“Juiz Corrupto”: Moro ganha carimbo e referendo de ladrão da Justiça do Paraná

O “Russo” era mesmo o chefe da quadrilha de Curitiba que destruiu o Brasil. | Jornal O Expresso

                   Jota Camelo

O senador ainda pode apresentar recursos perante a Justiça paranaense ou recorrer ao STF e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ)

O jornalista Glenn Greenwald se saiu vitorioso de uma ação movida contra ele pelo senador Sergio Moro (União-PR). O ex-juiz da Operação Lava Jato pleiteava que fossem excluídas do Twitter e do YouTube publicações em que era chamado de “juiz corrupto” por Glenn e chegou a obter uma decisão favorável em primeira instância.

Nesta semana, porém, a 8ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná decidiu que as postagens devem ser preservadas.

“O tribunal reconheceu o direito que o Glenn tem de chamar o juiz corrupto de juiz corrupto”, afirma o advogado José Renato Gaziero Cella, responsável pela defesa do jornalista. “Pessoas públicas estão sujeitas a críticas. O próprio Moro é contundente contra os seus críticos”, completa.

Durante a sua sustentação no tribunal, a advogada Carolina Padilha, que representa Moro, afirmou que Glenn praticou uma ofensa direta ao associar ao ex-juiz a um crime que ele não cometeu.

“É evidente que a gente está muito além de uma crítica e de uma reportagem jornalística baseada em fatos. A gente está trazendo uma acusação totalmente direta, que é o crime de corrupção”, disse Padilha. “Estamos falando de um jornalista renomado, sério e conhecido nacionalmente, que certamente conhece o conceito de corrupção e certamente o utilizou com a intenção de ofender”, afirmou ainda.

O relator da ação, desembargador Hélio Henrique Lopes Fernandes Lima, citou o julgamento da ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 130 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que garantiu a plena liberdade de imprensa no país, e disse que a exclusão equivaleria a censura.

“A remoção dos conteúdos referentes ao agravado [Moro], então pré-candidato à Presidência da República, implicaria, na minha óptica, em lesão à liberdade de opinião pública e política do agravante [Glenn], que exerce papel de imprensa, suscitando evidente censura”, afirmou o magistrado.

Ele foi acompanhado pelo desembargador revisor do caso, Gilberto Ferreira. Com os dois votos, formou-se maioria contra a decisão de primeira instância que havia determinado a Glenn Greenwald que excluísse as publicações críticas a Moro. O único voto contrário foi apresentado pelo desembargador Luciano Carrasco Falavinha de Souza.

Serviços públicos do Brasil enfrentam ‘ameaça muito real de colapso’, diz Lula.

Luiz Inácio Lula da Silva gesticula com a mão direita enquanto fala em um microfone de mão

Fotografia: Nelson Almeida/AFP/Getty Images

Presidente eleito diz que equipe de transição descobriu que ‘coisas mais simples não estão sendo feitas’ como resultado da má gestão de Bolsonaro.

De em São Paulo, para The Guardian

Os serviços públicos no Brasil enfrentam uma “ameaça muito real de colapso” como resultado da má gestão do governo de extrema-direita cessante, e a nova administração terá uma “tarefa hercúlea” ​​na reconstrução de instituições danificadas, principalmente nas áreas de saúde, educação e meio ambiente, disse o presidente eleito do país.

Luiz Inácio Lula da Silva venceu o titular de extrema-direita, Jair Bolsonaro, em uma eleição acirrada em outubro e deve assumir o poder em 1º de janeiro.

Nas semanas desde a vitória de Lula, sua equipe de transição vem avaliando a tarefa que tem pela frente, e o líder esquerdista, que chamou o mandato de Bolsonaro de “uma tempestade de fascismo”, disse estar chocado com o que encontrou.

“Não pretendo fazer um grande escândalo sobre isso; Só quero que o povo brasileiro saiba a tarefa que estamos enfrentando”, disse Lula na quinta-feira. “Depois de um mandato de quatro anos, encontramos o governo na penúria, com as coisas mais simples não sendo feita, porque o presidente preferiu mentir para sua bolha a governar este país.”

O relatório de transição dizia: “O desmonte do Estado e a desorganização das políticas públicas são profundos e generalizados, e têm consequências em áreas essenciais tanto para a vida das pessoas quanto para o rumo que este país está tomando. , educação, preservação do meio ambiente, geração de trabalho e renda, combate à pobreza e à fome, entre outros.

O vice-presidente de Lula e chefe de transição, Geraldo Alckmin, disse que a educação foi particularmente afetada, com livros didáticos que serão usados ​​no próximo ano ainda precisam ser editados, o número de crianças na escola caiu em relação aos anos anteriores e os recursos para serviços essenciais, como os jantares escolares não são suficientes para atender à demanda. A educação universitária estava “quase em estado de colapso”, acrescentou.

A revista Veja vai jogar mais uma pá de terra na sepultura de Moro?

Neste final de semana, a revista Veja circula com novos diálogos revelados do ex-juiz Sérgio Moro. Pelo que se lê, The Intercept Brasil não tem pressa para realizar esse sepultamento. Vai cozinhar em fogo brando a reputação do Ministro da Justiça até o derretimento total.

TV Oeste fecha setor de jornalismo e será apenas repetidora da TV Bahia

Com a economia crescendo como rabo de burro – a indústria recuou 10% apenas no primeiro trimestre de 2019 – e previsões de profunda depressão no comércio e serviços, mais um veículo de comunicação está fechando as portas.

Agora foi a vez da TV Oeste, que demite funcionários da área de jornalismo e se transforma em repetidora e simples escritório de negócios, em Barreiras. Com o fechamento da unidade, a ação social da empresa, de importância para a comunidade oestina, também será encerrada.

Ao todo, a TV Bahia já demitiu mais de 100 funcionários da área de telejornalismo, cerca de 40% de toda a redação.

O melhor do Twitter na política

– Ai, Witzel, o que você tem no bolso?

– Bolso? Tolinho!

Estilista dá pistas de como será o vestido de Heloísa Wolf, que vai se casar com Eduardo Bolsonaro. (Em O Globo).

Comentários endereçados à Redação.

Os procuradores da Lava Jato fizeram um outdoor e colocaram no caminho entre o aeroporto e Curitiba. O outdoor tem a foto de todos eles e a mensagem: aqui se cumpre a lei.Quem é que paga o outdoor dos exibicionistas lavajateiros? (do Jornalistas Livres).

Já tinha visto antes, caro leitor, integrantes do Ministério Público fazendo propaganda de si mesmos? E negociando taxas com bancos para aplicar R$2,5 bilhões extorquidos da Petrobras?

De Kennedy Alencar, jornalista:

“Comemorar o golpe militar de 1964 é um atentado contra a memória do Brasil. Militares da ativa não engoliram a Comissão da Verdade. Por isso, avalizaram uma aventura obscurantista. Por isso, vão sempre responder perante o Tribunal da História, que é inclemente, mas faz justiça.”

De Grabriel M. Gatti, engenheiro civil, pós-graduado em gestão de projetos:

Dilma não tinha conta no exterior nem recebeu valores ilícitos. Demitiu Geddel da Caixa e Roberto Costa da Petrobras. Negou apoio a Cunha. Contrariou Aécio em Furnas e negou aumento ao STF. É honesta. E quem tomou seu lugar? Um ladrão com 40 anos de roubo nas costas.

De Talíria Petrone, ex-deputada federal pelo Rio de Janeiro:

“Logo na semana da Memória, Verdade e Justiça, Bolsonaro orienta que haja uma celebração no desaniversário do golpe de 64. Não há nada a ser celebrado, presidente. A ditadura censurou, torturou, perseguiu, matou. Lembremos disso para que não se esqueça, para que não se repita.”

Até os generais que tutelam Bolsonaro estão pedindo parcimônia nas comemorações do Golpe de 1964.

Não é verdade que 520 mil usuários saíram do Bolsa Família por medo de auditoria de Bolsonaro

Por Luiz Fernando Menezes, da agência de checagem de notícias Aos Fatos.

