Categoria: Justiça
Minions reclamam de banheiro sem porta, cobertor fino e comida com glúten na Papuda.


Do Metrópoles, editado.
Um relatório extenso produzido pela Defensoria Pública após visitas aos presos pelos atentados antidemocráticos mostra detalhes das celas bolsonaristas. Nas 71 páginas do documento, há curiosidades sobre a situação completamente atípica nas penitenciárias. Os detentos reclamaram da comida, pediram dieta sem glúten e lactose, acharam os cobertores finos demais e foram obrigados a usar vasos sanitários sem porta ou qualquer privacidade, por exemplo. Eles estão privados de liberdade há 17 dias.
O documento foi elaborado em conjunto pela Defensoria Pública da União (DPU), Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF) e pelo Mecanismo Nacional de Prevenção à Tortura (MNPCT), com base em vistorias ocorridas nas prisões que receberam criminosos envolvidos nos ataques aos prédios na Praça dos Três Poderes ou estavam no acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.
Houve até bolsonarista com Covid participando dos atos de invasão e depredação, como mostraram relatórios da triagem médica. Os registros analisados no dia 10 de janeiro, dois dias após os crimes, concluem ainda que 97% das pessoas que chegaram ao sistema prisional não eram do DF. O relatório também aponta que havia uma cela só com idosos, “muitos militares”, como oficiais da Marinha, e policiais de outros estados.
Um preso chamou atenção por estar com um cofre que guardava uma arma na hora em que chegou à unidade prisional. Ele é policial civil aposentado. Outro estava com R$ 3 mil em espécie. A arma, o dinheiro e o cofre foram apreendidos pela Polícia Penal.
Nenhum dos bolsonaristas se declarou como parte do grupo LGBTQIA+, mas, por causa das novas prisioneiras, as mulheres trans que já estavam detidas na Colmeia tiveram de ser transferidas de um bloco específico para celas destinadas às visitas íntimas. Isso gerou prejuízo a elas, que enfrentaram “celas minúsculas”, dias sem banho de sol e até precisaram “desentupir o vaso do banheiro com a mão”, como traz o relatório da Defensoria.
Celas
Os órgãos de proteção aos direitos humanos observaram problemas desde a detenção de bolsonaristas no ginásio da Polícia Federal, onde não havia chuveiro para banho dos detidos. Já no Centro de Detenção Provisória II, na Papuda, defensores encontraram celas com capacidade para oito pessoas mantendo 12 presos, criminosos dormindo no chão, chuveiros com água fria e vasos sanitários sem privacidade.
Havia quatro refeições por dia, mas os bolsonaristas reclamaram da “má qualidade dos alimentos e pouca quantidade no fornecimento de frutas”. Jogando marmitas quase inteiras no lixo, eles diziam que a comida tinha “gosto ruim e mau preparo”. Assistidos psicologicamente, os bolsonaristas levantaram muitas queixas de saúde mental, como quadros de depressão e ansiedade.
Ofício aponta cerco ‘espantoso’ de garimpeiros a posto de saúde e veto a transporte na terra yanomami.

Por VINICIUS SASSINE, da Folhapress, editado.
O crime sem castigo: apesar dos esforços da Justiça Federal, garimpeiros mandavam e desmandavam nas terras Yanomamis.
Um ofício de um chefe de divisão e de um coordenador de saúde indígena na terra yanomami, ainda no governo Jair Bolsonaro (PL), detalhou a tomada de uma UBSI (Unidade Básica de Saúde Indígena) por garimpeiros no território demarcado.
O cerco impediu voos de equipes de saúde, resultou em ameaças contra a empresa responsável pelo transporte de pacientes e profissionais e fechou o posto ainda em novembro de 2021.
A unidade acabou incendiada por garimpeiros ilegais em dezembro de 2022, último mês da gestão Bolsonaro, segundo denúncia de Júnior Yanomami, presidente do Condisi (Conselho Distrital de Saúde Indígena) dos Yanomami e Ye’kuana.
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Em maio de 2022, a Justiça Federal em Roraima determinou que o governo Bolsonaro usasse a Força Nacional de Segurança Pública para garantir a reabertura da unidade básica de saúde de Homoxi, de forma que o Ministério da Saúde retomasse o atendimento na região. A decisão se deu no curso de uma ação civil pública movida pelo MPF (Ministério Público Federal).
Na mesma decisão, o juiz federal Felipe Bouzada Viana determinou a retirada dos milhares de garimpeiros que exploram ilegalmente a Terra Indígena Yanomami. Ele chegou a apontar riscos de genocídio no território.
O governo Bolsonaro, que estimulou o garimpo ilegal em terras indígenas, desrespeitou sistematicamente decisões judiciais que obrigavam a retirada dos invasores.
A quantidade de garimpeiros na terra yanomami explodiu na gestão passada e ultrapassa 20 mil invasores, segundo estimativas de associações indígenas.
Os garimpos contribuíram para um quadro de desassistência em saúde no território, com explosão de casos de malária e desnutrição, especialmente entre crianças e idosos.
O Ministério da Saúde do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou emergência em saúde pública e instalou um centro de operações com essa finalidade. Lula esteve em Roraima no sábado (21) como parte dessas ações, o que deu visibilidade à crise em curso.
O conteúdo do ofício do chefe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena e do coordenador distrital de Saúde Indígena é reproduzido na decisão judicial de maio de 2022. O documento não cita os nomes dos servidores, que dão detalhes de uma visita técnica feita à unidade básica de Homoxi.
Diversos fatores impediam a reabertura do posto de saúde, segundo o ofício. “Já na chegada ao polo qualquer um se espantaria com a cena, a UBSI está cercada por invasores, não existe mais disfarce que tem garimpeiros no local, uma vez que estão morando ao redor da unidade”, cita o documento.
“É assustador ver o avanço de maquinários para a extração, tanto manual quanto mecanizado. Mais assustador ainda é poder identificar que existe uma população de garimpeiros que deve estar se aproximando a mil pessoas”, dizem os coordenadores de saúde.
A reportagem questionou o Ministério da Saúde sobre retomada do funcionamento da UBSI e aguarda uma reposta.
Voos que garantem a logística do crime ocorriam o tempo todo, conforme o relato dos profissionais, e a pista da unidade básica de saúde passou a ficar inoperante para pousos e decolagens voltados ao transporte de pacientes e equipes médicas.
A empresa que prestava esse serviço ao Ministério da Saúde passou a sofrer ameaças, como consta no ofício.
“Essa situação causa diversos prejuízos, como falta de assistência para aqueles que realmente precisam, inviabilizando a chegada de insumos, além de outros fatores maléficos que envolvem os nossos colaboradores, colocando-os em risco, expostos e vulneráveis”, afirma o ofício.
“O avanço da extração de minério nas redondezas está devastando a floresta e poluindo o rio. O posto corre risco de erosão no local onde se encontra localizado no polo”, dizem os coordenadores de saúde no documento.
Não havia nenhuma condição de permanência de equipes de saúde no local, segundo eles, porque “a casa apresenta infestação de morcegos, fezes de diversos animais, além da água contaminada, imprópria para consumo humano e em consequência da garimpagem”.
Há comprovação de que profissionais de saúde sofriam pressão de garimpeiros em outras comunidades, conforme o documento. Esses invasores pressionavam por atendimento médico e medicamentos, “utilizando a manipulação indígena, fazendo que eles se tornem seus aliados para fazer parte da equipe operacional e gerando conflitos dentro das comunidades”.
Os coordenadores dizem que pacientes indígenas precisavam de atendimento, mas que não havia possibilidade de prestação desse serviço em razão da invasão dos garimpeiros.
“A invasão do garimpo fez com que uma grande maioria de indígenas se deslocasse, abandonando suas comunidades de origem e se readequando à realidade dos garimpeiros. Nesse cenário, é impossível, desumano, além de arriscado, expor nossos colaboradores ao perigo.”
O pedido feito pelo MPF incluiu a reativação do posto de fiscalização da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) na Serra dos Surucucus, onde vivem 6.000 indígenas de recente contato. O local já tinha sido alvo de uma intensa corrida pelo ouro nas décadas de 1970 e 1980.
A Justiça determinou que a Força Nacional também desse suporte à reativação do posto da Funai na região.
O juiz determinou ainda que União, Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e Funai se articulassem para combater os ilícitos ambientais na terra indígena.
Uma equipe interinstitucional, formada por “forças de comando e controle”, deveria ser criada para atender à decisão judicial. A equipe deveria permanecer no local até que houvesse “extrusão de todos os infratores ambientais”.
O governo federal também deveria destruir ou inutilizar todos os instrumentos usados para o garimpo.
Bolsonaro alegará ser “preso político” se Alexandre de Moraes decidir prendê-lo.

Jair Bolsonaro alegará ser “preso político” e se dirá alvo de “perseguição” caso o ministro Alexandre de Moraes expeça um mandado de prisão.
Da coluna de Paulo Capelli, no Metrópoles.
Bolsonaro alegará ser “preso político” e se dirá alvo de “perseguição” caso Alexandre de Moraes determine sua prisão. O ex-presidente insiste não ter incorrido em nenhuma prática criminosa.
Bolsonaro afirmará, caso alvejado, sofrer perseguição por conta de suas posições quando presidente. Ainda não está claro se o discurso ficaria no campo da retórica ou se seria usado para pedir asilo político.
Também nos EUA, Anderson Torres retornou ao Brasil e se entregou após ter a prisão decretada por Moraes.
A tese de “prisão política” já foi usada pelo principal adversário de Bolsonaro, em circunstâncias diferentes. Há não muito tempo, Lula se dizia perseguido pela Lava Jato. As condenações, no caso do atual presidente, acabaram anuladas pelo STF.
Outro ponto citado por aliados de Bolsonaro para contestar eventual prisão seria a “inconstitucionalidade” do inquérito dos atos antidemocráticos. A alegação é que o fato de o STF ter agido de ofício, em vez de provocado, deslegitimaria a investigação.
Como a coluna informou, seguranças que atuam para Bolsonaro nos EUA lhe recomendaram não voltar ao Brasil nos próximos dias.
Essa postura é contrária à esperada pela classe política, que pleiteia o retorno do ex-presidente ao Brasil para liderar a oposição a Lula.
PGR denuncia mais 54 investigados por atos golpistas de 8 de janeiro.
Foto de José Cruz – Conteúdo de André Richter, da Agência Brasil
Número de pessoas denunciadas pela procuradoria chega a 98
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou hoje (23) ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais 54 investigados de participar dos atos golpistas de 8 de janeiro. Eles estão presos no sistema penitenciário do Distrito Federal.

É a terceira leva de denúncias feitas pelo órgão. O total de denunciados chegou a 98 pessoas.
Nas denúncias, a procuradoria acusa os investigados dos crimes de incitação das Forças Armadas contra os poderes constitucionais e de associação criminosa.
O subprocurador Carlos Frederico Santos, chefe da equipe que investiga os atos, explicou que o caso não pode ser tratado juridicamente como terrorismo. Segundo Santos, a Lei 13.260/2016 (Lei Antiterrorismo) definiu que o terrorismo deve ser praticado por razões de xenofobia ou discriminação e preconceito de raça, cor, etnia e religião.
“Não faz parte dos tipos penais o cometimento de crimes, por mais graves que possam ser, por razões políticas”, disse Santos.
Mais cedo, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu abrir mais três inquéritos solicitados pela PGR para investigar pessoas que participaram ou financiaram os atos. Até o momento, sete inquéritos foram abertos pela Corte.
Teatro de fantoches e massoterapia
Para fundamentar as denúncias contra os acusados, o subprocurador afirmou que a associação entre os acusados ocorreu no acampamento instalado em frente ao quartel do Exército em Brasília após o resultado das eleições.
Santos anexou fotos às petições para demonstrar que havia estrutura para garantir a permanência dos investigados para cometer crimes contra a democracia.
“A estabilidade e a permanência da associação formada por aqueles que acamparam em frente ao quartel são comprovadas, de forma clara, pela perenidade do acampamento, que já funcionava como uma espécie de vila, com local para refeições, feira, transporte, atendimento médico, sala para teatro de fantoches, massoterapia, carregamento de aparelhos eletrônicos, recebimento de doações, reuniões, como demonstram as imagens”, disse.
Muito grave: Bolsonaro é investigado por chefiar esquema de Caixa 2 no Planalto.
De Rodrigo Rangel, em sua coluna no portal Metrópoles, editado.
Quem diria? O campeão das rachadinhas quando parlamentar e poderoso comprador de 107 imóveis, 51 dos quais em “moeda corrente nacional” acumulou expertise durante anos para administrador um denso esquema da Caixa 2, operado em dinheiro vivo, que pagaria contas as mais estranhas à administração pública e provavelmente financiaria o esquema de atos anti-democráticos, que culminaram com o terrorismo de 8 de janeiro.
“Áudios com a voz de Bolsonaro reunidos pela investigação indicam que o presidente controlava e tinha ciência de tudo.”
Investigações que correm no Supremo Tribunal Federal (STF), obtidas pelo Metrópoles, conectam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à suposta existência de um ‘caixa 2’ dentro do Palácio do Planalto e o ligam à realização de atos antidemocráticos.
