios.
“As medidas foram suficientes para levar seis prováveis candidatos à presidência a emitir uma declaração conjunta alertando que ‘a democracia do Brasil está ameaçada’. ‘O claro plano de apoio do Bolsonaro’, escreveu o editor-chefe Brian Winter no Americas Quarterly, ‘é ter tantos homens armados do seu lado quanto possível no caso de um impeachment ou um resultado adverso na eleição de 2022′”, diz o jornal, sobre o armamento de grupos de apoiadores pelo presidente brasileiro.
“O presidente brasileiro já contribuiu muito para o agravamento da pandemia covid-19 em seu próprio país e, por meio da disseminação da variante brasileira, pelo mundo. Ele não deve ter permissão para destruir uma das maiores democracias do mundo também”, afirma o jornal estadunidense.
Bolsonaro armou o golpe e foi desaconselhado? Como surgiu essa raça de lobos vorazes no seio do povo cordial do Brasil?

Então o amigo quer me dizer que o Capitão Coronga queria invadir o Supremo Tribunal Federal, a corte suprema do País, secundado por um bandão de esbirros?
O que ele ia fazer: prender os ministros, dar uns empurrões e umas rasteiras? E se algum resistisse: algemaria ou mandaria atirar à queima roupa?
Vivemos de fato em uma insólita republiqueta de bananas, apesar de ser a 8ª economia do mundo, o maior produtor de grãos, o quarto país em extensão territorial, a metade da população da América do Sul, o maior produtor de petróleo do continente.
Como chegamos a quase 100 mil mortos pela pandemia e corremos o risco de perder 200 mil brasileiros, quando em 4 anos da II Guerra Mundial, os Estados Unidos perderam pouco mais de 400 mil soldados?
É a estupidez, o escárnio, a falta de preparo?
Como aconteceu de se eleger um deputado medíocre, “aposentado” do Exército por problemas mentais?
De onde surgiu essa raça de lobos no seio de nosso povo cordial e humilde?
Quarenta anos depois, a linha dura do Exército sobrevive sob o espírito de Sílvio Frota
Que não se estranhe as ameaças de golpe dentro das Forças Armadas pelo fechamento do regime. Ernesto Geisel, o duríssimo Geisel, até ele, foi vítima de uma tentativa de golpe dos generais da chamada Linha Dura, o controverso general Sílvio Frota. Na imagem, Geisel, Frota – o demitido – e o sucessor, Figueiredo.
Os veteranos comandantes de tropa que hoje circundam o Estado Maior do Exército estão botando a cabeça de fora, estão rompendo as sagradas regras da hierarquia, prontos para prender corruptos nos três poderes da República e estabelecer novamente um regime de exceção.
Quarenta anos atrás, em outubro de 1977, o dia amanheceu ensolarado em Brasília. Era feriado religioso, na Capital Federal. As redações de jornal funcionariam à meia carga, em regime de plantão.
Também, naqueles idos, com a ditadura militar em pleno vapor, pouco adiantaria saber que Câmara e Senado não se reuniriam, que os tribunais superiores, aproveitando o recesso, continuavam impedidos de julgar atos do Poder Executivo, e que ainda vivíamos o impacto do pacote de abril daquele ano, um truculento conjunto de medidas institucionais responsáveis por criar os senadores biônicos, o voto vinculado, a proporcionalidade do número de deputados favorável aos estados do Norte e Nordeste e outras abomináveis regras destinadas a fazer com que a Arena, o partido do governo, não perdesse para o partido da oposição, o MDB, nas eleições do ano seguinte, como havia perdido em 1974.
Rumores, no entanto, começavam a circular desde cedo. Em vez de gozar a folga, todos os funcionários civis e militares do Palácio do Planalto estavam convocados para o trabalho. Na sede do Executivo, foram substituídos os contingentes e sentinelas do Batalhão de Guardas pelos soldados, aliás reforçados, do Regimento de Cavalaria.