Uma montagem que está circulando nas redes sociais engana ao sustentar que 520 mil usuários desligaram-se do Bolsa Família após o presidente Jair Bolsonaro (PSL) prometer uma auditoria no programa de transferência de renda.

Esse número, na verdade, corresponde ao número de famílias que deixaram voluntariamente de receber o benefício desde 2003.

As publicações analisadas fazem parecer que a informação falsa consta no site da Secretaria Especial de Desenvolvimento Social, que recebeu as atribuições do extinto Ministério de Desenvolvimento Social.

Como os dados de desligamento do Bolsa Família só são divulgados no fim de cada mês, não é possível saber ainda quantos beneficiários saíram do programa desde que o novo governo assumiu, na semana passada.

E aí, Estadão, estava pronta a reforma do apartamento de Lula?

Não é triste quando um grande jornal participa de uma grande farsa, uma pantomima demoníaca, para incriminar um ex-presidente?

Quando estudante e já nos primeiros passos em uma redação de jornal, sofríamos ao ver o jornal O Estado de São Paulo, o maior jornal do País, publicar receitas e poemas de Camões no lugar de matérias censuradas pela Ditadura. Era uma posição de desafio, digna, determinada.

Aprendemos muito com o Estadão e com o Jornal da Tarde, durante um certo período o melhor jornal do País. Hoje a imagem do Estadão derrete-se junto com folhetins como Época, Folha, Isto é, Veja e o Globo.

Que exemplo a grande imprensa dá hoje aos estudantes de jornalismo?

Jornalista paulista ameaçado tem apoio da sociedade

Políticos e profissionais da imprensa prestaram solidariedade ao jornalista, Rogério Junior, do site Ribeirão Pires de Fato, que na madrugada desta sexta-feira (13/04) recebeu uma ameaça de morte, através de um perfil falso do Facebook.

O jornalista registrou B.O no 2ª DP de Mauá e as investigações sobre a autoria da ameça foi aberta pela polícia, através do departamento de crimes de internet.

Na falta de assunto melhor, vereadores de LEM atacam a imprensa local

 

Sob o título “LEM: vereadores usam tribuna para tentar intimidar a imprensa” o radialista Douglas Batista e a jornalista Raquel Santana rechaçaram de plano as críticas, proferidas na tribuna, à imprensa local no dia de hoje.
Em contrapartida, o vereador Márcio Rogério afirmou:
“Nós não podemos conceber o pleno estado democrático de Direito e uma sociedade livre sem uma imprensa livre”.

Mais do que a obrigação de bem informar e denunciar falhas nos entes públicos e entre os agentes políticos, jornalistas recebem a outorga constitucional de livre exercício de sua profissão.

A condenável assunção à condição de censor por parte de alguns vereadores não passa de uma tentativa vã de esbulhar a profissão de jornalista, situação só identificada em regimes arbitrários e totalitários. Apesar da grave situação política em que vivemos, não é o caso. 

Os vereadores em questão só fomentaram uma posição antagônica gratuita com aqueles que verdadeiramente exercem, em sua amplitude, o alto escopo da imprensa e da boa informação.

“O Brasileiro está mudando de caráter”, diz Veríssimo, o Grande.

Foto de Igor Sperotto

Quem viveu a  história política brasileira a partir do fatos ocorridos em 1º de abril de 1964, como este editor, não deveria deixar de ler a excelente entrevista de Luís Fernando Veríssimo, o cronista, escritor, roteirista, quadrinista e principalmente humorista gaúcho que povoou nossas leituras.

Ele entrou na redação de Zero Hora, ainda na rua Sete de Setembro, como redator – copy-desk como se dizia na época – já entrado nos 30 anos, por volta de 1968, o ano que ainda não acabou. Nos mesmos dias em que eu, primeiranista de Comunicação Social, começa a viver aquele mundo fascinante da reportagem. Destoava de nós, jovens gritões e mal educados durante o caos em que se transformava a redação de um jornal na hora do fechamento da edição. Era educado, gentil, tímido e, principalmente, silencioso: falava baixo e de maneira mais discreta possível.

O talento enorme logo o transformou em colunista de Zero Hora. E num repente sua coluna estava sendo reproduzida nos principais jornais e revistas do País, a par do surgimento de inúmeros livros, onde seguia a carreira do pai, Érico Veríssimo, este meu conterrâneo da velha e valerosa Cruz Alta.

Logo sumiu da redação. Como colunista e escritor no auge da fama já não se deslocava mais de sua casa. Mandava as suas colunas via fax de casa ou da MPM – então a maior agência do País – onde se destacava como o criativo criador de campanhas para a Ipiranga.

Agora, depois de mais de 40 anos, foi demitido como colunista contratado. A Zero Hora continuará publicando sua coluna como contratado da Agência Globo. Segue trabalhando, como exemplo de jornalista e cidadão do seu tempo.

Veja aqui a excelente entrevista de Luís Fernando Veríssimo no jornal Extra Classe.

Comemoramos nosso 8º aniversário. E agradecemos aos nossos leitores

Hoje este blog completa 8 anos de atividade ininterrupta. É o pioneiro daqueles que tem base em Luís Eduardo Magalhães. Temos muito que comemorar. Temos quase 3 milhões de leitores por ano. Com picos de mais de 40 mil leitores diários. Poucos, sim, mas qualificados. Mais de 20% de nossos leitores possuem um diploma universitário. A par disso, estamos integrados em mídias sociais no Facebook, Twitter e Instagram, multiplicando por centenas de milhares nossas publicações.

Nossa leitura a nível regional está consolidada no Oeste baiano. Publicamos matérias de interesse de todos os municípios do Além São Francisco, da Chapada Diamantina e de outras regiões da Bahia.

Nossa orientação editorial é clara. Nem sempre somos simpáticos aos poderosos. Não transigimos com ideias absolutistas, intolerantes e discriminatórias,  mesmo que isso signifique a perda de alguns leitores. Nossos princípios são tangidos de perto pelas ideias republicanas e democráticas.

Temos orgulho dos anunciantes de nível nacional que escolhem nossa mídia, entre eles Banco Bradesco, Banco Santander, Yara Fertilizantes, Galvani Fertilizantes, O Boticário, Ford, GM,  AIBA, Governo do Estado, entre outros.

Tentamos evitar notícias sensacionalistas, apesar de sabermos que estas dão melhor audiência. A aridez de informes sobre política, gestão pública, comportamento e economia afasta alguns leitores. Mas nos dá outros leitores fiéis, a nível nacional e até mesmo internacional. Já somamos 515.642 acessos nos Estados Unidos, por exemplo, ao longo do tempo da publicação. Ou de brasileiros que moram no Japão ou na Inglaterra, conforme registros do nosso administrador.

Tem coisas que acontecem à luz do dia que só vendo para acreditar

Se fosse feito aqui em O Expresso um comentário sobre a troca de favores entre os “pendurados” Aécio Neves e Michel Temer, logo viriam os protestos. Como foi a “insuspeita” Globo que fez a matéria, agora temos a certeza: morremos e não vemos todas as barbaridades que acontecem na República.

Entrevista de Joesley Batista à Época é a bomba da semana

ÉPOCA – O chefe é o presidente Temer?
Joesley –
O Temer é o chefe da Orcrim da Câmara. Temer, Eduardo, Geddel, Henrique, Padilha e Moreira. É o grupo deles. Quem não está preso está hoje no Planalto. Essa turma é muita perigosa. Não pode brigar com eles. Nunca tive coragem de brigar com eles. Por outro lado, se você baixar a guarda, eles não têm limites. Então meu convívio com eles foi sempre mantendo à meia distância: nem deixando eles aproximarem demais nem deixando eles longe demais. Para não armar alguma coisa contra mim. A realidade é que esse grupo é o de mais difícil convívio que já tive na minha vida. Daquele sujeito que nunca tive coragem de romper, mas também morria de medo de me abraçar com ele.

Leia a íntegra no site da revista.

Na imprensa mais à esquerda, comenta-se que Rodrigo Janot quer denunciar Temer por corrupção passiva, organização criminosa, obstrução de justiça e lavagem de dinheiro. Segundo a entrevista de Joesley está clara também a concussão.

