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190 bancos norte-americanos correm risco de repetir colapso do SVB, adverte estudo de economistas.

08/05/2023

Bancos estão acossados por perdas não realizadas causadas pelo rápido aumento das taxas de juros, atingindo especialmente os títulos do Tesouro que detêm.

Em torno de 190 bancos norte-americanos estão enfrentando riscos semelhantes aos que levaram à implosão e à falência do Silicon Valley Bank (SVB), de acordo com um artigo publicado esta semana na Social Science Research Network.

O SVB, o “banco das startups e da tecnologia”, que existia há 40 anos, foi fechado pelos reguladores na semana passada após enorme evasão de depósitos.

No estudo, quatro economistas de importantes universidades americanas estimaram quanto em valor de mercado os ativos mantidos pelos bancos americanos perderam devido aos recentes aumentos das taxas de juros.

“De 07 de março de 2022 a 6 de março de 2023, a taxa dos fundos federais subiu acentuadamente de 0,08% para 4,57%, e esse aumento foi acompanhado de aperto quantitativo. Como resultado, ativos de longo prazo semelhantes aos mantidos em balanços bancários sofreram quedas significativas de valor durante o mesmo período”, escreveram eles.

Grande parte desses “ativos de longo prazo” eram Títulos do Tesouro norte-americano, até aqui tidos como um refúgio de segurança por excelência.

O artigo é assinado por Erica Xuewei Jiang, da Universidade do Sul da California; Gregor Matvos, da Northwestern University – Kellogg School of Management; Tomasz Pikorski, da Columbia University – Columbia Business School; e Amit Seru, da Universidade de Stanford.

“Analisamos a exposição dos ativos dos bancos norte-americanos a uma recente subida das taxas de juro com implicações para a estabilidade financeira”, destaca o artigo.

US$ 2 TRILHÕES MENOR

“É US$ 2 trilhões menor o valor de mercado dos ativos do sistema bancário dos EUA do que o sugerido pelo valor contábil dos ativos contabilizados para carteiras de empréstimos mantidas até o vencimento”, registra o artigo.

“Os ativos bancários marcados a mercado caíram em média 10% em todos os bancos”, o que se agrava no 5º percentil inferior que sofreu “um declínio de 20%”, destacam os economistas.

“Ilustramos que a alavancagem não segurada (isto é, dívida/ativos não segurados) é a chave para entender se essas perdas levariam à insolvência de alguns bancos nos Estados Unidos – ao contrário dos depositantes segurados, os depositantes não segurados podem perder uma parte de seus depósitos se o banco falhar, potencialmente dando-lhes incentivos para ‘correr’”.

EMBLEMÁTICO

Um estudo de caso do recentemente falido Silicon Valley Bank (SVB) é ilustrativo, acrescentam os economistas. “10% dos bancos têm perdas não reconhecidas maiores do que as do SVB. O SVB – observam -também “não foi o pior banco capitalizado, com 10% dos bancos tendo uma capitalização menor que o SVB”.

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