De acordo com a reportagem publicada pelos jornalistas Rodrigo Rangel e Sarah Teófilo, um homem de confiança de Bolsonaro gerenciava o suposto ‘caixa 2’, que funcionava com dinheiro vivo proveniente de saques feitos a partir de cartões corporativos da Presidência e de quartéis das Forças Armadas.
O dinheiro era usado, entre outras coisas, para pagar um cartão com despesas pessoais da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro – criado no nome de uma amiga dela, Rosimary Cardoso Cordeiro, funcionária do Senado – e para pagar contas pessoais do clã presidencial.
As investigações estão sob o comando do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Entenda
O tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid – conhecido como “coronel Cid” – é o personagem central das investigações. Homem de confiança de Bolsonaro, ele era:
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Ajudante de ordens do ex-presidente até o final do mandato;
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Guardião do celular de Bolsonaro, atendendo ligações e respondendo mensagens;
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Responsável por tarefas corriqueiras da família, como pagar as contas – a mais sensível, no caso;
Ele também era encarregado de pagar contas pessoais da família de Michelle.
Muitas das operações realizadas pela equipe de Cid era com dinheiro em espécie, na boca do caixa de uma agência bancária localizada dentro do Palácio do Planalto.
Durante as investigações, os policiais identificaram que o modus operandi de Cid era parecido com o apurado nas rachadinhas que envolviam o atual senador Flávio Bolsonaro, filho 01 do ex-presidente. As ações envolviam:
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Dinheiro manejado à margem do sistema bancário;
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Saques em espécie;
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Pagamentos em espécie;
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Uso de funcionários de confiança nas operações.
A partir daí, os investigadores começaram a enxergar fortes indícios de lavagem de dinheiro. Além dos saques a partir de cartões corporativos, Cid supostamente recebia valores provenientes de saques feitos por militares ligados ao tenente-coronel e lotados em quartéis de fora de Brasília.
Os detalhes dessas transações estão mantidos sob sigilo absoluto.
Conexão com atos golpistas
As investigações acessadas pelo Metrópoles também indicam que o “coronel Cid” funcionava como um elo entre Bolsonaro e vários radicais que desejavam que a militância bolsonarista atacasse as instituições democráticas.
Um dos contatos frequentes de Cid, inclusive, era o blogueiro Allan dos Santos, foragido nos Estados Unidos que teve prisão decretada em 2021.
No material obtido por policiais, como uma série de áudios, fica claro que Bolsonaro tinha conhecimento e controle de tudo que Cid fazia – tanto nos pagamentos com dinheiro vivo, quanto na interlocução com bolsonaristas extremistas.
Inclusive, o próprio ex-presidente aparece como interlocutor em mensagens que Cid mantinha em seu aplicativo – com o qual conversava com os radicais.
O que dizem os envolvidos?
Interlocutores de Jair Bolsonaro e de Michelle Bolsonaro admitiram ao Metrópoles que houve “confusão” com os valores em espécie, mas negam que contas pessoais do clã e de parentes de Michelle fossem pagas com os saques corporativos do governo.
De acordo com eles, Cid precisava lidar com os valores em espécie, já que:
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Muitas das despesas “tinham valor ínfimo”;
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Portanto, precisavam ser pagas diretamente a fornecedores que “prestavam serviços informalmente”;
Não foi explicado o motivo pelos quais tais fornecedores precisavam receber em espécie em vez de transferência bancária, por exemplo.
Não houve resposta sobre:
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Pagamento dos boletos, especialmente os do cartão cedido pela amiga de Michelle;
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Contas de familiares da ex-primeira-dama;
O Metrópoles também entrou em contato com Rosimary, a amiga que cedia o cartão para Michelle. Ela, no entanto, se recusou a dar explicações, afirmou não ter sido notificada sobre as investigações e disse que trata-se de “um assunto pessoal” sobre o qual só falará com seu advogado.
Golpistas detidos na Papuda e Colmeia reclamam de superlotação. Bem vindos ao sistema prisional do Brasil.
Cela superlotada em presídio do Espírito Santo. Imagem publicada em A Gazeta. Informações do Metrópoles.
Extremistas detidos após os atos antidemocráticos de 8 de janeiro se queixam superlotação, “comida ruim”, mau cheiro e outros problemas nas celas do Complexo Penitenciário da Papuda e da Penitenciária Feminina de Brasília, popularmente conhecida como Colméia.
Segundo o defensor público da Tutela Coletiva de Presos do Núcleo de Execuções Penais, Felipe Zucchini, os extremistas estão em celas separadas dos demais detentos na Papuda e da Colméia. No entanto, mesmo essas unidades estão superlotadas.
“Se considerado o número de camas disponíveis, que em regra são 8 por cela, esta seria a quantidade ideal para ninguém dormir no chão. Nas visitas recentes se registrou a presença de 16 a 22 nessas celas. Importante destacar que em outras unidades da Papuda, como o CIR (Centro de Internamento e Reclusão), é comum encontrar celas com mais de 22 pessoas, muitas vezes há mais de 30 pessoas em espaços semelhantes”, contou. O problema se repete na Colméia, onde há casos de celas com 16 detentas.
Os golpistas do 8 de janeiro são bem vindos ao sistema prisional do Governo Bolsonaro, aquele mesmo que sempre afirmou que bandido bom é bandido morto.
Em junho de 2018, durante a campanha eleitoral em que já demonstrava o estúpido que ia ser, Jair disse: “Presídio cheio é problema de quem cometeu crime”.
Ou como disse outro imbecil: “Se tem 22 pessoas na cela é porque cabem 22.”
Polícia Federal cumpre mandados de prisão e busca e apreensão nesta manhã
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Oito pessoas são alvos de prisão durante a primeira fase da operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal nesta sexta-feira (20), e que mira financiadores e participantes de atos terroristas ocorridos em Brasília, em 8 de janeiro.
Até o início da manhã quatro pessoas tinham sido presas:
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Ramiro Alves Da Rocha Cruz Junior, conhecido como Ramiro dos Caminhoneiros
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Randolfo Antonio Dias, em Minas Gerais
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Renan Silva Sena, no DF
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Soraia Bacciotti, do Mato Grosso do Sul
A ação foi ordenada pelo Supremo Tribunal Federal, que também expediu 16 mandados de busca e apreensão. As ordens estão sendo cumpridas nos seguintes locais:
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Distrito Federal: 5 de busca e apreensão e 2 prisões
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Goiás: 1 busca e apreensão
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São Paulo: 7 busca e apreensão e 3 prisões
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Rio de Janeiro: 1 busca e apreensão e 1 prisão
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Minas Gerais: 1 busca e apreensão e 1 prisão
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Mato Grosso do Sul: 1 busca e apreensão e 1 prisão
Preso nesta sexta, Ramiro Alves Da Rocha Cruz Junior publicou imagens dos atos terroristas nas redes sociais. Ele também esteve em Brasília e, após o desmonte do acampamento golpista no Quartel-General do Exército, chegou a visitar detidos no ginásio da PF em que eram mantidos. Ele disse que conseguiu entrar no local “miraculosamente”.
Do g1 e O Globo.
Lula troca comando da PF em 18 estados e dispensa 26 superintendentes da PRF.
Por CAMILA MATTOSO, FABIO SERAPIÃO E RENATO MACHADO, da Folhapress. Foto de Gabriela Biló, da Folhapress.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) promoveu nesta quinta-feira (19) uma grande mudança no comando da Polícia Federal nos estados, trocando 18 superintendentes regionais. Também foram dispensados 26 superintendentes da Polícia Rodoviária Federal nos estados
Um dos nomeados na PF é o delegado Leandro Almada, que vai assumir a superintendência regional no Rio de Janeiro. Ele foi escolhido pelo novo diretor-geral, Andrei Rodrigues.
Almada está na PF desde 2008, tem experiência em investigações e em cargos de chefia e, recentemente, foi o responsável pelo inquérito sobre a tentativa de obstrução da apuração da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Na Polícia Rodoviária Federal, um dos dispensados é Virgílio de Paula Tourinho, da unidade da Bahia. Ele chegou a ser intimado pela justiça eleitoral, durante o segundo turno das eleições, por causa das operações no estado que dificultaram o voto de muitos eleitores no estado, que é um reduto petista.
As mudanças foram publicadas em edição-extra do Diário Oficial da União, publicada na noite de quarta-feira (18). As portarias são assinadas pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Almada vai assumir o Rio de Janeiro, que no governo de Jair Bolsonaro esteve no centro das suspeitas de interferência denunciadas pelo ex-juiz Sergio Moro.
O delegado está na PF desde 2008, tem experiência em investigações e em cargos de chefia e, recentemente, foi o responsável pelo inquérito sobre a tentativa de obstrução da apuração da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
A investigação conduzida por ele concluiu que o policial militar Rodrigo Ferreira, conhecido como Ferreirinha, e a advogada Camila Nogueira eram parte de uma organização criminosa que tentou atrapalhar as investigações.
Antes do Rio, o delegado foi superintendente no Amazonas e na Bahia. Após o caso Marielle, ele atuou como na coordenação da apuração sobre vacinação clandestina contra a Covid em Belo Horizonte (MG).
Para São Paulo, maior superintendência do país, o escolhido foi o delegado Rogério Giampaolli, que já foi chefe do COT (Comando de Operações Táticas) e, atualmente, estava na chefia da PF em Sorocaba (SP).
Ele vai substituir o delegado Rodrigo Bartolamei, indicado no governo de Jair Bolsonaro.
Para comandar a superintendência na Paraíba, a escolhida foi a delegada Christiane Correa Machado.
A investigadora comandou por um período durante o governo de Jair Bolsonaro a Cinq (Coordenação de Inquéritos Especiais), responsáveis pelos casos que envolvem pessoas com foro privilegiado nas cortes superiores.
Ela participou, por exemplo, da investigação sobre as acusações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro contra Bolsonaro por interferência na PF.
Christiane é vista como discreta e linha dura, já foi chefe da divisão antiterrorismo por cinco anos e coordenou a proteção a ataques terroristas na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.
Lula já havia promovido a troca do superintendente da Polícia Federal no Distrito Federal, no dia seguinte aos atos golpistas, que terminaram com a invasão e vandalismo no Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal. Na ocasião, o Ministério da Justiça minimizou a troca e afirmou que a mudança já estava programada e estava inserida no plano de mudanças gerais nas superintendências.
O delegado Cézar Luiz Busto de Souza foi o escolhido para comanda a PF no Distrito Federal, no lugar de Victor Cesar Carvalho dos Santos.
O investigador chegou a ser o diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado, setor mais sensível da PF, no governo Bolsonaro.
Ele foi indicado por Rolando de Souza, segundo dos quatro diretores-gerais do governo de Jair Bolsonaro.
A Polícia Rodoviária Federal manteve um laço próximo com o ex-presidente, que sempre prestigiou os eventos da corporação e costumava ir para a beira de estradas, acompanhado pelos agentes, para acenar para eleitores
Como mostrou a Folha de S.Paulo, o ministro da Justiça, Flávio Dino, afrouxou as regras para nomeações na PF.
A alteração nas regras para nomeação foi publicada no Diário Oficial da União na quarta-feira (4). Pela portaria de 2018, só poderia ser diretor o delegado da classe especial, com mais de dez anos de exercício no cargo e com passagem por posto em comissão do “Grupo Direção e Assessoramento Superior –DAS 101.3 ou superior por, no mínimo, 1 (um) ano”.
Dino reduziu os requisitos necessários e, a partir de agora, o delegado precisa apenas ser da classe especial para ser indicado para uma diretoria. O mesmo critério passa a valer para a nomeação do corregedor do órgão.
Da Folha.
Parlamento Europeu vota pelo responsabilidade criminal de Bolsonaro

Por ampla maioria, o Parlamento Europeu aprovou, nesta quinta-feira (19), uma resolução condenando os atos terroristas ocorridos no dia 8 de janeiro em Brasília (DF) e responsabilizando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos ataques à democracia brasileira. A informação é de Jamil Chade, no UOL, segundo o qual, o texto foi aprovado por 319 eurodeputados, com 46 votos contrários e 74 abstenções.
Conforme destacou o jornalista, o texto não tem valor de lei, mas amplia o isolamento internacional do ex-chefe do Executivo e cria um constrangimento político para líder de europeu que, eventualmente, avalie dar guarida a Bolsonaro.
Segundo a publicação, observadores estrangeiros avaliam que a decisão é a primeira ofensiva contra a chamada “internacionalização” da extrema direita, que tem atuado de forma coesa em várias partes do mundo, atacando as democracias.
No texto aprovado pelo Parlamento Europeu, Bolsonaro e Donald Trump são responsabilizados pelo “papel instrumental” nos ataques contra Brasília e o Capitólio, nos Estados Unidos, respectivamente. Os eurodeputados denunciaram ainda a violência dos bolsonaristas radicais e citaram a prisão do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, por suposta conivência com os atentados.
O documento menciona e critica ainda a mobilização do ex-presidente e de seus aliados “de desacreditar o sistema de votação e as autoridades eleitorais, apesar de não haver evidência de fraude eleitoral, e insta-os a aceitar o resultado democrático das eleições”.