Depois de R$1 bilhão de emendas parlamentares para os deputados, onde sempre tiram uma lasquinha para a campanha de 2018, Temer pode ser acusado de todos os crimes hediondos do País que eles vão dar um jeitinho. Lembram da CPI do Orçamento, em 1994? Eu estava lá.

Veja muda 180º o rumo editorial, criticando o “Estado Policial” de Curitiba

 

Original do 247

Num editorial tardio, publicado neste fim de semana, a revista Veja, que foi um dos principais pilares de sustentação da Operação Lava Jato, e também apoiadora de primeira hora do golpe parlamentar de 2016, que produziu a tragédia atual, dá uma guinada radical.

Segundo a publicação, foram ilegais as divulgações dos grampos da presidente deposta Dilma Rousseff com o ex-presidente Lula, repassados pelo juiz Sergio Moro ao Jornal Nacional, da Globo.

Veja também condenou a publicidade dada a conversas entre a ex-primeira-dama Marisa Letícia e seus filhos – que a própria revista divulgou, diga-se de passagem (confira aqui).

Segundo a Abril, o Brasil mergulhou num Estado Policial, com os abusos que estariam sendo cometidos.

Detalhe: a divulgação dos grampos entre Lula e Dilma, pelo juiz Moro, entra na pauta do Conselho Nacional de Justiça nesta terça-feira, 30 (leia mais aqui).

Leia, abaixo, o editorial de Veja:

Estado Policial

“Diz a lei que uma interceptação telefônica só pode ser feita com autorização judicial, no tempo em que perdurar a autorização judicial, e seu conteúdo só poderá ser preservado se for relevante para a investigação em curso. Tais limites são estabelecidos para que as conversas telefônicas, de qualquer pessoa, inclusive de suspeitos, não fiquem boiando no éter das tramoias de um Estado bandoleiro. No curso da mais ampla investigação sobre corrupção na história do país, a lei tem sido lamentavelmente desrespeitada.

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“Eles não rasgam dinheiro”, diz Agência Pública.

Enquanto a batalha campal segue nas ruas, o Congresso vota as armadilhas de sempre. Foto G1.
Marina Amaral, codiretora da Agência Pública, envia em sua newsletter, os assuntos mais relevantes da Esplanada dos Ministérios e alhures:
Enquanto os deputados de oposição protestavam contra a convocação de militares para “garantir a ordem” na Esplanada dos Ministérios, a bancada do governo – sozinha no plenário – aprovava sete medidas provisórias. Além de sinalizar para o mercado que ainda são capazes de aprovar as reformas que interessam, as medidas aprovadas não tratam apenas de assuntos burocráticos.
 
Uma delas regula a comercialização de terras da União na Amazônia e de imóveis funcionais em Brasília, outra aumenta a carência para benefíciosprevidenciários; e a última a ser aprovada amplia a isenção fiscal da marinha mercante em portos do Norte e do Nordeste.
 
A votação também buscava dar um “ar de normalidade” ao governo de um presidente desmoralizado contra o qual protestavam milhares de pessoas do lado de fora do Congresso, como notou o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). A repressão policial que chegou a usar armamento letal contra os manifestantes agravou a situação – há manifestantes feridos em estado grave, entre eles um rapaz alvejado com balas de verdade na mandíbula.
 

Curiosamente, os que primeiro forçaram as barreiras policiais – dando origem ao tumulto – foram os manifestantes vestidos com as camisas laranja da Força Sindical, a única central trabalhista importante a promover mobilizações pelo impeachment de Dilma Rousseff, ligada ao deputado Paulinho da Força (Sd-SP).

Paulinho vem ameaçando deixar a base do governo por causa da reforma trabalhista, mas sua tropa sempre foi considerada dócil, quando comparada pelos amantes da lei e da ordem aos vermelhos da CUT ou do MST. Note-se estamos falando do início dos tumultos, não da depredação que se seguiu.
 

Se não se pode aplaudir os que tocaram fogo em ministérios não é difícil acreditar em irrupção espontânea de revolta quando um governo exposto por corrupção tenta aprovar a toque de caixa reformas que só agradam aos empresários, como mostra o meticuloso trabalho de nossa repórter, Alice Maciel.
 

Mas a “selvageria sem paralelo”, como qualificou o promotor Arthur Pinto Filho, ficou por conta do prefeito de São Paulo, João Dória, na derrubada da Cracolândia. “Não tem paralelo você destruir casas com pessoas dentro. Eles deram duas horas para as pessoas saírem dos hotéis”, disse em entrevista à Folha de S. Paulo.

O promotor voltou a repetir a crítica quando perguntado sobre o pedido de “autorização judicial para busca e apreensão de pessoas em estado de drogadição” pela secretaria municipal da Justiça. “É uma caçada humana que não tem paralelo no mundo”, afirmou.

O prefeito e seu padrinho, o governador Geraldo Alckmin, tiveram que fugir no meio de uma entrevista coletiva, repudiados pela massa de pobres que habita a Cracolândia – muitos deles sem qualquer relação com drogas. “Especulação imobiliária” e “gentrificação” estão entre as palavras citadas pelos moradores nas entrevistas, cujo significado aprenderam na prática.
 

A proteção aos mais frágeis não está entre as prioridades dos dirigentes paulistas. É o que comprova outra reportagem da Pública, essa assinada pelo repórter José Cícero da Silva. O Estado de São Paulo é o único da federação que não repassou verbas para o PPCAM, o programa de proteção de adolescentes e crianças ameaçados de morte. Seus principais algozes são, pela ordem, a polícia paulista e os traficantes.

 

Foi fratura ou luxação na perna do menino, hein Prefeitura?

Nota da assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal de Luís Eduardo Magalhães informa que o menino acidentado hoje no ônibus escolar, em frente à escola Dom Weberberger, teve uma luxação na perna. Não obstante, na mesma nota, à frente, afirma que o menino teve uma fratura exposta.

Uma luxação –  deslocamento de dois ou mais ossos com relação ao seu ponto de articulação normal – conforme o meu dicionário, jamais será uma fratura exposta. Valendo também para o contrário.

Nos oito anos de mandato de Humberto Santa Cruz todo tipo de gente passou pela assessoria de imprensa, inclusive alguns que não sabiam concatenar um período completo. Mas nunca a Prefeitura contratou alguém que não tivesse um diplominha, por mais singelo que fosse, para justificar sua presença na Diretoria de Comunicação.

Só militantes da “imprença”, sem formação, podem confundir luxação com fratura exposta.

Juiz manda prender jornalista para explicar vazamentos.

Eduardo Guimarães, o jornalista editor do blog da Cidadania, foi preso e conduzido às instalações da Polícia Federal para explicar como vazou informações sobre futuras ações no âmbito da Operação Lava Jato. Ele foi libertado no final da manhã, mas foi bastante questionado sobre suas fontes.

O juiz Sérgio Moro, o qual não teve a capacidade de mandar intimar o jornalista para depoimento, optando pela prisão ilegal, deveria renovar sua biblioteca com a Constituição de 1988.

Agindo assim, o Magistrado parece estar julgando com base da Constituição de 1937, a “Polaca”, que amparou a ditadura e a barbárie no Estado Novo.

Com relação à liberdade de imprensa, a Constituição Federal (BRASIL, 1988) em seu artigo 5°, inciso IX dispõe: “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”.

O art. 220, §1° da nossa Lei Maior acrescenta: “Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV”.

Os respectivos incisos dispostos no art.5° da Constituição declaram que:

“IV  –  é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

 V  –  é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;

X  –  são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

XIV  –  é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;”

Tarso de Castro, a lenda das redações, tem biografia na praça

Tarso com Candice, a qual esnobou e botou chifres.
Tarso com Candice, a qual esnobou e botou chifres.

Tarso de Castro, talvez o jornalista mais incisivo e criativo que o País já conheceu, criador do Pasquim e do Folhetim da Folha, criado nas oficinas de O Nacional, de Passo Fundo, de propriedade de seu pai, Múcio de Castro, é o tema da biografia de Tom Cardoso, “Tarso de Castro, 75 kg de músculos e fúria”.

Conheci Tarso numa visita que ele fez a amigos na redação de Zero hora, onde ele trabalhou quando ainda era a Última Hora, de Samuel Wainer. Já era uma lenda.