Por volta de oito da manhã, o presidente Ernesto Geisel já se encontrava no Palácio, junto com seus principais auxiliares, o chefe do Gabinete Civil, general Golbery do Couto e Silva, o chefe do Gabinete Militar, general Hugo Abreu, o chefe do SNI, general João Baptista Figueiredo, o secretário particular, major Heitor de Aquino, e até o secretário de imprensa, economista Humberto Barreto.
Um bissexto repórter credenciado no Planalto, Evandro Paranaguá, de O Estado de S. Paulo, por acaso passava de carro pela Praça dos Três Poderes quando estranhou a entrada, no Palácio do Planalto, pela garagem, de quatro carros negros em comitiva, três da segurança e o do meio, com o ministro do Exército, general Silvio Frota, fardado e, como sempre, de cenho fechado no banco de trás.
Frota não despachava com o presidente Geisel há semanas, os rumores eram de estremecimento entre eles, já que o ministro do Exército, se não estimulava, ao menos aceitava seguidos pronunciamentos de parlamentares em favor de sua candidatura à presidência da República, em nome da linha dura, grupo militar infenso às esperanças de que um dia Geisel desenvolveria a abertura política, atenuando as tenazes da ditadura.
Frota via comunistas na imprensa, no Congresso, no Judiciário e até no governo. Havia sido mordido pela mosca azul e estava pronto a atender seguidos e anunciados convites para pronunciar conferências por todo o país, em nome da pureza revolucionária!
Apenas os dois generais sentaram-se à mesa de reuniões do gabinete presidencial. As versões depois divulgadas deveram-se obviamente a um deles, no caso, o presidente Geisel. O tonitruante chefe do governo foi logo ao assunto:
“ – Frota, nós não nos entendemos mesmo! Quero que você se demita!
– Não tenho a menor intenção de demitir-me! Sou o chefe do Exército!
– Então você está demitido, porque o cargo me pertence!
– Você não tem força para isso e eu não me demito!”
Seguiram-se adjetivos pouco vernaculares referentes às genitoras de ambos e, depois, a saída do ministro do Exército, batendo a porta.

O general Silvio Frota seguiu para o seu gabinete no Setor Militar Urbano, o Forte Apache, como era chamado, verificando-se um episódio até hoje não contado, por falta de provas: quando a comitiva entrava no túnel privativo do ministro, no Quartel-General, rumo ao elevador que levava ao seu gabinete, ouviu-se um estampido.
O carro que vinha atrás do carro do ministro, com os seguranças, é abalado por forte explosão. As portas se desprendem e saem feridos dois sargentos, ainda que sem gravidade. Mais tarde, será verificado que uma granada de tempo fora colocada no piso do túnel, certamente destinada a estourar quando a viatura de Frota estivesse passando.
Os responsáveis? Certamente que não os oficiais do gabinete do ministro, mas, ao contrário, gente da presidência da República lá infiltrada.
Em sua sala, surpreendido pela iniciativa de Geisel ao demiti-lo, coisa que não esperava, Frota começa a reunir suas forças! Não aceitaria a demissão e manda telefonar para os comandantes dos quatro Exércitos (Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e Recife), além do comandante militar da Amazônia.
Participa-lhes da eclosão de uma crise, fala da humilhação a que o presidente da República estava submetendo o Exército e pede que se dirijam imediatamente a Brasília, indo do aeroporto diretamente para o Quartel-General.
Pobre estrategista, o ministro, porque desde a véspera os comandantes militares haviam sido avisados por coronéis do Gabinete Militar da presidência da República que algo de grave aconteceria em Brasília, mantendo-se preparados para vir à capital federal, dirigindo-se imediatamente ao Palácio do Planalto.
O comandante do III Exército, general Belford Betlem, encontrava-se de férias, no Rio, e recebera mensagem suplementar: deveria trazer a farda, pois talvez lhe coubesse missão específica. No caso, assumir o ministério do Exército.
Ele também pertencia à linha dura, dias atrás havia expedido nota verberando o comunismo. Foi a primeira surpresa de muitas que o general Silvio Frota receberia naquele dia!
A difícil abertura arquitetada por Golbery
Geisel e seu ministro da Casa Civil, o general Golbery do Couto e Silva, principal articulador do projeto de distensão política, eram vistos como traidores dos ideais de 1964 e criticados duramente em panfletos anônimos que circulavam nos quartéis. Os papéis atacavam a “vaidade cega” de Geisel e a “ganância insaciável” de Golbery, em geral retratado pendurado numa forca em desenhos ameaçadores.