Além de condenar as ações criminosas, a resolução expressa apoio às investigações e à responsabilização dos envolvidos, incluindo aqueles que instigaram os terroristas, organizaram e financiaram os atos, assim como as instituições que não agiram para evitar os ataques. A resolução expressa preocupação especial com os atos e omissões dos funcionários públicos, em particular do governador Ibaneis Rocha (MDB) e da Polícia Militar do Distrito Federal.
O documento expressa ainda solidariedade ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), democraticamente eleito, assim como seu governo e demais instituições brasileiras.
Além disso, os eurodeputados destacaram que o Supremo Tribunal Federal (STF) acatou pedido do Ministério Público Federal (MPF) para investigar Bolsonaro ao apontar que ele “pode ter contribuído, de forma muito relevante, para a ocorrência de atos criminosos e terroristas”.
Segundo Jamil Chade, o principal temor dos parlamentares é que ataques violentos contra as instituições democráticas venham a se tornar um “fenômeno global”. Diante disto, o Parlamento Europeu “reconhece a conexão entre o fascismo transnacional crescente, o racismo, o extremismo e, entre outros, os acontecimentos em Brasília, a invasão do Capitólio dos EUA em janeiro de 2021 e as prisões em dezembro de 2022, referentes a um ataque planejado ao Bundestag da Alemanha”.
Os eurodeputados apontam ainda que os episódios ganharam força por meio da desinformação e destacam o “fracasso” das redes sociais em coibir a difusão de campanhas antidemocráticas, o “fascismo transacional e extremismo”.
Eles destacam ainda que as redes “desempenharam um papel fundamental nesses eventos ao amplificar a retórica agressiva e a violência e ao facilitar a mobilização e a disseminação da desinformação”, ao mesmo tempo em que dificultam a remoção de conteúdos ilegais.
Militares e advogados presos no 8 de janeiro são transferidos para prisão especial.

Quatro policiais militares e 10 advogados que foram presos por participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro foram transferidos da prisão para o 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, localizado em São Sebastião. A transferência foi à pedido da Vara de Execuções Penais do DF (VEP).
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária do DF (Seape), as transferências ocorrem desde o início das prisões dos envolvidos. O Metrópoles apurou que outras ainda devem ser realizadas. Entre os advogados, há sete homens e três mulheres.
Entre os PMS, dois são de Minas Gerais e dois da Bahia. “Como os advogados têm prerrogativa de alocação em sala de Estado Maior, eles foram levados ao NCPM”, disse o Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT) em nota. Antes, eles estavam na Papuda e na Colmeia.
“Quanto às decisões da VEP-DF, que tem competência legal para determinar a alocação de presos nos presídios do DF, a magistrada explica que são individuais e que à medida que as defesas foram pedindo e comprovando a condição de advogado ou de policial, por meio de documentos, houve a decisão”, completa o texto.
Do Metrópoles
Vereadora de Montenegro-RS é cassada após comparar mulheres de esquerda a “cadelas”.
A vereadora cassada agora terá 8 anos para bem raspar as partes íntimas.
A vereadora bolsonarista do município de Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre (RS), Camila de Oliveira (Republicanos), foi cassada, por 9 votos a 0, nesta segunda-feira (16), pela Câmara Municipal da cidade.
Em outubro de 2022, a agora ex-parlamentar gravou e divulgou um vídeo, com duas adolescentes, no qual compara as mulheres de esquerda a “cadelas”.
O vídeo, que circulou nas redes sociais, mostra Camila segurando uma bandeira do Brasil. Ao lado de duas jovens e dentro do seu gabinete, ela dubla o funk “O Proibidão do Bolsonaro”, de MC Reaça.
A letra diz: “As mina de direita são as top, mais bela. Enquanto as de esquerda têm mais pelo que cadela. Bolsonaro salta de paraquedas”.
Enfermeira de SC, amiga do Governador, entra na política e multiplica patrimônio.
Do DCM e Plantão Brasil. O Governador e a Vereadora sediciosa.
Agora está presa na Colmeia, por terrorismo e outros crimes.
Odete Correia de Oliveira Paliano (PL), vereadora do município de Bom Jesus, no oeste de Santa Catarina, encontra-se atualmente na Penitenciária Feminina do Distrito Federal (Colmeia). Ela estava entre os mais de 1.500 agentes detidos após o ataque de vandalismo aos três poderes da República, no último dia 8.
Ela foi ouvida, seu flagrante foi lavrado, suas condutas foram identificadas e individualizadas na forma da lei e ela seguiu presa para a penitenciária. Está sendo investigada por crimes cujas penas somadas podem ultrapassar 20 anos.
Seu nome de urna é Odete Enfermeira, uma alusão à profissão que dizia ter antes de se tornar vereadora, em janeiro de 2021. Difícil é saber como ela podia ser enfermeira se tinha apenas o ensino médio completo, segundo declaração dela própria à Justiça.
Quando começou a trabalhar na Câmara de Bom Jesus, município de pouco mais de 2.000 habitantes a 525 quilômetros de Florianópolis, Odete Enfermeira era uma mulher branca. Seu patrimônio era composto por um veículo Chevrolet 2017, que valia R$ 37 mil, e R$ 4.700 na conta bancária. E fim.
Em 2022, Odete, já vereadora, candidatou-se a deputada estadual de Santa Catarina. Na urna, porém, o nome não mudou, seguiu sendo enfermeira, seguiu sendo enfermeira que só estudou até o ensino médio. Tampouco mudou a foto que utilizou na urna para concorrer em 2020, continuou branca como era, mas algo aconteceu no âmago da vereadora, posto que passou a enxergar-se como parda, e assim se declarou à Justiça.
Se ainda era enfermeira na urna, na conta bancária já estava mais parecida com política. Em um intervalo inferior a dois anos, seu patrimônio saltou dos R$ 41,7 mil para R$ 382 mil.
Assim, o patrimônio atual da vereadora é nove vezes maior do que suas posses de 2020. Pode parecer um case de sucesso, mas há quem duvide da capacidade da parlamentar em gerir suas finanças, já que ela possui um patrimônio de quase R$ 400 mil, mas não tem um real para tomar uma água no bolicho, como se nota acima. Perdeu até os R$ 4,700 que tinha quando era só uma enfermeira de ensino médio completo. Como ela vive, come e coloca gasolina no seu Chevrolet (que, aliás, como também se pode ver acima, conseguiu a proeza de aumentar de valor na medida em que envelheceu), é um mistério.
Outro mistério é o crescimento de seu patrimônio. Isso porque o salário líquido da vereadora de Bom Jesus é de pouco mais de R$ 2.300.
Bom, conclui-se que, somando inclusive os 13º salários, ela recebeu pouco mais de R$ 60 mil ao longo desses dois anos em que enriqueceu mais de R$ 300 mil.
Sabe-se, então, que a vereadora presa por terrorismo conseguiu aumentar seu patrimônio em uma ordem de grandeza incompatível com seus vencimentos desde que entrou para a política. Se recebeu uma herança, se recebeu doações de cidadãos de bem, se incorreu em algum tipo de atividade pouco abonadora porém lucrativa, é difícil precisar.
Autoridades discutem reforço da segurança no Distrito Federal
Objetivo é garantir tranquilidade na abertura do ano legislativo
A segurança do Distrito Federal será reforçada no dia 1º de fevereiro para evitar que se repitam, no dia em que os poderes Legislativo e Judiciário reiniciam os trabalhos, cenas como as registradas no último dia 8, quando vândalos e golpistas invadiram e destruíram partes do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).

O anúncio foi feito hoje (16) pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, e o interventor federal na segurança da capital, Ricardo Cappelli.
“Nossa preocupação, agora, é com a posse de 513 deputados e 81 senadores”, disse Lira, ao final da visita que ele, Celina e Cappelli fizeram, nesta manhã, ao prédio da Câmara dos Deputados, onde funciona o Batalhão da Polícia Militar (PM) responsável pelo patrulhamento ostensivo na área da Praça dos Três Poderes.
“Entendo que todo o planejamento está sendo bem cuidado para não termos nenhuma surpresa e, com certeza, não haverá”, acrescentou Lira, dando como certo o reforço da segurança. A seu lado, Cappelli assentia com a cabeça e a governadora em exercício acrescentava: “com certeza”.
“[No Congresso Nacional] estaremos tratando da posse dos parlamentares, da eleição para as mesas do Congresso Nacional… Temos que ter clareza de que muitas pessoas vão se deslocar de todos os lugares do Brasil para Brasília e de que é importante que estejamos atentos, com um plano de segurança preventivo bastante rígido”, enfatizou Lira, argumentando que este será um dia “emblemático”, principalmente após as cenas de vandalismo e os ataques antidemocráticos às sedes dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).
A governadora em exercício, Celina Leão, informou que as autoridades federais e distritais discutem outras medidas além do reforço imediato da segurança pública. Na última sexta-feira (13), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que o governo federal estuda mudanças em leis relativas à segurança pública e que algumas delas visam a “reforçar a autoridade do governo federal” junto ao comando da segurança pública no Distrito Federal.
“Hoje, viemos conhecer as instalações deste batalhão da PM para vermos a possibilidade de dobrar esse efetivo de forma imediata”, disse Celina. Ela acrescentou que o governo do Distrito Federal estuda ampliar o efetivo do batalhão dos atuais 248 policiais militares para pelo menos 500. “Nossa ideia inicial é dar as condições necessárias e melhorar esta estrutura.”
Exterior avalia que tentativa de golpe do dia 8 teve apoio de militares
Os atos terroristas em Brasília podem ter consequências diplomáticas na relação do Brasil com o exterior daqui para frente. A avaliação dos países de fora é que a invasão à sede dos Três Poderes se trata de uma tentativa de golpe de Estado, com possibilidade de auxílio das Forças Armadas. A repercussão, inclusive, levou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a declarar apoio publicamente a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
De acordo com informações de Renato Souza, jornalista de política do Portal R7, o serviço de inteligência estadunidense foi quem identificou que os atos terroristas em Brasília se tratavam de um golpe de Estado, ligando o sinal de alerta nos países do exterior. A reação internacional aos ataques se deu justamente após os alertas de intervenção militar no Brasil.
O risco do envolvimento das Forças Armadas nas manifestações bolsonaristas também chamou a atenção de Lula, que decretou intervenção federal no Distrito Federal, sendo que havia a possibilidade de ativar a Garantia da Lei e Ordem (GLO). O Comando do Exército teria assegurado o cumprimento da GLO, mas o presidente da República declinou.
Na avaliação interna e externa, o Brasil de fato sofreu uma tentativa de golpe de Estado. O risco ainda não está extinto, pois militares das Forças Armadas diretamente ligados com o planejamento e omissão continuam em seus cargos.
Na última quinta-feira (12), em café da manhã com jornalistas, Lula afirmou estar convencido de que a porta do Palácio do Planalto foi “aberta por alguém de dentro”. Segundo o presidente, houveram pessoas coniventes com as invasões e facilitaram o acesso dos manifestantes nas sedes dos Três Poderes.
A história se repete. A primeira vez como farsa.
Dizia Castello Branco, um dos principais articuladores do golpe de 1964, que acabou apeando do poder João Goulart, um ano depois de sua posse, resultado da renúncia de Jânio Quadros:
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“Eu os identifico a todos. E são muitos deles, os mesmos que, desde 1930, como vivandeiras alvoroçadas, vêm aos bivaques bolir com os granadeiros e provocar extravagâncias do Poder Militar.”
A história se repete. Na primeira vez foi uma farsa. Nesta segunda vez, liderados por um covarde, uma fatia considerável das forças armadas se colocou contra o Governo Lula da Silva, rascunhando a história de uma tragédia.
Planejaram até explodir o aeroporto de Brasília, com uma bomba colocada nos eixos de um enorme caminhão de querosene de aviação. Depois invadiram, abençoados por golpistas como Ibaneis, Girão, Bolsonaro, Braga Neto, Heleno e Torres, os palácios dos Três Poderes e os depredaram.

A história do País está em curso, viva e pulsante como sempre. Ainda falta coibir as vivandeiras que conspiram em Orlando, a terra do Pateta.
Terroristas das mídias de extrema-direita já são procurados pela Interpol.

Segundo o jornalista Thiago dos Reis, o Brasil acaba de acionar a Interpol para prender os blogueiritos Allan dos Santos, Rodrigo Constantino Alexandre dos Santos e Paulo Figueiredo Filho, neto do ex-presidente general João Figueiredo.
Os passaportes já foram cancelados por determinação do STF. Indocumentados, os indigitados ditos cujos estão clandestinos no País e podem ser presos a qualquer momento.
Vão ter que recomeçar o movimento neo-nazista do País a partir de um núcleo na Prisão da Papuda, destino inglório de agitadores, terroristas e até de malandros de rodoviária.
Em outubro de 2021 o Itamaraty recebeu do Ministério da Justiça o pedido “urgentíssimo” para extraditar o extremista Allan dos Santos, o “Cara de Cavalo”, que segue foragido nos Estados Unidos.