Mulherengo e alcóolatra, levou uma lista invejável de mulheres para a cama, entre elas a atriz Candice Bergen, deusa da nossa juventude.

Ele morreu com 49 anos, depois de uma vida de muito álcool, mulheres bonitas, cigarro e de muitos extremos.

Vale a pena ler na integra a matéria do jornal Opção.  

Revista “Isto é” faz jogo sujo contra Dilma Rousseff

brazil-dilma-rousseff

NOTA À IMPRENSA

A propósito da edição da revista IstoÉ deste sábado, 11 de fevereiro, com a matéria de capa “R$ 50 milhões em propina para a campanha de Dilma”, a assessoria de imprensa de Dilma Rousseff esclarece:
“A revista IstoÉ comete um desserviço aos leitores ao manter a mira do seu jornalismo de guerra contra a ex-presidenta da República Dilma Rousseff. E, mais uma vez, deixa transparecer o apoio da Editora Três ao Golpe de 2016, do qual a publicação é porta-voz, emprestando desde sempre seu apoio dócil e servil ao governo Temer.
IstoÉ continua a ignorar as regras do jornalismo. O repórter falhou no cumprimento de seu dever. A revista sequer se deu ao trabalho de procurar a assessoria de Dilma para checar as informações ou ouvir o outro lado, antes de publicar o texto noticioso, um amontoado de ilações baseado no que seria a delação do empresário Marcelo Odebrecht.
A revista insinua, de maneira vil e irresponsável, a participação de Dilma Rousseff em atos suspeitos durante a campanha presidencial. Não prova, contudo, que ela teve conduta criminosa ou cometido ilícitos na campanha de 2010.
Dilma Rousseff jamais manteve contatos pessoais com  Marcelo Odebrecht para obter vantagens financeiras nas eleições. Nem designou terceiros para negociar em seu nome. Muito menos fez concessões a empresas como retribuição por doações.
O ex-ministro Guido Mantega jamais tratou de recursos financeiros para a campanha presidencial em nome de Dilma, como a própria defesa deixou claro à revista, que ao menos o ouviu antes de dar a notícia.
Todas as doações de empresas foram legais e registradas na Justiça Eleitoral, em 2010 e 2014.
A sórdida campanha movida pela Editora Três desde 2015 contra a ex-presidenta persiste, mas não prevalecerá. A conduta aética da revista obriga a ex-presidenta Dilma Rousseff, mais uma vez, a buscar na Justiça a reparação por danos morais e à sua honra.
ASSESSORIA DE IMPRENSA
DILMA ROUSSEFF.

Por falar em jogo sujo, circulam informes extra-oficiais nas redes sociais que na próxima semana o Supremo libera, de uma vez, as delações da Odebrecht. Por seu turno, informa-se também que a Rede Globo estabeleceu prioridade absoluta para as delações que eventualmente atinjam Lula e Dilma. Segundo a editora da Globo News, Eugênia Moreyra, a prioridade das denuncias contra os dois ex-presidentes é “estratégia em questão serve para que Lula, Dilma e o PT não se beneficiem do  prejuízo de imagem que terão seus adversários”.

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O que o povo anseia, mesmo os menos aquinhoados com a informação e desprovidos de capacidade de entendimento da grave situação pela qual o País passa, é que todos os culpados denunciados sejam processados e condenados.

A Pátria não vive um momento propício para justiça e moral seletivas.

Frente ao perigo do processo, jornalista faz xixi para trás.

200px-alexandre_garcia_2009O jornalista, ex-coleguinha de faculdade e apresentador da TV Globo, Alexandre Garcia, ao comentar uma reportagem da Revista IstoÉ, associou o ex-presidente Lula a uma mansão em Punta Del Este.

Garcia afirmou que a Operação Lava Jato estaria investigando Lula por, supostamente, ter recebido indevidamente o imóvel de presente do empresário Alexandre Grendene Bertelle, um dos donos da rede de industrias de calçados Grandene. O empresário seria dono de várias mansões em Punta Del Este.

Lula processou a IstoÉ pela calúnia e ao perceber que também seria processado, Garcia foi ao ar dizendo que um amigo e vizinho da suposta mansão dada a Lula por Grandene, alertou o colega que nunca vira Lula ou Grandene no local e que o imóvel não pertencia ao ex-presidente.

Na retratação, Garcia atribui seu erro a um boato, criado por guias turísticos da cidade.

Um jornalista desse calibre não pode se pautar por boatos, principalmente de guias turísticos.

Papai Noel já passou na Veja.

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A revista Veja, que editou capas tão emblemáticas como as da imagem acima, já ganhou o presente de Natal de Papai Noel Michel Temer: um aumento de 650% verba pública para a Revista e 2.473% para a Editora Abril.

Depois quando alegam a existência do Partido da Imprensa Golpista (PIG) o povo da grande imprensa fica sensibilizado. Hitler também não economizou em propaganda, antes de subir ao poder e depois quando realizava a sua obra prima de destruir a Europa.

Não mesmo! Cinco anos depois, os vereadores encontram sua ilha de ostracismo!

Este post foi publicado em 5 de novembro de 2011, quando este Editor e O Expresso enfrentavam grande assédio de vereadores da Câmara Municipal de Luís Eduardo Magalhães, inclusive processos na Justiça. Hoje, Domingos Carlos Alves, o Cabo Carlos, e Sidney Giachini, amargam o ostracismo depois da derrota nas urnas de 2 de outubro. E Alaídio Castilhos nem se candidatou.

Frase do grande constitucionalista, soberbo legislador e grande defensor da democracia, Sidney Giachini, proferida cara a cara com este jornalista, ontem, nos corredores do Centro Administrativo, temperada por um sorriso nos lábios:

– Você tem que ser contido. Você não pode dizer sempre o que pensa. A moção dos vereadores contra você será feita e eu vou assinar.

Como uma bobagem explícita dessas não tem medidas plausíveis, só nos resta deixar alguns trechos escolhidos para leitura do inflamado vereador, que apesar do seu vasto telhado de vidro, teima em jogar pedras a esmo, mesmo que queira apenas atingir seus desafetos.

Lembraremos que a liberdade de imprensa é um dos princípios pelos quais o Estado Democrático garante a liberdade de expressão dos seus cidadãos.

Lembraremos também que a liberdade de expressão é um direito humano inalienável e que independe da vontade de políticos e cidadãos de destaque na sociedade.

Lembraremos ainda ao insigne vereador Giachini que o artigo XIX da Declaração Universal dos Direitos Humanos expressa que “toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras”.

Diz ainda um diretor-geral da Unesco:

“Sem uma mídia livre, independente e pluralista, como pode o público fazer escolhas eleitorais informadas, analisar o processo político de tomada de decisão ou dar opiniões efetivas para assuntos públicos?”

O ex-secretário geral da ONU, Kofi Annan, também tem uma palavra que pode servir de referência ao democrático vereador Giachini:

“Os jornalistas trabalham na linha da frente da história, tentando destrinchar o emaranhado dos acontecimentos, dando-lhes forma e conferindo sentido à nossa vida, ao narrá-los. Os seus instrumentos são as palavras e as imagens, o seu credo, a livre expressão, e as suas palavras reforçam a capacidade de agir de todos nós, tanto dos indivíduos como da sociedade.”

Voltando às afirmações equilibradas do ativo vereador:

 “Você chamou os vereadores Domingos Carlos Alves dos Santos e Alaídio Castilho de semi-analfabetos”.

Respondo: “E você viu o vereador Domingos nos classificar de blogueiro analfabeto e ignorante na Rádio Mundial?”

Além do mais, no próprio programa em que este jornalista foi ofendido, o vereador Alaídio Castilhos se confessou analfabeto. E dias mais tarde, o vereador Domingos Carlos declarou ao jornal Classe A  que todos esperavam que ele fizesse uma má administração na Câmara, “por ser preto e analfabeto”.

Na última sessão da Câmara, Giachini foi ainda mais longe: acompanhou o Vereador Domingos Carlos numa acusação  em que classificou este jornalista como “quadrilheiro” por ter “tomado dinheiro” daquela Casa Legislativa.

