Agência europeia restringe herbicida de gigante do agro
20/02/2023
Resíduos detectados acima dos limites máximos
Por: AGROLINK –Leonardo Gottems
Estão suspensos na França diversas aplicações do herbicida S-metolacloro, que é um dos mais utilizados no país europeu, e é produzido pela Syngenta. A Agência Nacional de Segurança Alimentar, Meio Ambiente e Saúde Ocupacional (ANSES) francesa ordenou as restrições nesta quarta-feira, 16 de Fevereiro, após detectar níveis excessivos do ingrediente ativo em águas subterrâneas.
De acordo com a ANSES, resíduos de S-metolacloro vem sendo detectados em concentrações acima dos limites máximos de segurança e qualidade estabelecidos pela legislação europeia. Além disso, o órgão regulador francês justificou a sua decisão mencionando no parecer o agravante deste herbicida haver sido classificado como “suspeito de causar câncer” pelo Comitê de Avaliação de Risco (RAC) da Agência Europeia de Produtos Químicos em junho de 2022.
“Diante desse risco à qualidade dos recursos hídricos, a ANSES inicia um procedimento para retirar a autorização dos principais usos de produtos fitossanitários que contenham a substância ativa S-metolacloro. Dessa forma, a contaminação ambiental por essa substância será reduzida e isso ajudará a restaurar gradativamente a qualidade das águas subterrâneas”, afirmou em comunicado a Agência Nacional de Segurança Alimentar, Meio Ambiente e Saúde Ocupacional da França.
Por outro lado, o regulador francês ainda não especificou quais seriam os “principais usos” que estão neste momento proibidos. O S-metolacloro é uma molécula utilizada principalmente em formulações de defensivos agrícolas para controle de plantas invasoras, na pré-emergência, nas culturas de milho, girassol, soja e beterraba.
A Syngenta, agroquímica multinacional de origem suíça e hoje controlada pela China, já havia discordado da classificação do RAC, afirmando que era “mais apropriado não classificar o S-metolacloro como um tóxico para o desenvolvimento”. O herbicida encontra-se neste momento em reavaliação na Europa, sendo que as conclusões da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) são esperadas ainda para o início deste ano.
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