Cara de Cavalo seguia as orientações do falecido Olavo de Carvalho e de seu guru, Steve Bannon, o terrorista de Trump e conselheiro de Bolsonaro, que está em liberdade condicional nos EUA.
Que tipo de pseudo-jornalista, que enche a boca para falar em liberdade de expressão, faz questão de posar ao lado de armas de grosso calibre, privativas das forças armadas?
Esse tipo de atitude desaforada e acintosa aconteceu em meio ao caos institucional do Governo Bolsonaro, sob as bênçãos dos patriotas e charlatões do fundamentalismo pentecostal.
Coibir esse tipo de atitude era obrigação do Governo Bolsonaro, que sempre fez ouvidos moucos e olhos poucos à crescente onda de terrorismo de extrema-direita. Ao contrário, financiou os terroristas, com gordas verbas públicas.
Ainda não acabou. Mas vai acabar.
Consórcio e Governos nordestinos tentam entrar em acordo, na Califórnia, pela entrega dos respiradores.
De O Bastidor
O governo da Bahia mantém em segredo um acordo firmado nos Estados Unidos com uma das empresas que venderam – e não entregaram – respiradores durante a pandemia. O Tribunal de Contas do Estado descobriu a manobra e quer explicações.
O acerto foi feito com a Ocean 26 ainda em 2020. Meses antes, o Consórcio Nordeste, associação de governos estaduais formada para combater a pandemia, gastou 40 milhões de reais em 600 equipamentos. Depois de diversos problemas, aceitou ficar com a metade. Acabou sem nenhum.
À época, o presidente do consórcio era o então governador da Bahia, Rui Costa. Durante a gestão do hoje ministro da Casa Civil, outros investigados pela compra frustrada dos respiradores tentaram, sem sucesso, um acordo com o grupo de estados nordestinos.
Sigilo que vale por dois
O acordo firmado com Ocean 26 está sob sigilo por força de cláusulas ratificadas pela justiça da Califórnia. O caso só foi descoberto porque a Procuradoria do governo baiano teve que informar o ato ao Tribunal de Contas estadual.
Além impedir o conhecimento sobre valores e condições do acordo, o sigilo tem sido usado como argumento pelo governo baiano para não entregar cópia do acordo ao Tribunal de Contas. Os procuradores alegam que incluir o documento no sistema da corte poderia expor o conteúdo a riscos; sugeriram entregar o material num pen drive durante uma audiência.
No andamento processual do caso não há qualquer registro de que o pen drive tenha sido entregue ao relator da ação, conselheiro João Evilásio Vasconcelos Bonfim, que suspendeu a continuação da disputa até que o acordo esteja na corte. A pausa foi determinada em julho do ano passado.
Não foi a primeira tentativa de barrar a entrega do material. Em abril de 2022, a procuradoria pediu, sem sucesso, para a ação ficar sob sigilo. O Ministério Público de Contas da Bahia e a área técnica do tribunal afirmaram não haver motivo para esconder o processo da sociedade, nem os documentos das autoridades que fiscalizam gastos públicos.
O caso da Ocean 26 segue o segredo estabelecido para as demais compras suspeitas do Consórcio Nordeste. Os contratos seguem sob sigilo, assim como os termos deles. Não se sabe para onde o dinheiro foi, quem se beneficiou e por que os negócios deram errado. Até agora, não se conhece sequer como os governos lesados serão ressarcidos – se é que serão.
Pega fogo o barraco: Mourão recrimina ofensas dos filhotes de Bolsonaro.
Alvo de palavras depreciativas pelos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-vice-presidente Hamilton Mourão rebateu as postagens do deputado federal Eduardo Bolsonaro e do vereador Carlos Bolsonaro, filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O clã Bolsonaro não gostou do tom do pronunciamento de Mourão em cadeia nacional de rádio e TV no sábado (31). Acampados próximos a instalações das Forças Armadas em diversos pontos o país, bolsonaristas esperavam do antigo aliado uma fala a favor de uma intervenção militar.
Para Mourão, as críticas fazem parte do jogo democrático, “contudo, não aceito as ofensas e ameaças que estão sendo disparadas contra mim e minha família”.
As declarações foram dadas à coluna de Igor Gadelha, do site Metrópoles. O colunista afirma que o senador eleito pelo Rio Grande do Sul não pretende prestar queixa.
“Sempre disse que era um Bosta!”, escreveu Carlos Bolsonaro no Twitter. Já Eduardo Bolsonaro opinou, sem citar nomes, que “a cada momento crítico que exige confiança no líder que nos conduziu até este momento, mais máscaras caem”. Nas redes do ex-vice-presidente, bolsonaristas condenam a atitude de Mourão.
A famiglia é no mínimo engraçada. Queriam, certamente, que o General da Reserva e Senador Eleito continuasse a farsa golpista, que sustentou milhares de inocentes úteis desde as paralisações pós-eleitorais.
Bolsonaro e familiares sabiam e sabem que o golpe não tinha garantia a não ser por meio de fanáticos, alguns até do alto escalão.
Auto-exilados, praticamente em fuga, Jair e Carlos, que já não tem nenhum tipo de foro privilegiado, podem ser responsabilizados pela série de evidências de atos anti-democráticos e ataques às instituições.
Mourão parece ter compromisso com a sua vida militar e com seu futuro político.
Homem sério, não iria comprometer-se com aventuras propostas por Jair e seus malucos domésticos.
João de Deus é condenado a mais de 109 anos de prisão por crimes sexuais
O Tribunal de Justiça de Goiás condenou ontem o médium João de Deus a 109 anos e 11 meses de prisão por crimes sexuais em três processos que também exigem do médium o pagamento de indenizações por danos morais de até R$ 100 mil às vítimas. A defesa vai recorrer da sentença.
Apesar da decisão do juiz Marcos Boetchat Lopes Filho, da comarca de Abadiânia, João de Deus permanecerá em prisão domiciliar.
As condenações de ontem contra o médium foram:
As condenações de ontem contra o médium foram:
Crimes sexuais contra cinco vítimas: 51 anos e 9 meses de reclusão em regime inicialmente fechado por crimes entre 2010 e 2016;
Crimes sexuais contra três vítimas: 16 anos e 10 meses de reclusão em regime inicialmente fechado por crimes entre 2011 e 2013;
Crimes sexuais contra cinco vítimas: 41 anos e 4 meses de reclusão em regime inicialmente fechado por crimes entre 2010 e 2015.Como o médium já havia sido condenado em outros processos, as penas de João de Deus somam mais de 223 anos e três meses de detenção.
As outras condenações são as seguintes:
Janeiro de 2022: 4 anos de prisão por violação sexual mediante fraude;
Novembro de 2019: 4 anos em regime semiaberto por posse ilegal de arma de fogo;
Dezembro de 2019: 19 anos em regime fechado por crimes sexuais cometidos contra quatro mulheres;
Janeiro de 2020: 40 anos em regime fechado por crimes sexuais cometidos contra cinco mulheres;
Maio de 2021: Dois anos e meio de reclusão por violação sexual mediante fraude em regime aberto;
Novembro de 2021: 44 anos de prisão por estupro de vulnerável contra quatro mulheres.
COMO ELE FOI PRESO?
João de Deus foi preso pela primeira vez no dia 16 de dezembro de 2018, depois que algumas mulheres o denunciaram por abuso sexual no dia 7 de dezembro daquele ano. Elas afirmavam que foram abusadas sexualmente durante os atendimentos espirituais na casa Dom Inácio de Loyola.
Em março de 2020, João de Deus deixou a cadeia e passou para o regime de prisão domiciliar, em Anápolis, voltando para o presídio em agosto de 2021. No mês seguinte, ele voltou para o regime domiciliar, onde segue preso.
O TJ de Goiás informou que ainda tramitam “sete ações penais da mesma natureza” que “devem ser julgadas até março do ano que vem”.
O QUE DIZ A DEFESA DE JOÃO DE DEUS?
“A defesa irá recorrer das sentenças perante o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás uma vez que desconsideraram aspecto relevantes dos argumentos apresentados pela defesa, em especial a inobservância do prazo decadencial de seis meses para a representação da vítima”, disse Anderson Van Gualberto, advogado de defesa.
A defesa diz ainda ser “não menos relevante” o que chama de “fragilidade dos argumentos da acusação quanto a condição de vulnerabilidade das supostas vítimas”.
“Todas eram capazes, tinham plena consciência dos seus atos e se dirigiram espontaneamente até a Casa de Dom Inácio em Abadiânia, em alguns casos ali retornando diversas vezes”, concluiu.
Pintam e bordam: povo de Bolsonaro faz maracutaia grossa na Petrobras.
Roberto Castelo Branco, em foto da Agência Brasil.
Petrolífera administrada por ex-presidente da Petrobrás lucra meio bilhão com campos que ele próprio ajudou a vender. A 3R Petroleum, que tem seu conselho presidido por Roberto Castello Branco, registrou receita no terceiro trimestre deste ano de R$ 502 milhões.
A 3R Petroleum tem em sua cúpula alguns ex-diretores da Petrobrás e atua exclusivamente em campos comprados da estatal. A empresa adota a prática de porta giratória, tirando executivos de uma ponta do processo e passando-os para o outro lado do balcão, em companhias privadas que compram justamente espólio da estatal da qual vieram, explica o The Intercept Brasil.
A petrolífera privada tem 12 profissionais com passagens pela Petrobrás, inclusive o ex-presidente da companhia, Roberto Castello Branco, atual presidente do Conselho de Administração da 3R.
A 3R comprou nove polos de gás e petróleo da Petrobrás – todos durante o governo Jair Bolsonaro (PL) e a gestão de Paulo Guedes no Ministério da Economia. Guedes é ex-sócio e fundador do banco BTG Pactual, que detém 3,68% do capital social da 3R. O BTG ajudou a levantar os fundos para que a petrolífera pudesse fechar os negócios com a Petrobrás.
No último balanço divulgado, a 3R registrou receita no terceiro trimestre de 2022 de R$ 502 milhões, um aumento de 161% em relação ao mesmo período de 2021 e de 1.364% comparado ao trimestre anterior.
Durante a gestão de Castello Branco na Petrobrás, a estatal vendeu 37 campos de petróleo. Só com a 3R, nesse período, os campos negociados renderam cerca de R$ 3,8 bilhões, em valores atuais. Castello Branco presidiu a empresa de janeiro de 2019 até 12 de abril de 2021.
A ida de Castello Branco para a 3R respeitou a quarentena de seis meses prevista em lei, para evitar conflito de interesses.
Editado pelo Brasil247
Festa pela Copa contrasta com clima de “terror” em atos golpistas pelo país.
Por Matheus Pichonelli, para o Yahoo notícias.
Nas camadas de festividades que tomam conta do Brasil às vésperas da estreia de sua seleção na Copa, um outro país emerge em suas camadas mais profundas.
Enquanto os olhos da audiência seguem atentos ao que acontece e o que não acontece no Qatar, os atos golpistas que tomaram as estradas brasileiras ao fim das eleições desafiam a segurança nacional.
As manifestações promovidas por bolsonaristas inconformados com a vitória de Lula (PT) estão cada vez mais violentas, com direito a destruição de veículos e bloqueio de estradas. Polícia Rodoviária Federal.
A estratégia lembra a de grupos terroristas, segundo a definição da PRF em Santa Catarina, onde ao menos 30 bloqueios foram registrados. Pregos, pneus queimados, rojões, óleo esparramado e até bombas caseiras foram usadas pelos criminosos.
Em Mato Grosso, foram presos, no início da semana, dois homens suspeitos de atearem fogo em ao menos três carretas que ousaram furar um bloqueio. Um dos detidos é um produtor rural com quem a polícia encontrou armas e R$ 10 mil em dinheiro, além de galões com gasolina e isqueiro.
Ele e um comparsa são suspeitos de SEQUESTRAR um funcionário da Via Brasil BR-163 antes de invadir a rodovia e botar fogo nos veículos.
Pelo visto, o bloqueio das contas de 43 acusados de financiarem os atos antidemocráticos são só a ponta do trabalho em forma de iceberg que Alexandre de Moraes e companhia terão até a posse.
Para surpresa de ninguém, os inimigos da democracia estão por toda parte – e mais perto do que as autoridades imaginam.
Os atos coincidem com o silêncio irresponsável de Jair Bolsonaro (PL) desde sua derrota em 30 de outubro. Ele submergiu e deixou um país inteiro a especular as razões do sumiço. Tristeza? Saúde debilitada? Desmotivação? Ou estaria apenas conspirando?
Segundo a colunista do UOL Thaís Oyama, não tem dia que o (ainda) presidente não telefone para o chefe de seu partido, Valdemar Costa Neto, para pedir que ele tome alguma medida judicial para contestar o resultado das eleições.
O sumiço deixa em compasso de espera parte dos manifestantes que praticamente deixaram a vida de lado à espera de uma palavra do líder das mobilizações. Sem nenhum sinal, muitos assumem o papel de profetas que sobem nos caixotes das vias públicas para anunciar que o fim está próximo e que ele, o mito, está voltando e terá notícias em breve. Mas o anunciado fim do mundo não acontece – para muitos, está sendo apenas adiado, e é melhor esperar.