Não levaram em conta que a importância dos serviços pagos pela Câmara fosse  irrisória e que os serviços de publicidade tivessem sido prestados ao longo de um ano.

Não levaram em conta que os serviços prestados foram amparados pelo devido documento fiscal, depois de licitação pública,  e a efetiva contrapartida na prestação de serviços de publicidade legal.

Serviços que, aliás, foram prestados também por outros jornais da cidade e na mesma proporção das verbas destinadas.

Por que o grande dramaturgo e ficcionista Domingos Carlos, assessorado pelo seu ingente Sancho Pança, não fez ver às três ou quatro dezenas de assistentes da sessão ordinária da Câmara de Vereadores, que o serviço prestado vinha acompanhado do referido comprovante de publicação?

Por que silenciaram os referidos vereadores na legislatura anterior ao tomarem conhecimento da publicação dos balancetes e anúncios institucionais da Câmara?

Por que não se referiram ao fato de que toda a publicidade que foi gasta no ano de 2010 não passou de uma importância pouco significativa, quando a Câmara divulgava suas ações legislativas para toda a população?

Pois afirmo a ambos, doutos vereadores, duas ou três verdades inquestionáveis:

a) A sua moção de repúdio a este jornalista significa absolutamente nada. Como também nada significam  as notícias veiculadas pela imprensa caudatária e servil, a soldo de sua gestão.

b) Não vão calar ninguém que queira expressar a vontade de uma parcela significativa da população, tais como a dispendiosa compra de carros e a sua manutenção. O dinheiro público é sagrado e deve ser administrado com parcimônia e responsabilidade. Faço votos que primem sempre pela transparência de suas ações públicas, em proveito da população eduardense.

c) Que as suas diferenças políticas com o ex-presidente da Câmara, Eder Fior, não recaiam sobre este jornalista que acreditam ser o elo  mais fraco da corrente da sociedade. Enganam-se mais uma vez.

Deixo-lhes ainda, uma lembrança que pode servir de norte à sua destacada atuação legislativa: iniciamos nossa vida profissional no longínquo ano de 1967, durante os anos obscuros da ditadura militar. Portanto, nossa têmpera foi forjada em anos difíceis para trabalhar como jornalista. Agora, que já passamos dos 43 anos de carreira, não são ameaças proferidas em corredores públicos que interromperão nossa trajetória.

Não mesmo!

Impunidade em crimes contra jornalistas preocupa a ONU

Nas coberturas de manifestações, um grande risco.
Nas coberturas de manifestações, um grande risco.

Durante a última década, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 800 jornalistas foram assassinados por cumprir a sua tarefa de informar ao público. É preocupante que apenas 10% destes crimes tenham levado a condenações. A impunidade encoraja os criminosos e ameaça toda a sociedade e, principalmente, os jornalistas. Hoje (2), é o Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas.

O relator especial da ONU para a liberdade de expressão, David Kaye, emitiu ontem (1º) um comunicado aos países para que tomem medidas de proteção que garantam a segurança dos profissionais da comunicação.

“Os ataques a jornalistas e as ameaças a sua segurança têm várias formas: atentados a sua integridade física, interferência na confidencialidade de suas fontes e acosso mediante vigilância, para citar apenas algumas”, disse.

Kaye ressaltou que a proteção contra estas ameaças é fundamental para que os jornalistas possam fazer seu trabalho, mas também para que a sociedade tenha acesso à informação e para que os governos prestem contas de suas ações.

O relator considerou particularmente preocupantes as crescentes ameaças à segurança digital dos jornalistas, posta à prova com bloqueios de páginas da internet e leis que proíbem ou limitem a codificação de mensagens.

De acordo com o Comitê para a Proteção de Jornalistas, 52 profissionais dos meios de comunicação foram assassinados este ano e, na maioria dos casos, os governos não tomaram as medidas para responsabilizar os criminosos.

Brasil em nono lugar na lista de impunidade

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“O cala-boca já morreu”, reafirma Cármen Lúcia em encontro sobre imprensa

São Paulo - A presidente do STF, Cármen Lúcia faz palestra sobre liberdade de expressão na comunicação tecnológica, durante o 10 Fórum Aner de Revistas, na Escola Superior de Propaganda e Marketing (Rovena Ros
A presidente do STF, Cármen Lúcia, faz palestra sobre liberdade de expressão na comunicação tecnológica no 10º Fórum Aner de Revistas, na Escola Superior de Propaganda e Marketing. Foto de Rovena Rosa/Agência Brasil

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, disse hoje (20), em São Paulo, que o “cala-boca já morreu”, referindo-se ao direito da imprensa de repassar informações aos cidadãos. A afirmação foi feita em resposta a uma jornalista a respeito das restrições que às vezes são impostas sob o argumento de necessidade de sigilo.

Na decisão em que a Corte autorizou a publicação de biografias não autorizadas, Cármen Lúcia havia citado repetidamente o dito popular: “Cala-boca já morreu”

Ela disse que, no âmbito do STF, a Corte dará cumprimento, como tem feito reiteradas vezes, ao exercício de uma imprensa livre e “não como poder, mas como uma exigência constitucional para se garantir a liberdade de informar e do cidadão ser informado para exercer livremente a sua cidadania.”

A ministra afirmou que “não há democracia sem uma imprensa livre. Não há democracia sem liberdade. Ninguém é livre sem acesso às informações”.

“Deixa o povo falar”, disse a ministra, citando crônica do escritor e jornalista Fernando Sabino. A presidente do STF fez as afirmações pouco antes de ministrar palestra do fórum da Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner), na Escola Superior de Propaganda e Marketing, na Vila Mariana, zona sul da cidade de São Paulo. Da Agência Brasil.

ANJ divulga relatório sobre liberdade de imprensa no país

CENSURA - Cego, mudo e surdo

 

Texto da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, com pauta de Fernando Machado, do ZDA

O documento registra casos de assassinatos, prisões, agressões, censuras judiciais, atentados, ameaças, intimidações e insultos contra jornalistas que aconteceram entre agosto de 2014 e agosto de 2016.

Nesse período, a ANJ registrou redução do número total de atentados à liberdade de imprensa. Mas esses dados devem ser encarados com cautela, segundo a associação.  “A redução mencionada corresponde, sobretudo, à diminuição dos atos de violência praticados contra profissionais de imprensa no contexto de manifestações públicas, que ocorreram em grande número nos anos de 2013 e 2014, tendo recrudescido em 2016,” declara o documento.

Ainda segundo o relatório, o número de homicídios com motivações vinculadas à atividade jornalística aumentou nesse período. Casos de censura judicial tiveram redução, mas, segundo a ANJ, esse “cerceamento à liberdade de expressão tende a ocorrer com mais frequência durante os períodos eleitorais, em particular, municipais”.

O documento destaca o assédio judicial sofrido pelo jornal Gazeta do Povo, que passou por ações judiciais após a publicação de reportagens sobre salários de juízes. O jornal e os profissionais envolvidos na produção das reportagens ganharam da associação o Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa 2016.

O relatório também faz recapitulação dos casos de assassinato (9 casos), prisões (15 casos), agressões (96 casos), censuras judiciais (9 casos), atentados (14 casos), intimidações e insultos (16 casos) e ameaças (27 casos) que aconteceram no biênio.

O documento é produzido com periodicidade, marcando a troca de diretorias da Associação. Os relatórios dos anos anteriores podem ser encontrados no site da ANJ

Temer troca comando da EBC com um canetaço

Sede da EBC em Brasília
Sede da EBC em BrasíliaABR

Decreto publicado hoje (2) no Diário Oficial da União (DOU) altera o Estatuto Social da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). De acordo com o texto, a empresa passa a ser vinculada à Casa Civil e não mais à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

Outra alteração trata do Conselho de Administração da empresa, que passa a ser composto por: um membro indicado pelo ministro-chefe da Casa Civil, que vai exercer a presidência do colegiado;  pelo diretor-presidente; por um membro indicado pelo Ministério da Educação; por um membro indicado pelo Ministério da Cultura; por um membro indicado pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; por um membro indicado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações; e por um representante dos empregados da EBC.