O representante mais destacado desse grupo era o general Sylvio Frota, o ministro do Exército. Admirado pela linha dura, ele virou motivo de preocupação para Geisel quando começou a se movimentar nos quartéis e até no Congresso como se fosse candidato a presidente. Geisel tinha outros planos e não admitia a ideia de que a escolha de seu sucessor pudesse ser imposta por subordinados.
O enfrentamento de Geisel com a linha dura teve três momentos decisivos. O primeiro foi a morte do jornalista Vladimir Herzog no quartel-general do 2º Exército, em São Paulo, em outubro de 1975. Seu corpo foi exibido pendurado pelo pescoço por um cinto amarrado à janela de uma cela. A versão oficial era que ele se suicidara na prisão, mas as marcas de tortura eram visíveis no seu corpo. A comoção provocada pela morte levou milhares de pessoas a participar de uma celebração religiosa realizada em memória do jornalista na catedral da Sé.
Geisel irritou-se com o episódio, mas só agiu três meses depois, quando o operário Manoel Fiel Filho apareceu morto no mesmo quartel em circunstâncias semelhantes. A versão oficial dizia que ele havia se suicidado com um par de meias. Geisel achou que era uma provocação. Chamou Frota a seu gabinete e mandou que demitisse o comandante do 2º Exército, general Ednardo D’Ávila Mello.
Frota cumpriu a ordem, mas continuou se movendo como se fosse capaz de impor sua candidatura com o apoio dos oficiais radicais e contra a vontade de Geisel. Só descobriu que vivia uma ilusão no dia 12 de outubro de 1977, um feriado, quando Geisel o demitiu após cinco minutos de conversa. Nenhum dos generais que diziam apoiar as pretensões de Frota reagiu. Todos perceberam que era Geisel quem mandava.
Frota despediu-se divulgando um manifesto de oito páginas, em que atacou a política externa do governo por buscar aproximação com a China, criticou a interferência do Estado na condução da economia e acusou o governo de “complacência criminosa” com a “infiltração comunista” no setor público e na sociedade. Como afirmou mais tarde em suas memórias, que só foram publicadas após sua morte, Frota acreditava que Geisel e Golbery eram “socialistas”.
Começa a repressão aos participantes do levante turco

O presidente turco, Tayyip Erdo an, prometeu hoje (17) “limpar” os postos e cargos do governo ocupados por dissidentes, comandantes militares e soldados identificados com a tentativa de golpe de Estado, ocorrida sexta-feira (14). O governo confirmou que, até o momento, mais de 6 mil pessoas foram presas.
Entre os presos está o general Bekir Ercan Van, comandante de uma base aérea turca usada por forças norte-americanas para lançar ataques sobre terroristas no Iraque e na Síria. Também foi preso o general Ozhan Ozbakir, comandante de uma guarnição no sudoeste da Turquia.
Segundo o presidente Erdogan, o objetivo da limpeza é retirar de suas funções todos os servidores civis e militares que apoiam o clérigo Fethullah Gulen, residente nos Estados Unidos, acusado pelo governo turco de ter orquestrado a tentativa de golpe. O presidente turco disse que o “grupo Gullen” é o responsável pela o que ele chamou de “ruína” das forças armadas.
Erdo an também disse que a Turquia vai solicitar ao governo norte-americano a extradição do clérigo, que vive no estado americano da Pensilvânia.
As relações turco-americanas passam por momento de estremecimento depois das acusações do presidente Erdogan de que o clérigo estaria por trás do golpe de estado. Por causa disso, o Departamento de Estado dos Estados Unidos divulgou um comunicado negando qualquer ligação do governo norte-americano com os eventos.
“Insinuações públicas ou reclamações sobre qualquer papel dos Estados Unidos na fracassada tentativa de golpe são totalmente falsas e prejudiciais para as nossas relações bilaterais”, disse o Departamento de Estado, na mensagem.
Segundo o secretário de Estado, John Kerry, a Turquia deve produzir provas da culpabilidade de Gülen. E acrescentou: “Gostaríamos de convidar o governo da Turquia, como sempre fazemos, para nos apresentar qualquer evidência legítima” que permita iniciar uma investigação a respeito.