Não falta quem já tenha apelado até a extraterrestres. Casos como este, registrado em Porto Alegre (RS), provocam gargalhadas e alimentam a fábrica de memes numa esteira industrial chamada Twitter.
Mas é bom não desprezar a periculosidade dos atos.
Principalmente quando a narrativa de que “em breve haverá novidades”, um clássico para manter a militância mobilizada à espera do nada, parte de um ministro do Tribunal de Contas da União.
Em mensagem de voz enviada a amigos, Augusto Nardes disse que “é questão de horas, dias, no máximo, uma semana, duas, talvez menos do que isso” para que aconteça um “desenlace bastante forte na nação, imprevisíveis, imprevisíveis”.
Se ele sabe de alguma coisa, seria bom que viesse a pública explicar – já que esses desenlace pode ser um atentado contra a democracia brasileira. Um crime, portanto.
Apertado, Nardes disse, por meio de uma nota, que “lamenta profundamente a interpretação que foi dada sobre um áudio despretensioso gravado apressadamente e dirigido a um grupo de amigos” e logo em seguida se licenciou do cargo. Deveria ser afastado em definitivo.
Demorou para que gente como ele seja formalmente acusada de alimentar um barril de pólvora que já explode no país em forma de violência.
Na segunda-feira, um padre de 63 anos foi encontrado morto, com um corte profundo no pescoço, em Guaíra, no interior do Paraná. O pároco, José Aparelho Bilha, vinha se queixando de ameaças recebidas em sua cidade por declarar voto em Lula.
Cão raivoso que ameaçou STF é levado para uma gaiola
Ivan Rejane (ui!) Pinto Mole vai ver o sol nascer quadrado por uns dias.
A PF (Polícia Federal) prendeu nesta 6ª feira (22.jul.2022), em Belo Horizonte, um homem que fez ameaças e xingamentos a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e políticos de esquerda em seus perfis nas redes sociais.
A ordem de prisão temporária contra Ivan Rejane Fonte Boa Pinto foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, na 4ª feira (20.jul), pelo prazo de 5 dias.
O magistrado também determinou busca e apreensão de armas, munições, computadores e dispositivos eletrônicos e o bloqueio de suas páginas no Facebook, Twitter e YouTube. Leia a íntegra da decisão (259 KB).
Os pedidos foram feitos pela PF à Moraes. A corporação vê, inicialmente, supostos crimes de associação criminosa e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Nas redes sociais, Ivan se intitula “Terapeuta Papo Reto”.
Em publicações, ele ameaça políticos como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT.
“Eu vou dar um recado para a esquerda brasileira, principalmente pro Lula: o desgraçado põe o pé na rua, que nós vamos te mostrar o que nós vamos fazer com você, seu vagabundo do caralho, picareta, filho da puta.
Anda com segurança até o talo, que nós da direita vamos começar a caçar você, essa Gleisi Hoffmann, esse Freixo frouxo do caralho”. Ivan também xingou ministros do STF e diz que vai “pendurar” os magistrados de “cabeça pra baixo”.
“Mas principalmente esses vagabundos do STF. Se eu fosse você, Barroso, Fux, Fachin, Moraes, Lewandowski, Mendes, eu ficava nos Estados Unidos, em Portugal, na Europa, na puta que te pariu. Até vocês duas, vadias, Cármen Lúcia e Rosa Weber. Sumam do Brasil. Nós vamos pendurar vocês de cabeça pra baixo. Vocês são vendidos. Essa agenda mundial gay, escrota, de ideologia de gênero, não vai ser aplicada no Brasil. Nós brasileiros, cidadãos de bem, não toleramos gente escrota como vocês.”
Em Luís Eduardo, Advogado é condenado a pagar multa, solidariamente, por litigância de má-fé.
A mulher alegava que a negativação de seu nome no serviço de proteção ao crédito seria indevida, já que o débito seria inexistente e fruto de falha na prestação do serviço. Mas o juiz Claudemir da Silva Pereira considerou que a ré demonstrou a legitimidade do crédito por meio de farta documentação.
O magistrado lembrou que o advogado da causa já havia ajuizado outras ações artificiais na mesma vara, todas negando dívidas e pedindo indenização — atualmente existem 63 processos do advogado tramitando nos juizados baianos. Segundo o juiz, a peça da vez era genérica, padronizada, idêntica aos outros processos em curso e não contemplava minimamente as especificidades do caso.
De acordo com ele, a exordial não especificava o caráter compensatório da indenização, não demonstrava a extensão do dano e não abordava a capacidade econômica das partes nem a extensão da culpa da ré.
“Não se preocupou o causídico, ou a própria consumidora, em diligenciar sobre a existência, ou não, da dívida junto à empresa responsável pelas restrições creditícias envolvendo o nome do seu cliente, datas, valores, produtos etc.”, ressaltou.
O advogado sequer teria substituído os dados da petição, já que se referia à comarca como se pertencesse ao estado de Goiás, e afirmava que a sua cliente residiria em Santo Antônio do Descoberto (GO). Para o juiz, seria “inusual” o fato de o advogado contratar clientes em locais muito distantes de seus escritórios.
“Sendo o mesmo advogado e, sem escritório nesta comarca, insistindo nestas diversas lides, que demonstram sim a prática da advocacia predatória, com lide artificial e temerária, patente a má-fé, acredito que não é justo, desta forma, somente penalizar a parte, a consumidora, a demandante, que não sabe bem o que pode acontecer de uma aventura jurídica”, concluiu o juiz. A multa determinada foi de 9% do valor atualizado da causa.
Vai ter golpe?
Artigo de Eliane Brum* para El País.
“O que você acha? Vai ter golpe ou não?”. Esta é a pergunta recorrente, do sul ao norte do Brasil. Diferentes grupos têm marcado reuniões privadas pela Internet para debater o assunto. Encontros virtuais com a família, a versão pandêmica do famoso almoço de domingo, desde a eleição de 2014 mais perigoso do que um vidro inteiro de pimenta malagueta, foi tomado pelo tema. Eu mesma ouço essa pergunta várias vezes por dia. Há pessoas respondendo a convites internacionais com um texto padrão: “Atualmente, a média de mortes por covid-19 no Brasil é de mais de 1000 por dia, a variante Delta está se espalhando pelo país, a vacinação é lenta e Jair Bolsonaro pode dar um golpe a qualquer momento. Assim, torna-se difícil confirmar minha presença com tanta antecedência. O mais prudente seria confirmar o mais perto possível da data….”. Quando se torna corriqueiro falar sobre a possibilidade de um golpe de Estado e planejar os dias já incluindo essa “variável” é porque o golpe já está acontecendo —ou, em grande medida, já aconteceu. O golpe já está.
Já sabemos como morrem as democracias, é assunto exaustivamente esmiuçado nos últimos anos. Mas precisamos compreender melhor como nascem os golpes. A morte de uma e o nascimento do outro são parte da mesma gestação. Os golpes não acontecem mais como no século 20, ou não acontecem apenas como no século 20. Tenho trabalhado com o conceito de crise da palavra para analisar as duas primeiras décadas do século 21 no Brasil. Me parece claro que o estupro da linguagem é parte fundamental do método. Não apenas um capítulo do manual, mas uma estratégia que o atravessa inteiro.
Escrevo há mais de um ano que o golpe de Bolsonaro está em curso. O golpe de fundo começou antes de Bolsonaro assumir o poder no Brasil e se realiza e aprofunda a cada dia de Governo. Se o caso brasileiro é o mais explícito, a formulação atual dos golpes de Estado pode ser percebida em diferentes partes do globo, de Donald Trump, nos Estados Unidos, a Viktor Orbán, na Hungria. É importante perceber isso porque, se não o fizermos, não teremos como barrá-los.
No caso dos Estados Unidos, é verdade que, no último momento, as instituições, muito mais sólidas do que em qualquer outro país das Américas, mostraram-se capazes de impedir a tentativa de golpe de Trump. Mas também é verdade que, mesmo com Joe Biden no poder, o trumpismo cumpriu o objetivo de produzir um impacto profundo sobre a estrutura do país, impacto que segue ativo. Conseguiu, principalmente, produzir uma imagem, corrompendo a linguagem da democracia americana para sempre ao realizar o impensável, na cena da invasão do Capitólio. A porta agora está aberta.
No Brasil, o esgarçamento da linguagem é muito anterior à eleição de 2018, aquela que formalmente colocou a extrema direita no poder. É possível localizar pelo menos três momentos decisivos para o impeachment de Dilma Rousseff (PT), apontado por grande parte da esquerda como um golpe “branco” ou “não clássico”. Quando a presidenta é chamada de “vaca” e de “puta” em estádios de futebol, na Copa de 2014; quando, em 2015, um adesivo com sua imagem de pernas abertas se populariza nos tanques de combustível dos carros, de forma que a mangueira a penetre, simulando um estupro; e, finalmente, em 2016, durante a sessão que aprova a abertura do impeachment, em que Jair Bolsonaro, então deputado, dedica seu voto ao torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, “o pavor de Dilma Rousseff”.
Ao evocar a tortura da presidenta durante a ditadura civil-militar (1964-1985), Bolsonaro a tortura mais uma vez, cometendo o crime (artigo 187 do Código Penal) de apologia à tortura, e conecta explicitamente os dois momentos históricos, o da ditadura e o do impeachment, expondo a ruptura democrática que os une. “Puta” e “vaca” na boca da massa espumando ódio (e também de algumas jornalistas), estuprada na traseira dos carros da classe média, torturada mais uma vez pelo elogio à sua tortura feito por Bolsonaro em pleno parlamento. Depois disso, qual seria a dificuldade de arrancar Rousseff do poder? Se tudo isso já tinha sido aceito como “normal”, qual seria o empecilho para aceitar o impeachment?
É isso que chamo de estupro, corrosão ou esgarçamento da linguagem. A preparação do golpe é primeiro um investimento nas subjetividades. Pela capacidade de viralização dos discursos nas redes sociais, assim como pela velocidade na produção e reprodução de imagens na Internet, a sociedade vai “aceitando” o inaceitável. Em seguida, passa a assimilá-lo —e finalmente a normalizá-lo e até mesmo a reproduzi-lo. Aquilo que até então era considerado regra básica de civilidade, fundamental para permitir a convivência, é convertido em “politicamente correto” —e o politicamente correto passa a ser maliciosamente tratado como “censura” ou “cerceamento da liberdade”. Quando o golpe formalmente se efetiva, o inaceitável já está aceito e internalizado.
O mesmo fenômeno permitiu a Bolsonaro executar seu plano de disseminação do coronavírus, espalhando mentiras para atacar primeiro as máscaras e o isolamento físico, depois as vacinas, resultando (até agora) em mais de 550.000 mortos. Afirmando publicamente, como figura pública máxima, o inconcebível, Bolsonaro tornou corriqueiro milhares de pessoas desaparecem da vida da família e do país a cada dia. Hoje, a média atual de mil mortes por dia, depois de já ter ultrapassado 4.000, é motivo de comemoração. Pelo mesmo esgarçamento da linguagem, Bolsonaro tornou possível a volta dos militares ao poder em um país ainda traumatizado pelos torturadores nas ruas, assim como a rearticulação da direita que sustentou a ditadura militar no passado. Ao romper os limites primeiro no discurso, ele abre espaço e prepara o terreno para o ato.
É também pela corrosão da linguagem que, aperfeiçoando o roteiro de Trump, Bolsonaro se prepara para 2022, atacando o sistema eleitoral para contestar a eleição em que poderá ser derrotado. Quando a eleição chegar, a repetição do discurso de fraude já terá corrompido a realidade. Nessa operação sobre a subjetividade coletiva, a fraude acontece antes, fazendo com que o que efetivamente acontecerá na eleição, o voto, não importe. É assim que o direito constitucional de eleger o presidente do país vai sendo roubado de mais de 200 milhões de brasileiros sem nenhum tanque na rua. A narrativa da fraude se infiltra e se realiza nas mentes antes de qualquer ato, descolando-se dos fatos. O que importa é a crença na fraude. Que ela não se comprove porque não aconteceu não faz a menor diferença. “Acreditar se tornou um verbo muito mais importante do que “provar” —e essa distorção é apresentada como virtude. O principal papel de figuras como Bolsonaro e outros, e antes deles Trump, é pronunciar o impronunciável, abrindo um caminho subjetivo para a concretização do assalto ao sistema democrático.
A corrosão da linguagem culmina com a corrosão da própria verdade. Este é o ataque final ao “comum”. Já vimos outros bens comuns essenciais para a vida da nossa e de outras espécies —como ar puro e água potável, por exemplo— serem privatizados, mercantilizados e reembalados para a minoria que pode pagar por eles. A estabilidade do clima, outro bem comum, foi destruída. Os novos velhos golpistas fizeram —e seguem fazendo— o mesmo com o conceito compartilhado de verdade. Assim como acontece com os teóricos da conspiração nos Estados Unidos e em suas versões brasileiras, a autoverdade —ou o poder auto-ortorgado de escolher a verdade que mais convém ao indivíduo ou ao grupo— se torna mais “real” do que os fatos. De certo modo, é um retorno a um tipo de teocracia. No caso, a “verdade” é corrompida e controlada pelos sacerdotes deste novo tipo de seita.