Ainda segundo o decreto, a Diretoria Executiva da empresa será composta por um diretor-presidente, um diretor-geral e quatro diretores, sendo que todos os membros serão nomeados e exonerados pelo presidente da República.

Até então, o diretor-presidente da EBC tinha mandato de quatro anos com permissão para recondução. Agora, o prazo máximo de ocupação do cargo passa a ser quatro anos, sem possibilidade de recondução.

Fim do Conselho Curador

Medida Provisória publicada hoje no DOU  também  define que a EBC seja administrada por um Conselho de Administração e por uma Diretoria Executiva e, em sua composição, contará apenas com um Conselho Fiscal e não mais com um Conselho Curador. A lei que criou a empresa previa a atuação de um conselho curador, formado por 22 membros, incluindo representantes da sociedade civil, cujo papel seria “zelar pelos princípios e autonomia da EBC”.

Troca no comando da EBC

Por fim, a edição de hoje do DOU também traz a exoneração de Ricardo Melo do cargo de diretor-presidente da EBC e a nomeação de Laerte Rímoli para a função.

Todos os decretos e a medida provisória em questão foram assinados pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que exerce o cargo de presidente da República enquanto Michel Temer participa de reunião do G-20 na China.

Para milhares de pequenos veículos de comunicação, como O Expresso, que tinham na Agência Brasil uma importante fonte de informação, isenta e precisa, é uma perda irreparável. Agora teremos apenas a “voz do dono” transmitida pelo complexo de comunicação. Os ditadores sabem: primeiro calar a voz da imprensa. O resto se resolve por baixo dos panos.

Veja a verdade por trás da grande imprensa na página do The Intercept

logo Intercept BrasilO momento não é bom para a credibilidade da grande imprensa no Brasil.

A organização Repórteres Sem Fronteiras publicou seu ranking anual de liberdade de imprensa e o Brasil caiu para a 104ª posição, em parte devido à “propriedade dos meios de comunicação continuar concentrada nas mãos de famílias dominantes vinculadas à classe política.”

Eis que surge no horizonte a página eletrônica do “The Intercept Brasil”.

Aqueles leitores mais esclarecidos, que não se contentam com as manchetes triviais e nem sempre honestas da grande imprensa terão agora um refúgio na leitura das reportagens do The Intercept.

Vinicius Lena nos deixa

Vinicius Lena

Vinicius Azzolin Lena, decano da imprensa do Oeste baiano, faleceu hoje, às 6 horas da manhã, no Hospital do Oeste. Gaúcho de Jaguari, Vinicius Lena era Editor Chefe do Jornal Nova Fronteira e membro da Academia Barreirense de Letras.

O Expresso registra aqui seus profundos pêsames à família enlutada.

A jornalista Miriam Hermes, publicou no Jornal Nova Fronteira, a despedida para Vinicius:

O editor do jornal Nova Fronteira, Vinícius Azzolin Lena, 85 anos, morreu na manhã de hoje, 03 no setor de Unidade de Terapia Intensiva do Hospital do Oeste, em Barreiras, onde estava internado há cerca duas semanas. O corpo será velado no plenário da Câmara Municipal de Barreiras a partir das 18h e o sepultamento acontecerá no Cemitério Jardim da Saude, às 09h de amanhã.

Riograndense de Jaguari, também era cidadão barreirense em título concedido pela Câmara de Vereadores, fato que muito lhe orgulhava. Chegou na Bahia em 1986, dedicando-se no princípio à atividade agropecuária.

Desde 1991, com a morte trágica do filho Victor Emmanuel Lena, assumiu com o filho Eduardo Vencato Lena e a nora Leila Ribeiro, a continuidade do jornal Nova Fronteira.

Vinícius deixa uma lacuna na cultura local, onde era uma referência entre jornalistas, poetas, escritores e amigos. Além de publicações em diversos sites dedicados à literatura, editou os livros Traçando Barreiras (ilustrado por desenhos de Júlio Cézar da Cruz) e Pequenas Histórias. Também era membro fundador e ex-presidente da Academia Barreirense de Letras (ABL).

Formado em Contabilidade na cidade de Santa Maria (RS), alimentava na juventude o sonho de fazer medicina. Estudou inglês, latim, espanhol, francês e italiano. Por dificuldades financeiras abdicou do sonho e retornou às raízes da família de origem italiana em Jaguari, onde se casou aos 28 anos com Sirlei Magdalena Vencato Lena (In Memoriam) e tiveram quatro filhos: Vitor Emanuel Lena (In Memoriam), Marcos Daniel Lena, Eduardo Vencato Lena e Vanessa Vencato Lena. Vinícius deixa oito netos.

Para encerrar, deixo um poema de sua autoria, publicado no site Recanto das Letras em dezembro de 2009.

AGORA VOU

Agora vou cuidar de flores
Delicadas dádivas da natureza
Relembrando meus antigos amores.

Agora vou fixar-me só nas estrelas
Com seu eterno cintilar de vagalumes
Para pensar que serão minhas, mesmo sem tê-las.

Agora vou mirar-me no espelho
Da luz de teu olhar de lânguidos encantos
Para sonhar o amor, sem atropelo.

Agora vou vestir minh’alma nua
Com a roupagem da sabedoria pura
Para fechá-la depois com chave gazua

Agora irei pelo caminho das pedras
Desviando-me das mais pontiagudas
Pisando só onde a erva não medra.

Agora vou sorver o nectar delicado
Da uva, que reconforta meu existir profano
E para Deus no ceu, demonstrar meu agrado.

Agora vou nadar no rio do Tempo
Que cai em catadupas, gerando forças
Para levar-me a um final cheio de alento

Agora que cheguei até onde estou
Onde as emoções, sim, me fazem persistir
Pensando como a vida é bela, agora vou…

A Revista Época não se cansa: “Wagner comprou um sítio equivalente a 14 Maracanãs”.

O senador Blairo Maggi, duas vezes governador do Mato Grosso, ministro da Agricultura de Temer. Rico, branco, homem influente, Blairo é representante emblemático do novo padrão executivo do PMDB.
O senador Blairo Maggi, duas vezes governador do Mato Grosso, ministro da Agricultura de Temer. Rico, branco, homem influente, Blairo é representante emblemático do novo padrão executivo do PMDB.

A Revista Época não se cansa de bater nos líderes petistas. Agora, descobriu que o ex-governador e ex-ministro Jaques Wagner comprou um sítio de 14 hectares, que compara maldosamente à área do campo de futebol do Estádio Maracanã. Se a Revista queria um assunto relevante em termos de propriedade, poderia vasculhar as áreas do novo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que seguramente possui ativos agrários de área superior a 240 mil campos de futebol (0,7 hec cada cancha).

Somente no Mato Grosso, o grupo administra 252,3 mil hectares de terras para agricultura, pecuária e reflorestamento. São 200,4 mil hectares em 19 fazendas próprias e 51,9 mil hectares arrendados do Grupo Itamarati, do empresário Olacyr de Moraes (falecido recentemente), em Campo Novo do Parecis.

Há cerca de três anos, um primo de Blairo, Eraí Maggi, adquiriu, com cláusula resolutiva, uma área de 100 mil hectares (o equivalente a 142 mil campos de futebol) no Oeste baiano, desistindo depois de plantar um ano porque o negócio foi obstado por entraves jurídicos.

Veja o texto maldoso de Época:

O ex-governador baiano e ex-ministro-chefe do gabinete da Presidência, Jaques Wagner, adquiriu em dezembro do ano passado um sítio com tamanho equivalente a 14 Maracanãs. A propriedade, localizada em Andaraí, na região da Chapada Diamantina, recebeu o nome de “Sítio Felicidade” e custou R$ 538 mil.

O imóvel foi comprado em conjunto com a esposa de Wagner, Maria de Fátima Carneiro Mendonça, e o ex-lobista Guilherme Sodré, o Guiga, amigo de longa data e pai de um enteado do ex-governador. Ainda segundo a revista, o local, antes conhecido como Fazenda Dinamarca, incluía casa com cinco suítes, garagem, piscina e acesso ao Rio Santo Antônio, na Chapada.

Segundo o registro do cartório, os compradores desembolsaram pelo imóvel uma entrada de R$ 398 mil e dividiram o restante em parcelas de R$ 14 mil. Wagner recebia R$ 30 mil como ministro. De acordo com o documento registrado no cartório, o ex-governador e a esposa são proprietários de 76% do sítio – devem pagar por ele cerca de R$ 408 mil -, enquanto a empresa de Guiga detém os outros 24% (cerca de R$ 129 mil).

Retirar matéria do site é censura, diz Ministro do STF.

Do jornal Folha de São Paulo.

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso afirmou nesta terça-feira (19) que determinar a retira de matérias jornalísticas de sites de jornais ou portais na internet configura “censura”.

Na avaliação do ministro, pessoas que se sentirem ofendidas podem recorrer à Justiça para pedir retificação do texto ou direito de resposta, mas não podem requerer a exclusão das reportagens. Para o ministro, a retirada de texto fere a liberdade de expressão.

A declaração ocorreu durante o julgamento da primeira turma do STF que discutiu pedido de empresário do Rio para retirar da Internet uma reportagem da revista “Veja” que o retrata como “uma mistura de lobista com promoter e arroz de festa”, por frequentar festas com a presença de celebridades.

A defesa do empresário argumentou que a reportagem não tem mais interesse público, por ter sido publicada em 2013, e usou termos “malévolos” para se referir a ele.

“Aqui nesse caso concreto é uma matéria que descreve personalidade, não faz comentários críticos. Você achar que pode suprimir a matéria que foi escrita isso é censura. Não é direito a esquecimento”, disse o ministro.

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“A Folha de S.Paulo que está na internet vai ficar para todo sempre, portanto, se dissermos que podemos tirar a matéria da Folha de S.Paulo (…) vamos fazer a censura. Só que em vez de censurar o papel, nós vamos censurar a publicação na internet. Algumas publicações já nem saem no papel. Para mim, a censura virtual ou de papel é a mesma coisa. Se tiver erro, você tem direito a retificação, a direito de resposta”, completou.

O ministro citou um debate que ocorreu na Corte Europeia de Direitos Humanos que mandou retirar uma reportagem de uma pessoa que devia à Previdência e que teve a casa leiloada. Barroso afirmou que a determinação foi para que a reportagem fosse retirada do índice de um site de busca, mas não para excluí-la.

“A discussão que ocorreu na Corte Europeia de Direitos Humanos foi de retirar a referência em site de busca e o pedido não era para retirar matéria porque retirar matéria sempre será censura”, afirmou.

“Mesmo que fato seja falso?”, questionou o ministro Luiz Fux. “Pode pedir a retificação da matéria. Mas a matéria foi escrita e divulgada”, respondeu.

Apesar da discussão, a votação da ação não foi concluída porque houve um pedido de vista de Fux, para ter mais tempo para analisar o caso.

Um governo para os pobres é um mau exemplo?

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Todos sabem que Luiz Fernando Veríssimo, além da honra de ser meu conterrâneo, escreve muito bem. Mas as vezes ele exagera no talento. Veja ele falando sobre a possibilidade do impeachment:

“Foi o fim da ilusão que qualquer governo com pretensões sociais poderia conviver, em qualquer lugar do mundo, com os donos do dinheiro e uma plutocracia conservadora, sem que cedo ou tarde houvesse um conflito, e uma tentativa de aniquilamento da discrepância.

Um governo para os pobres, mais do que um incômodo político para o conservadorismo dominante, era um mau exemplo, uma ameaça inadmissível para a fortaleza do poder real. Era preciso acabar com a ameaça e jogar sal em cima”

Governo parte para o ataque frontal com as revistas semanais

Sempre discreto, o Blog do Planalto, que sempre se dedicou a relatar as atividades da Presidência da República, largou press release, por volta das 19 horas, lamentando as reportagens das revistas semanais, sob o título: “A torcida organizada das semanais com o factoide da compra de votos”.

Veja a íntegra do texto oficial:

Quando o linchamento público fracassa, quando se constata a reação vitoriosa ao ódio, à intolerância e ao rancor como estratégia para o triunfo político, quando são evidentes os sinais de arrefecimento da ação golpista, a saída é recorrer a factoides.

Desesperados.

É o que se conclui com a orquestra afinada (ou desafinada?) das revistas semanais, que em suas edições deste fim de semana abordaram, de maneira uníssona, a tese de “compra de votos do Palácio do Planalto para combater o impeachment na Câmara”.

Tese, sim, e em tom de “denúncia”. A negociação de emendas e cargos – “e até dinheiro”, como narra uma das publicações – é descrita com a agressividade habitual pelas revistas Época, IstoÉ e Veja. Ainda que não exibam prova alguma, nem sequer uma declaração oficial de parlamentares abordados ou “comprados”, ou outra mínima evidência capaz de sustentar a tese como fato jornalístico.

Era para ser jornalismo, mas não passa de torcida organizada.

Embarcam, assim, na onda dos denunciadores, que acusam o governo de fazer exatamente aquilo que – eles, sim – estão fazendo. Como declarou o ministro Ricardo Berzoini na sexta-feira (8), “mesmo com todo o esforço de cooptação de parlamentares, com promessas de cargos e vantagens, eles não têm os votos”.

Não há “compra de votos” em curso. A aproximação, o diálogo e as negociações feitas pela área política do Palácio do Planalto não se resumem a apenas uma votação, e sim para um relançamento do governo no dia seguinte após o Brasil superar a agenda catastrofista do impeachment.

A tese das semanais constitui, isto sim, mais um capítulo da tentativa inclemente de aprovar o impeachment a qualquer preço. Na falta de evidência prática de sua vitória, as revistas e os apoiadores do golpe parecem torcer para sua “profecia autorrealizável”.

O termo, cunhado em 1949 pelo cientista social norte-americano Robert Merton, em inglês chama-se self-fulfilling prophecy.

Na prática, significa você repetir tanto uma coisa, com bases falsas, até que ela se torne realidade.

Neste caso, não se tornará.

Reportagem da Revista Veja

Reportagem da Revista Época

Reportagem da Revista IstoÉ

Os veículos impressos, em busca da credibilidade perdida.

moro veja

A revista Veja publica, hoje, um vídeo, relatando que pesquisas indicam uma queda acentuada (de 90% para 60%) da aceitação do magistrado Sérgio Moro. A pesquisa foi encomendada pela FIESP – a poderosa Federação da Indústria do Estado de São Paulo. 

Não surpreende a queda na aprovação de Moro, depois de seus desvios de conduta, ao liberar o vazamento de gravações da Presidente da República. Veja navega no caminho de recuperar parte de sua credibilidade.

Os leitores estão de olho na credibilidade da imprensa. Hoje comprei a edição dupla de Zero Hora, referente ao sábado e domingo. Há cerca de 5 anos, a Zero Hora circulava aos sábados e novamente aos domingos, com quatro cadernos de classificados ( mais de 200 páginas), fora o corpo do próprio jornal e cadernos especiais. Agora, Zero Hora tem um caderno de classificados de apenas 28 páginas e o corpo do jornal de apenas 60 páginas. É mais um grande jornal do País em franca decadência.

A circulação diária paga de Zero Hora, em junho de 2013, de acordo com o IVC (Instituto Verificador de Circulação), foi de 184.566. Agora, O IVC divulga apenas a circulação somada aos acessos. também pagos, via internet. Mas com certeza a edição de Zero Hora não tem apenas um shape mais magrelo, como deve ter perdido circulação exclusiva do veículo impresso.

 As revistas sofreram redução de 9,6% na circulação total e de 19,8% nas vendas avulsas em bancas, de 2013 para 2014. No caso específico de Veja, no mesmo período a revista experimentou uma redução de 10% de assinantes e de quase 50% de vendas nas bancas.

Relatório de CPI pede censura na internet

Sob o pretexto de combater crimes na Internet, o relatório final da CPI dos Crimes Cibernéticos, da Câmara dos Deputados, propõe oito projetos de lei para controlar, censurar e realizar processos de vigilância em massa contra usuários da rede mundial de computadores.