Obviamente, a verdade se afirma e acaba por se impor no plano da realidade, como a emergência climática acabou de demonstrar, colocando países como a Alemanha debaixo d’água e deixando o Canadá mais quente do que o deserto do Saara. Mas, enquanto isso, charlatões como Bolsonaro e outros provocam uma destruição acelerada do comum que, em grande parte, é irreversível, comprometendo não só o futuro das novas gerações, mas também o presente.
Bolsonaro é protagonista, sim, mas é também instrumento. Conhecido como uma metralhadora giratória de asneiras violentas e violências boçais durante seus sete mandatos no parlamento, seu “dom” foi instrumentalizado. A destruição do tecido social por uma operação na linguagem aposta nas chamadas “guerras culturais”. É na desumanização dos negros, das mulheres, dos LGBTQIA+ que começa o ataque. É na chamada “pauta dos costumes” que a violência vai sendo formulada como se fosse seu oposto. Quando Bolsonaro afirma preferir um filho morto em acidente de trânsito a um filho gay, por exemplo, ele coloca a abominação na homossexualidade, encobrindo a abominação que é sua afirmação. O inaceitável é ser gay —e não defender a morte de gays. O inaceitável é o aborto de um embrião —e não a morte de uma mulher com história e afetos por complicações em procedimentos sem cuidado. E assim por diante. A cada afirmação de extrema violência, Bolsonaro foi destruindo o conceito de inviolabilidade da vida e normalizando a destruição dos corpos. A principal função de figuras como Bolsonaro é tornar tudo possível —primeiro na linguagem, em seguida no ato.
Neste momento, Bolsonaro já cumpriu sua missão maior, o que pode eventualmente torná-lo descartável. Ele claramente vai se tornando um incômodo para os grupos que agora mais uma vez se rearticulam e que, com ele, conquistaram avanços inimagináveis até então, como os próprios militares, os representantes e lobistas do agronegócio, os evangélicos de mercado e o campo da direita. Assim como Fabrício Queiroz se tornou descartável e um incômodo para a quadrilha familiar dos Bolsonaro, ele mesmo se torna perigoso para os articuladores do projeto maior, que o reconhecem como uma peça importante do jogo, mas jamais como o dono do tabuleiro. Muito vai depender da capacidade de Bolsonaro se adequar, uma capacidade que nele parece inexistente. Suspeito que é esta parte de seu próprio fenômeno que Bolsonaro não compreende. Ao miliciarizar o Governo central, acreditou que estava no comando absoluto.
As democracias morrem por muitas razões, na minha opinião a mais importante delas é o fato de serem seletivas, em diferentes graus: só funcionam para determinada parcela da sociedade, deixando outras de fora. As democracias morreriam então pela corrosão provocada pela sua própria ausência. Ou morreriam pelo tanto de arbitrariedade com que são capazes de conviver. No Brasil, o nível de exceção que a minoria dominante da sociedade é capaz de tolerar é uma enormidade. Desde que as arbitrariedades sejam contra os pretos e contra os indígenas, contra as mulheres e contra os LGBTQIA+ está tudo “dentro da normalidade”. A possibilidade de as forças de segurança do Estado derrubarem portas, invadirem casas e executarem suspeitos e não suspeitos nas periferias e favelas urbanas durante todo o período democrático é, sem dúvida, o exemplo mais evidente do caso brasileiro.
As ditaduras nascem em diferentes tempos e espaços. Assim como as parcelas da sociedade beneficiadas pela democracia convenceram-se durante décadas de que viviam numa democracia, mesmo sabendo que grande parte da população era submetida a uma rotina diária de arbitrariedades, estas mesmas parcelas têm hoje dificuldade para enxergar que a ditadura já está consolidada em várias partes do Brasil, onde pessoas precisam abandonar suas casas para não morrer e as forças de segurança e o judiciário estão a serviço dos violadores. Hoje, nas áreas “nobres” das capitais e cidades, os ataques autoritários usam o judiciário e a Polícia Federal para se realizar, como nas recentes ofensivas a colunistas da imprensa tradicional, a mais recente delas contra Conrado Hübner Mendes, colunista da Folha de S. Paulo e professor da prestigiosa faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Há outras partes do Brasil em que os ataques são a fogo e bala, como na floresta amazônica, onde casas de indígenas como Maria Leusa Munduruku são queimadas e lideranças camponesas como Erasmo Alves Theofilo têm a cabeça a prêmio. Na floresta e nas periferias urbanas, corpos humanos tombam sem provocar alarde e as execuções pelas forças policiais explodem.
A percepção de golpe se alastra quando os que não costumam ser atacados passam a ser atacados, no Brasil a minoria branca e mais rica. É uma percepção legítima, porque é ela que mostra que o tecido social se rasgou em partes consideradas até então intocadas e intocáveis. A quebra destes limites sinaliza que outras forças se moveram, ameaçando o precário equilíbrio mesmo dos mais privilegiados. Em 2017, ao testemunhar a execução de um morador de rua pela polícia no bairro nobre de Pinheiros, a classe média se mobilizou para denunciar e protestar, celebrando uma missa na simbólica Catedral da Sé. Era ainda o Brasil de Michel Temer (MDB), mas a ditadura foi largamente lembrada. Ali, o “limite” estabelecido pela lei não escrita de que o Estado pode executar pessoas, mas apenas em bairros de periferia, havia sido rompido. A quebra demandava reação, pelas melhores razões e também para impedir que a violência policial rompesse outro limite e o próximo a tombar fosse alguém que habitasse não as ruas, mas os apartamentos e casas com um dos metros quadrados mais caros da cidade.
Ao se infiltrar no imaginário coletivo, o debate do “será que vai ter golpe” cumpre ainda outra função estratégica: a de interditar e ocupar o espaço do debate urgente do impeachment de Bolsonaro. Sobre isso, há um flagrante assalto à linguagem, ao normalizar o fato de Arthur Lira (Progressistas), o corrupto presidente da Câmara de Deputados, ter seu traseiro esparramado sobre mais de 120 pedidos de impeachment ou sobre o superpedido de impeachment. Pela repetição, a crítica legítima a Lira vai se esvaziando e passa a se assimilar que assim é: a mobilização da sociedade pela democracia, traduzida em pedidos de impeachment mais do que legítimos, é pervertida e usada como instrumento de chantagem do Centrão para tomar os cofres públicos. Sempre que aceitamos o abuso de poder e de função como inevitável, acostumando-nos às arbitrariedades, o golpe avança.
Hoje, com Bolsonaro, vários limites foram ultrapassados. Limites que, mesmo para um país de marcos civilizatórios tão elásticos como o Brasil, até bem pouco tempo atrás seria impensável tê-los rompido. Quando o assunto principal é se haverá golpe ou não, tema abordado com a mesma naturalidade do aumento do preço do feijão, o último jogo do Corinthians ou a mais recente série da Netflix, o que resta de democracia? O golpe já pedalou a linguagem, infiltrou-se no cotidiano e está ativo. O golpe já foi dado. A dúvida é só até onde ele será capaz de chegar.
Eliane Brum é escritora, repórter e documentarista. Autora de sete livros, entre eles Brasil, Construtor de Ruínas: um olhar sobre o país, de Lula a Bolsonaro (Arquipélago).
“Temos um louco na Presidência”, diz relator da CPI, Renan Calheiros
Para o senador, o presidente é um risco de morte para os brasileiros.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, afirmou nesta sexta-feira (18), que a Comissão discute a possibilidade legal de investigar Jair Bolsonaro pelos crimes cometidos no enfrentamento à pandemia acrescentando que o presidente representa um risco de morte: “Tem um louco na presidência que todo dia atenta contra a vida dos brasileiros”, disparou.
“Isso é uma análise que estamos fazendo, refletindo e meditando, ouvindo as instituições. Se a Comissão Parlamentar de Inquérito puder diretamente investigar o presidente da República, queria, de antemão, avisar que nós vamos investigar sim”.
“Mesmo não podendo convocar e não podendo investigar, a CPI vai ter que responsabilizar, sim. Diante de provas, não há como não responsabilizar”.
Operador da Faroeste preso revela que não temia envolvimento.
Conteúdo de Cláudia Cardozo, no Bahia Notícias.
Preso esta semana, acusado de ser um dos operadores do esquema criminoso investigado na Operação Faroeste, Luiz Carlos São Mateus não acreditava que seria envolvido nas investigações da Polícia Federal (PF). Segundo o próprio revelou em uma ligação captada a partir de um acordo de colaboração premiada, ele era um homem “protegido demais”.
A delação em curso foi feita por um profissional da advocacia, com quem Luiz Carlos falou por algumas vezes para combinar o pagamento de duas cartas de crédito em sacas de soja (saiba mais aqui). Nos encontros, colaborador e operador negociaram um pagamento antecipado estimando cada saca em R$ 100, aproximando a dívida para R$ 1,5 milhão. Durante a conversa, Luiz São Mateus revela que os valores seriam destinados para o juiz Sérgio Humberto de Quadros Sampaio, também preso pela Faroeste. O valor seria para pagar dívidas do juiz, incluindo o aluguel da casa em que residia.
Na primeira conversa captada, no dia 8 de junho deste ano, o delator pergunta então se o homem está com as cartas de crédito, e se elas não foram foram encontradas pela polícia na busca e apreensão na época da prisão do juiz. Luiz então responde: “Não, não. Graças a Deus que nem falaram no meu nome. Também não tinha porque”.
A pessoa responsável pela delação então se mostra preocupada com a transferência de valores tão altos, já que o volume das operações poderia chamar a atenção. Nesse momento, São Mateus diz que está com a vida tranquila e que não quer problema.
“Eu graças a Deus sou um homem protegido demais, que no meio desse rolo todo eu nem…”. A pessoa reforça, dizendo que empresas são mais fiscalizadas em relação a movimentações, e ele minimiza: “Mas isso não tem nada não. Eu não tô envolvido em nada não”.
Em outro momento, o operador repete que não quer problema, e garante que é “precavido”. “É tanto que você viu, nessa merda toda aí, eu, graças a Deus, fiquei livre em tudo. […] Eu sei como fazer. Pode ficar tranquila nisso aí. Se tem uma coisa que eu quero é dormir em paz. Nem quero lhe arrumar problema com isso aí”.
A tranquilidade, porém, não era tão forte no dia seguinte, em outra conversa interceptada pela PF, Luiz Carlos diz que uma das empresas que receberiam o valor pelas sacas seria uma imobiliária da cidade de Eunápolis, no extremo sul da Bahia, que já movimentava normalmente valores mais altos. O delator se mostra receoso com a forma com que o pagamento seria feito para o operador, porque as cartas de crédito tinham estado com outro investigado da Faroeste. É quando ele alerta: “Fala baixo, você não sabe se tem (inaudível).” A pessoa então fala que ele mantém o celular próximo e ele rebate, dizendo: “Eu não. O meu eu troco de quinze em quinze dias”
Aceitando o castigo
No diálogo, Luiz chega a chega a dizer que o juiz Sérgio Humberto está “bem, na medida do possível” na prisão, e que está “aceitando o castigo”. Em outra conversa, porém, ele completa:
“Espiritualmente aquele cara é forte demais, né? Mas tá um bagaço. Não tem como tá (sic) bem. Não tem como…”. O delator comenta que acreditava que o juiz seria liberado, quando Luiz revela que “a promessa era de sair, parece que a coisa piorou”. A liberdade não veio, segundo o operador, mesmo que o advogado do magistrado fosse “muito bem relacionado”. “O problema é que não tem como liberar. Que não é só o problema do Sérgio. Já teria liberado ele. São os outros, né?”, sugere, em relação a outras pessoas presas na operação.
Para Luiz, a situação só se resolveria de uma forma: “Tomara que chegue lá em cima mesmo. Se chegar a eles, aos grandes, aí eles acabam com isso”.
O Sal da Semana. Poucas e boas daqui e d’acolá.
Negacionistas na maior empresa.
O Sobrenatural de Almeida ataca, agora na Petrobras. Segundo os sindicatos dos engenheiros e petroleiros, o Departamento Médico da empresa vem receitando o “Kit Covid” para os funcionários. Com um general no comando e a influência do “Cavaleiro da Porca Alice”, estão sacrificando os funcionários da maior empresa do País com remédio para maleita e para vermes. Valha-me Nossa Senhora da Bicicletinha!
WW aparece e ganha audiência secreta.
Wilson Witzel, mesmo com um habeas embaixo do braço, foi à CPI do Genocídio, confirmou a pressão sob o porteiro do condomínio “Morrendas da Barra”, onde residem vários milicianos de escol, um deles proprietário de 116 fuzis. O ex-juiz parcial de Curitiba, hoje auto-exilado Sérgio Moro participou do crime. O porteiro dizia que no dia do assassinato da vereadora Marielle Franco o motorista dos atiradores pediu para ser anunciado na casa do então deputado federal Jair Messias. Witzel ganhou uma audiência secreta para falar sobre o assunto.
Deu ruim
Carlos Wizard, eminência parda da República e financiador de campanhas de extrema-direita, tentou obstar a quebra dos seus sigilos telemáticos e financeiros. A ministra Rosa Weber, do STF, não concordou com a sua petição.