Assinado pelo deputado federal Esperidião Amin (PP-SC), o documento foi divulgado esta semana e traz propostas consideradas draconianas por especialistas.

Segundo nota publicada na página do Instituto Tecnologia e Sociedade (ITS), do Rio de Janeiro, os projetos são “bombásticos” e “atacam diretamente direitos fundamentais, como a liberdade de expressão, o direito à privacidade e mutilam as partes mais importantes do Marco Civil da Internet”.

Veja o inteiro teor da matéria no site do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina.

Advogados gaúchos protestam contra OAB no apoio ao golpe.

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Advogados se reuniram na frente da entidade, na Capital, para protestar contra a decisão da entidade nacional|Foto: Guilherme Santos/Sul21

Por Jaqueline Silveira, do Sul 21

Ao mesmo tempo em que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) protocolava um pedido de impeachmentda presidenta Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, em Brasília, o grupo de Advogados e Advogadas pela Legalidade Democrática protestava, no final da tarde desta segunda-feira (28), em frente à sede da entidade na capital gaúcha, justamente contra a decisão da OAB nacional. No dia 18 de março, 26 das 27 seccionais da OAB no país votaram a favor do pedido de impeachment.

Os advogados gaúchos alegam que a Ordem não consultou os profissionais, mas, apenas, as seccionais. No caso do Rio Grande do Sul, só teriam sido ouvidas as direções das 106 subseções do Estado. “Essas decisões que foram tomadas foram pelas 106 subseções. Os advogados não foram ouvidos”, afirmou o ex-conselheiro da OAB Mário Madureira, um dos organizadores do ato.

Ele fez duras críticas à decisão da entidade em relação ao pedido do impeachment. Isso porque, segundo o advogado, as chamadas “pedaladas fiscais”, base do pedido que tramita na Câmara, não conferem crime de responsabilidade e ainda não foram julgadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O que há, frisou Madureira, é uma parecer do TCU pela irregularidade das pedaladas. Ainda, sustentou o advogado, as delações premiadas, como a do senador Delcídio do Amaral, não podem ser classificadas como crime de responsabilidade, outro argumento usado pela OAB para o pedido de impeachment, já que nem foram apreciadas pelo Judiciário. “As delações premiadas são uma coisa absurda”, ressaltou Madureira. E não poupou criticas à conduta da entidade que representa os advogados. “A OAB virou uma prestadora de serviço do golpismo”, acusou ele, sobre o fato de a Ordem não só apoiar, mas “promover” o pedido de impeachment. “Não vamos aceitar essa punhalada da OAB”, completou ele.

Leia mais e veja outras imagens em o Sul21.

Meio século depois, a história se repete

ultima hora

O jornal Última Hora lutava sozinho pela permanência de Jango Goulart na Presidência da República, para a qual foi eleito constitucionalmente. No dia 1º de abril de 1964 o jornal sumiu das bancas. 

Samuel Wainer, o proprietário, se exilou no Chile e lá recebeu proposta de compra do jornal de um grupo de empresários especializados em obras públicas. Negociou a venda de seu jornal em Paris, tendo vendido em 1971 para a Empresa Folha da Manhã S/A que também era dona do jornal Folha de S.Paulo.

Protagonismo perigoso

Editorial do jornal Folha de São Paulo

Em momentos de crispação nas ruas como estes que o Brasil conhece, nada mais importante que dispor de instituições sólidas e equilibradas, capazes de moderar o natural ímpeto das manifestações e oferecer respostas seguras dentro de um quadro de legalidade.

Preocupam, por isso, os sinais de excesso que nos últimos dias partem do Judiciário, precisamente o Poder do qual se esperam as atitudes mais serenas e ponderadas.

Não se trata de relativizar o peso das notícias acerca da Operação Lava Jato, ou de minimizar o efeito político e jurídico das gravações telefônicas divulgadas nesta semana.

O imperioso combate à corrupção, entretanto, não pode avançar à revelia das garantias individuais e das leis em vigor no país.

Tal lembrança deveria ser desnecessária num Estado democrático de Direito, mas ela se torna relevante diante de recentes atitudes do juiz federal Sergio Moro, em geral cioso de seus deveres e limites.

Talvez contaminado pela popularidade adquirida entre os que protestam contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), Moro despiu-se da toga e fez o povo brasileiro saber que se sentia “tocado pelo apoio às investigações”.

Ocorre que as investigações não são conduzidas pelo magistrado. A este compete julgar os fatos que lhe forem apresentados, manifestando-se nos autos com a imparcialidade que o cargo exige.

Demonstrando temerária incursão pelo cálculo político, resolveu assumir de vez o protagonismo na crise ao levantar o sigilo de conversas telefônicas de Lula (PT) bem no momento em que o ex-presidente se preparava para assumir a Casa Civil.

Por repulsiva que seja a estratégia petista de esconder o ex-presidente na Esplanada, não cabe a um magistrado ignorar ritos legais a fim de interromper o que sem dúvida representa um mal maior. Pois foi o que fez Moro ao franquear a todos o acesso às interceptações e transcrições que, como regra, devem ser preservadas sob sigilo.

Ao justificar a decisão, Moro argumenta de maneira contraditória. Sustenta que o caso, por envolver autoridades com foro privilegiado, deve ser remetido ao Supremo Tribunal Federal, mas tira da corte a possibilidade de deliberar sobre o sigilo das interceptações.

Pior, a lei que regula o tema é clara: “A gravação que não interessar à prova será inutilizada”. Quem ouviu as conversas de Lula pôde perceber que muitas delas eram absolutamente irrelevantes para qualquer acusação criminal. Por que, então, foram divulgadas?

Ademais, a conversa entre Lula e Dilma ocorreu depois que o próprio Moro havia mandado ser interrompida a escuta. Acerca disso o juiz a princípio não se pronuncia.

É sem dúvida importante que a população saiba o que se passa nas sombras do poder. Daí não decorre, obviamente, que os juízes possam dar de ombros para as leis. Mais do que nunca, o exemplo deve partir do Poder Judiciário –sua eventual desmoralização é o pior que pode acontecer.”

Os grifos são da editoria de O Expresso.

Em nota, Delcídio desmente manchete do Estadão

delcídio

“O conteúdo da matéria não é verdadeiro e os documentos que a ilustram não são autênticos, pois não tem conexão com depoimentos ou manifestações do Senador Delcidio”, diz nota assinada pelo advogado Antônio Figueiredo Basto.

“Repudiamos a espetacularização criminosa e indecente da investigação federal, em matéria que mescla mentiras e maledicências, com a finalidade deliberada de envenenar consciências e estimular na sociedade um ambiente de apreensão”.

O advogado nega o conteúdo da reportagem sobre propinas em Belo Monte para a campanha da presidente Dilma Rousseff e a manchete do jornal Estado de S. Paulo.

Veja a nota:

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Sobre os fatos e documentos divulgados pela revista “Isto é”, em data de 11/03/2016, versando sobre suposta colaboração processual do Senador Delcidio do Amaral Gomez, temos a esclarecer o seguinte:

O conteúdo da matéria não é verdadeiro e os documentos que a ilustram não são autênticos, pois não tem conexão com depoimentos ou manifestações do Senador Delcidio. Portanto, não podem, e não devem, ser considerados como idôneos à configurar provas ou indícios contra qualquer pessoa;

Repudiamos a espetacularização criminosa e indecente da investigação federal, em matéria que mescla mentiras e maledicências, com a finalidade deliberada de envenenar consciências e estimular na sociedade um ambiente de apreensão. Fomentando, ainda, o descrédito das Instituições, atingindo a honra e a imagem das pessoas;

Divulgar fatos e expor pessoas, de forma tão irresponsável, não contribui em nada para o esclarecimento da verdade.

Deste modo, tomaremos as medidas judiciais e legais, para restaurar a verdade.

ANTONIO AUGUSTO FIGUEIREDO BASTO

Advogado do Senador Delcídio do Amaral Gomez

Mentiras em sequencia, reprodução na internet sem nenhuma ponderação e certeza sobre o conteúdo, apenas repetindo como macacos amestrados, pode levar a tragédias sem precedentes. Repita uma inverdade mil vezes e ela se tornará verdade e senso comum.