Terraplanistas
A CPI do Genocídio já marcou os depoimentos de Osmar Terra e Filipe Martins. Imperdíveis.
O verdadeiro preço do “Grilo”.
Hoje um agricultor me esclareceu. O gigantesco grilo de terras da região da Coaceral tem valores mais altos do que venho divulgando. São 366.000 hectares de terra que por baixo valem 200 sacas de soja por hectare.
Sem contar as edificações e a parte mais cara, a correção de solo.
A R$150,00 a cotação da saca, no soja balcão, a conta sobe para 10,98 bilhões de reais, assim com B de batata como costuma dizer o Coroné Ciro. Os mentores e operadores enquadrados na Operação Faroeste chegaram a movimentar um pouco mais de R$1,2 bilhão.
Forte esquema investigativo.
Amanhã a Segurança Pública da Bahia, Polícia Federal e membros do Ministério Público, baiano e federal, baixam em peso em Barreiras e Região para investigar os últimos passos da Operação Faroeste. A Operação Faroeste entra em sua 2ª Onda depois da prisão de desembargadores, juízes e advogados.
Pelo que se diz, o crime de assassinato não permanecerá impune.
Posando com fuzil
Além de hastear as bandeiras, nos mastros eretos, e posar ao lado de extremistas com fuzis em riste, o que veio fazer em Luís Eduardo Magalhães o deputado federal Eduardo Bolsonaro, conhecido também como Dudu Bananinha. A base eleitoral do dito cujo está no mínimo a 1.700 kms de Luís Eduardo, em São Paulo.
A última mensagem entre os chefões do Primeiro Comando de Curitiba (PCC)

Como o relatado pelo X-9, cagueta, delator e grande chargista Jota Camelo. Gilmar Mendes, o ministro do STF: “O que se instalou em Curitiba foi um esquadrão da morte”.
Valorização de terras do Oeste proporciona grandes demandas na Justiça pela posse de áreas agrícolas.

Há pouco menos de quatro décadas, as terras do Oeste baiano valiam muito pouco. O preço de um maço de cigarro por uma hectare. Com a chegada de sulistas, que fizeram o milagre de produzir em terras de baixa fertilidade, péssima textura de solo (algumas com menos de 10% de argila). A seleção de novos cultivares de soja, a fartura de recursos para a correção dos solos e a topografia privilegiada favoreceram o desenvolvimento de um polo de produção agrícola que hoje ultrapassa os 5 milhões de toneladas de grãos e fibras e tem potencial para duplicar esse resultado em poucos anos.
Há menos de um ano o problema das terras da Coaceral, no extenso município de Formosa do Rio Preto, surgiu na imprensa, com o aparato policial, o Superior Tribunal de Justiça e o Conselho Nacional de Justiça desvendando uma grande quadrilha de grilagem de terras, no âmbito da Operação Faroeste, e levando à prisão advogados, juízes e desembargadores, em fato inédito.
Esta semana surgiu mais um novo caso, uma razoável parcela de terras, onde produtores rurais tradicionais estão envolvidos numa querela de terras em Formosa que certamente exigirá muito das autoridades judiciais.
O empresário, produtor agrícola e recém eleito vereador de Luís Eduardo Magalhães, Fábio Lauck, foi acusado, em matéria da imprensa local, de tomar pela força uma propriedade de na região conflitada de Formosa.
Fábio e Friedrich Norbert Kliewer, proprietários da área em questão, tem uma versão completamente antípoda dessa: segundo ele, em 15 de julho do corrente ano sua propriedade foi invadida, com o estabelecimento de uma base dos invasores, que iniciaram serviço de desmate e aração com objetivo de implantar uma lavoura. Fábio afirma que, dentro de seu direito constitucional, contratou uma empresa de segurança, com registro federal, para assegurar a posse da propriedade, depois de comunicar às autoridades policiais o esbulho possessório da área.
Ao comunicar o fato às autoridades policiais, o Empresário afirma, através de seus advogados, que o senhor Hermano Prais Alves Pinto, residente na cidade de Wanderley, é mesmo personagem que, por meio de um bando armado, invadiu um imóvel rural situado nas divisas dos municípios de Wanderley e Cristópolis, sob intensa proteção de uma autoridade policial e o mesmo, encorajado pela impunidade, também, é um dos 3 responsáveis pelo esbulho dos imóveis especificados.
Os empresários, Fábio e Friedrich, comunicaram o fato diretamente à 11ª Coordenação de Polícia do Interior, com o objetivo de instruir a competente ação na Justiça.
Falta pouco para o STF determinar a criação da República da Grande Venezuela

Marco Aurélio Mendes de Farias Mello, ministro do STF, nomeado por seu primo, Fernando Collor de Mello, em 13 de junho de 1990, está transformando a Suprema Corte num puxadinho do Palácio do Planalto.
Com a saída de Celso de Mello, antecipada para o dia 13 de outubro, nem precisamos ter expectativas funestas em relação ao STF. O Ministro terrivelmente evangélico” não será pior do que já está acontecendo.
Mesmo vilipendiado pelas milícias de Sara Winter e Allan dos Santos, o cara de cavalo, e pelas “visitas” não agendadas do voluntarioso Presidente da República, o STF continua a abaixar-se perante o Executivo, como já o fez o Superior Tribunal de Justiça.
Esperamos que seja apenas uma onda passageira. Se as cortes superiores cederem mais um milímetro teremos nos tornado a Grande Venezuela, tão decantada em prosa e verso.
O nome do jogo é tráfico de influência. Dá muito dinheiro, mas pode acabar mal.

Informação exclusiva da Revista Crusoé:
Jair Bolsonaro pediu ao Procurador Geral da República, Augusto Aras, para que o advogado Frederick Wassef, que recebeu milhões da JBS, fosse recebido na PGR para tratar da renegociação do acordo de delação da companhia.
Mais: Bolsonaro telefonou pessoalmente para o procurador que recebeu o advogado.
Michel Temer recebeu Joesley Batista, da JBS, pela garagem do Palácio Jaburu. Prevaricou. E balançou, quase caiu. Bolsonaro agora dá sequência ao jogo.
TSE se prepara para julgar outras 5 ações eleitorais contra a chapa Bolsonaro/Mourão.
A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) ajuizada pela coligação O Povo Feliz de Novo (PT/PCdoB/Pros) defendia que o presidente Jair Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão, teriam sido beneficiados pela irregular instalação de outdoors em pelo menos 33 municípios de 13 estados brasileiros no período pré-eleitoral. Além de ilegal, a medida, segundo a coligação, teria comprometido o equilíbrio do pleito.
Em investigações realizadas pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), foram identificados 179 outdoors instalados por dezenas de contratantes em 25 estados. No entanto, o relator da ação, o ministro Og Fernandes, considerou que não houve “comprovação inequívoca da gravidade das condutas imputadas como ilegais”, parecer acompanhado pelos demais ministros.
Para Fernandes e os demais magistrados da corte, não foi caracterizado abuso de poder econômico porque não foram apresentadas evidências de ação orquestrada, de ligação entre a chapa e as instalações ou mesmo de interferência no equilíbrio da eleição. Por unanimidade, decidiu-se pela improcedência e pelo arquivamento da ação.
Atualmente, há outras cinco AIJEs envolvendo a chapa Bolsonaro-Mourão em tramitação no TSE, sendo quatro relativas à contratação do serviço de disparos em massa de mensagens no WhatsApp e outra, em fase de recurso, sobre o uso indevido dos meios de comunicação no período de campanha.
Alvo móvel
Segundo Rosângela Bittar, no Estadão, há fatos e indícios demais que justificam o afastamento do presidente Jair Bolsonaro. O consenso na política, porém, é de que o cenário ainda exige cautela. A caça foi avistada, está acuada, mas ainda não pode ser alcançada.
Ninguém mais discute, porém, se o presidente resistirá até o fim do mandato. A dúvida é sobre como vai sair, se pela impugnação da chapa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ou pela deposição via Congresso, o impeachment. Para os dois desfechos ainda não existem as condições necessárias, em provas, perdas de apoio, enfraquecimento político.
As duas rotas mais prováveis para atingir o Presidente se chamam trilha Queiroz e trilha Wassef. Se não morrerem antes, como Bebianno, ou isolados como foi Adélio, o homem da fakeada. O mais provável é que suas bocas sejam enchidas de dinheiro, como rapidamente foi a do guru Olavo de Carvalho.
Como disse hoje pela manhã o jornalista Reinaldo Azevedo, o dinheiro sempre aparece. Os contratos e aditivos das empresas de Cristina Boner, em nome da empresa dela ou da filha, importam em R$281 milhões. Paulo Emílio Catta Preta, o atual advogado de Bolsonaro e filhos, é íntimo de Cristina, de Fred Wassef e, veja só, de Fabrício Queiroz.
Nota de Bolsonaro e Mourão pode ter tido efeito contrário entre oficiais das três forças armadas.
O jornal Folha de São Paulo analisa, em matéria de Igor Gielow, publicada no sábado, que as reações de altos oficiais das três forças armadas pode não ser exatamente aquilo que o presidente da República, Jair Bolsonaro, esperava.
Existe uma reação silente e discreta, não só à figura do Presidente, como do Ministro da Defesa, que assinaram uma nota ameaçadora sobre “ordens absurdas”, “intervenção das forças armadas” e fechamento de instituições dos outros dois poderes da Nação, Legislativo e Judiciário.
Enquanto isso, 45 pedidos de impeachment do Presidente dormem em berço esplêndido nas gavetas do presidente da Câmara Federal, Rodrigo Mais.
A nota em que o presidente Jair Bolsonaro, o vice Hamilton Mourão e o ministro Fernando Azevedo (Defesa) dizem que as Forças Armadas não cumprirão “ordens absurdas” foi reprovada por setores da cúpula militar e pelo seu alvo, os ministros do Supremo Tribunal Federal.
O texto foi elaborado na noite de sexta (12), após o ministro Luiz Fux conceder uma decisão provisória delimitando a interpretação do artigo 142 da Constituição, que regula o emprego dos militares.
Na liminar, Fux respondia a um questionamento do PDT acerca da interpretação corrente no bolsonarismo de que o artigo permitiria às Forças Armadas intervir caso um Poder tentasse tolher o outro.
A visão vem sendo ventilada pelo presidente, pelo vice e outros membros do governo. A nota de sexta dizia também que as Forças não tolerariam “julgamentos políticos”, uma referência nem tão velada à ação de cassação da chapa Bolsonaro-Mourão que corre no Tribunal Superior Eleitoral.
A reportagem conversou com oficiais-generais da ativa dos três ramos armados. Enquanto muitos consideram que o Judiciário tem exagerado em suas decisões, e todos ressaltem que os signatários da nota são seus superiores hierárquicos, o tom foi reprovado.
Para um almirante, a nota coloca as Forças Armadas como um poder moderador acima da lei. Ele disse que é óbvio que os militares têm de responder a decisões e que, se não concordarem, sempre caberá recurso dentro da Constituição.
Em grupos de WhatsApp de oficiais, a crítica mais comum era a de que as Forças foram colocadas como uma extensão do bolsonarismo militante, que tem no confronto com Poderes uma de suas características.
Já havia grande irritação pela entrevista que o general Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) havia concedido à revista Veja, no qual ele falou em tom ameaçador contra a oposição ao mesmo tempo em que se apresentava como representante das Forças.
Ramos, já no centro de insatisfações quando foi cogitado por Bolsonaro para substituir o comandante Edson Pujol, ao mesmo tempo cedeu a pressões e decidiu passar à reserva -irá deixar o interino da Saúde, Eduardo Pazuello, como último general da ativa com cargo de primeiro escalão.
A nota coroou uma semana de ruídos entre a ativa e o governo Bolsonaro. A tentativa de maquiagem de dados da Covid-19 na Saúde, a frustrada portaria para dar direito ao uso de aviões ao Exército e a revelação de negócio entre a Força e uma empresa americana de armas favorecida pelo filho presidencial Eduardo Bolsonaro não foram bem digeridos.
Ante todo esse clima, com efeito, Mourão concedeu entrevista ao jornal Folha de S.Paulo na manhã deste sábado (13) e tentou modular a nota, dizendo que não há indisciplina possível entre os fardados da ativa.
Há relatos divergentes acerca de uma consulta do Planalto aos comandantes de Forças sobre o tom da nota. A reportagem questionou o general Azevedo sobre isso, mas ainda não obteve resposta.
Já entre ministros do Supremo, o tom variou de desânimo a irritação.
O desapontamento veio do fato de que o Planalto havia dado sinais de uma tentativa de normalização na relação com a corte, que está em processo de votação que deverá manter vivo o inquérito das fake news -que atinge o coração do bolsonarismo.
A principal sinalização foi dada acerca do ministro Abraham Weintraub (Educação), que na reunião ministerial de 22 de abril disse que queria ver os integrantes do Supremo, a quem chamou de vagabundos, na cadeia.
Nas últimas semanas, emissários fizeram chegar a ministros da corte que o Planalto estaria disposto a rifar Weintraub como punição pela fala. Em vez disso, o ministro envolveu-se em nova polêmica, com a rejeitada medida provisória que previa nomeação de reitores de universidades federais nesta semana.
A esse empoderamento somou-se a nota de sexta. A liminar de Fux havia sido alvo de contestações interna por parte de alguns ministros, que viram nela um certo truísmo ao reafirmar o que já está na Constituição e pela vacuidade do objeto: é uma decisão retórica, na prática.
Mas há simbolismos inescapáveis, e aí entra a contrariedade geral. Fux será o próximo presidente da corte, a tomar posse em setembro, e em momentos de crise entre Poderes os 11 integrantes do Supremo costumam agir em bloco.
Assim, o ataque direto a Fux se tornou, por extensão, mais uma afronta à corte por parte de Bolsonaro, que já participa de modo contumaz de atos pedindo o fechamento do órgão máximo do Judiciário e do Congresso.
A assinatura conjunta com Mourão foi vista como um recibo de ambos pelo fato de serem objeto da ação no TSE. Já a presença de Azevedo reforçou um sentimento que vem se consolidando na classe política: Bolsonaro tem usado as Forças Armadas como escudo por extrema fragilidade.
Assim, a banalização das ameaças, que assustam muitos devido ao passado intervencionista das Forças, tem sido vista pelo decrescente valor de face. Preocupa mais o Supremo a eventual perda de controle nas ruas, estimulada por Bolsonaro.
Chocou especialmente a sugestão do presidente para que hospitais sejam invadidos para provar a hipótese de que governadores estão inflando politicamente números da Covid-19.
Situações de violência implicam o uso das polícias militares, consideradas muito próximas do espírito bolsonarista. O motim da PM do Ceará no começo do ano, apoiado veladamente pelo governo, é um exemplo sempre lembrado.
Seja como for, no Distrito Federal a polícia acabou com o acampamento do 300 do Brasil neste sábado sem incidentes. O grupo pró-Bolsonaro prega violência e fechamento de Poderes, e não houve a temida adesão de policiais a ele.
As consultas que começaram na noite de sexta prosseguem neste sábado no mundo político, dado que Bolsonaro conseguiu elevar ainda mais o patamar de suas provocações institucionais, mas por ora o clima é mais de observação de cenário do que de reações exacerbadas.
MPF diz que Produtor do Oeste está envolvido com a primeira sentença comprada na Operação Faroeste.
O Ministério Público Federal (MPF) apresentou uma nova denúncia ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra investigados na Operação Faroeste.
Na nova denúncia, o MPF ataca a primeira decisão supostamente vendida em 2013 pela desembargadora Maria da Graça Osório Leal para favorecer o esquema perpetrado pelo falso cônsul da Guiné Bissau, Adailton Maturino.
Na petição, o MPF pede condenação por crime continuado de compra e venda de sentenças de Maria da Graça Osório, Karla Janayna Leal, Adailton Maturino e do produtor oestino Dirceu Di Domenico. As penas podem variar de dois a 12 anos de prisão, com pagamento de multa.
A procuradora da República, Lindôra Araújo, autora da denúncia, lembra que o borracheiro José Valter Dias e a esposa, Ildenir Gonçalves Dias, firmaram acordos com diversas partes para regularizar as terras no oeste baiano, dentre eles um com uma indústria de algodão que tratava de uma área de 43 mil hectares.
Após a homologação do acordo, o casal pediu ao cartório de Formosa do Rio Preto o desmembramento da Matrícula 1037 e a abertura de dezoito matrículas no local.
Quando o delegatário de Formosa do Rio Preto recebeu o requerimento para desmembrar as matrículas, recorreu à Justiça local para sanar a dúvida. Tais fatos aconteceram no final do ano de 2012. Em janeiro de 2013, foi proferida uma sentença não autorizando o desmembramento das matrículas, pois não estava previsto no acordo. Em abril de 2013, o casal apresentou uma interpelação para mudar a decisão. No mês de maio, a apelação foi distribuída para desembargadora Lisbete Teixeira.
Mas em julho, o casal pediu a distribuição para a desembargadora Maria da Graça Osório, sob o argumento que o caso estava conectado a outro processo de objetos em comum. Em agosto do mesmo ano, José Valter e Ildenir pediram antecipação dos efeitos da tutela para determinar que o cartório abrisse as novas matrículas.
A denúncia sustenta que, entre julho e novembro de 2013, a desembargadora Maria da Graça, de “modo consciente e voluntário”, com ajuda da sobrinha Karla Janayna, “solicitou, aceitou promessa e recebeu vantagem indevida” para proferir a decisão, que alcançou o valor total de R$ 1,4 milhão. O pagamento da propina era feito por Adailton e pela esposa, Geciane Maturino.
O produtor agrícola Dirceu Di Domenico teria adquirido uma parcela de terras dentro da Fazenda São José, que estava registrada sob a matrícula 1037. O interesse de Dirceu era sair da condição de arrendatário para proprietário das terras que já explorava economicamente.
Maria da Graça movimentou R$13,3 milhões, desde 2013, em 57 contas bancárias diferentes. Em 7/11/2019, a então 2ª Vice-Presidente do Tribunal de Justiça da Bahia foi homenageada, pela Câmara Municipal, com o título de cidadã Soteropolitana. Ela é natural de Livramento de Nossa Senhora.
Informe do Bahia Notícias, editado por O Expresso.
Terrorista que atacou “Porta dos Fundos” fugiu para a Rússia.
O Brasil não é um país sério, dizia o grande comandante da França, Charles de Gaulle. O terrorista de extrema-direita, Eduardo Fauzi, embarcou para Moscou em um voo que fez escala em Paris no dia 29 de dezembro, um dia antes da expedição do mandado de prisão. Imagens mostram que ele chegou de táxi no Aeroporto Internacional Tom Jobim.
Até o jornal O Expresso já havia publicado a foto do terrorista. Mas as autoridades de fronteira do Brasil não sabiam que o dito cujo era procurado e havia um mandado de prisão contra ele.
Está tudo tranquilo para quem age ao lado dos fundamentalistas, dos sucedâneos de Comando de Caça aos Comunistas, para aqueles que portam braçadeiras com suásticas, que organizam eventos como o de Canoas, no Rio Grande do Sul.
Eles são protegidos por entidades espirituais do Além.
Os gaúchos de Canoas estão armados de fuzis, revolveres e pistolas, facas, machadinhas, etc.
Atualmente atacam travestis e punks nas ruas. Não dá nada, apesar de identificados nas redes sociais e estarem convocando um festival nazista para o dia 18 de janeiro.
Brasil acima de tudo; Deus acima de todos. E bola pra frente, que atrás vem gente.
Por outro lado, os “terroristas” que incendiaram a Estátua da Liberdade da Havan serão presos em poucas horas, inquiridos, processados, julgados e condenados.
Um governo que ainda vai virar caso de polícia!

É triste. Mas é a nossa realidade.
Temos um Presidente que não entende de gestão pública;
uma Ministra dos Direitos Humanos que tem visões na goiabeira;
um Ministro da Casa Civil que é réu confesso de crime de Caixa 2;
um guru que manda na trozoba toda, mora no Exterior e acha que a terra é plana;
um ministro da Justiça “leigo”, aparelhado, que sempre agiu em proveito do povo do seu partido;
um ministro da Economia que só batalha por mais recursos livres no mercado e por seus clientes, os bancos;
os três filhos da Casa 58 do Vivendas da Barra, uns moleques arrogantes;
e o fantástico, o iluminado, o insigne Ministro da Educação, que é semi-alfabetizado.
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, cometeu mais um grave erro de português. “Antessessores” escreveu o ministro, ao invés de escrever antecessores, em postagem na sua conta do Twitter.
Internautas não perdoaram a falha e postaram o erro de Weintraub nas redes sociais.
Veja aqui a íntegra da decisão do STJ sobre desmandos na Justiça baiana em grilagem de terras
A decisão do STJ era esperada depois da repetida falta de ação do Tribunal de Justiça da Bahia em relação ao caso, apesar de decisões do Conselho Nacional de Justiça(CNJ).
O CNJ, por repetidas decisões, determinou o bloqueio de ações de reintegração de posse contra mais de 300 produtores agrícolas, a maioria delas cumpridas ou em época de plantio ou época de colheita, com força policial e milícias contratadas.
Há dois anos, os produtores chegaram a assinar um acordo, para recomprar suas terras, adquiridas de boa fé, onde trabalham há mais de 30 anos, pagando absurdos de até 80 sacas de soja.
A decisão de hoje deve encerrar um dos capítulos mais negros da grilagem de terras nas chapadas do Oeste baiano.
Hoje o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) decidiu suspender a eleição para escolha de novo presidente após a operação Faroeste, que aconteceu nesta terça-feira (19).
O pleito interno estava previsto para ocorrer nesta quarta-feira (20). Candidatos ao posto, Maria da Graça e José Olegário Caldas foram alvos da ação de hoje.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento dos desembargadores. Não há prazo para acontecer a eleição.
Presidente da Câmara prega o respeito a cláusulas pétreas da Constituição
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 410/18) que prevê a prisão de condenado após o julgamento de uma segunda instância deve seguir os ritos normais de tramitação na Casa após votação da admissibilidade pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas ressaltou que a Câmara deve respeitar os direitos fundamentais e não descaracterizar cláusulas pétreas.
Atualmente, a Constituição estabelece que o réu só pode ser considerado culpado após o trânsito em julgado, ou seja, após o esgotamento de todos os recursos em todas as instâncias da Justiça.
Na semana passada, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubaram a possibilidade de prisão de condenados em segunda instância, modificando um entendimento que vinha sendo adotado pelo tribunal desde 2016.
Cláusula pétrea
Segundo Maia, há outros dispositivos na Constituição que permitem que a morosidade da Justiça seja enfrentada, sem desrespeitar as cláusulas pétreas.
“Espero que a Câmara não caminhe para descaracterizar uma cláusula pétrea, existem outros caminhos para se chegar ao resultado que se quer, de acabar com a morosidade do Judiciário, para que as pessoas não usem os atrasos em benefício dos que cometeram crime, mas crime maior seria desrespeitar e mudar o artigo 5º da Constituição”, destacou Maia.
“Tem caminhos por lei, caminhos por outros artigos, que são boas ideias, que poderão ter riscos de judicialização posterior, mas não vão contra a Constituição brasileira”, disse o presidente.
Segundo Maia, ainda é cedo para fazer qualquer projeção de prazo para a proposta ser votada pela Casa.
Cláusulas pétreas da Constituição Federal podem ser alteradas apenas por Assembleia Constituinte, eleita pelo povo, com o fim proposto.
Morogate: o momento em que um juiz de piso manipula o MP, quebra prerrogativas dos advogados e mente à Suprema Corte.
Reportagem da Folha e do Intercept revelou, nesta terça-feira, que o então juiz mentiu e enganou o STF, quando foi questionado sobre ter violado comunicação da defesa do ex-presidente
A cada nova revelação da série da Vaza Jato temos a certeza de que o Estado Democrático de Direito foi suspenso pela 13ª Vara Federal de Curitiba, por meio da atuação do ex-juiz Sérgio Moro. Reportagem da Folha de S. Paulo, em parceria com o The Intercept, desta terça-feira (5), mostra que o hoje ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PSL) e os procuradores da Lava Jato acompanharam as conversas dos advogados de Lula em tempo real através de grampos ilegais, em 2016, e se aproveitaram delas para mudar os rumos do processo.
Esse obscuro episódio da Justiça brasileira, apelidado pelo jurista Lenio Streck de ‘Morogate’, mostra que a defesa do ex-presidente jamais teve suas prerrogativas constitucionais respeitadas.
Segundo a matéria da Folha, o grampo nos telefones permitiu que os procuradores obtivessem informações sobre a movimentação dos advogados de Lula e se antecipassem a eles, tudo com a aprovação e anuência do então juiz. Conforme descreveu os jornalistas Ricardo Balthazar e Rafael Neves, o vazamento desta terça mostra “a proximidade entre os investigadores e Moro”.
Na época dos grampos, os advogados do ex-presidente questionaram o Supremo Tribunal Federal (STF) pela violação. O ministro Teori Zavaski, que era o relator dos processos da Lava Jato na Corte, repreendeu e cobrou explicações de Moro, que mentiu ao Supremo. Sim, o então juiz mentiu para a Suprema Corte:
Na ocasião, o ex-juiz disse que os grampos no escritório dos advogados de Lula “não foram de fato percebidos pelo juízo” e ainda disse: “não identifiquei com clareza relação cliente/advogado a ser preservada”. O que sabe agora é que Moro dissimulou para manipular o STF, uma vez que, acompanhara em tempo real as conversas e instruiu os procuradores da operação.
No início deste ano, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) criticou o grampo aos advogados e em nota destacou que “o sigilo das conversas entre defensor e seu cliente é protegido por lei e sua violação por qualquer meio é ilegal, além de significar um ataque ao direito de defesa e às prerrogativas dos advogados”.
Os defensores de Lula, por sua vez, divulgaram nota nesta terça em que reafirmam a denúncia feita em 2016 e criticaram as “grosseiras violações às prerrogativas dos advogados”. Os advogados lembram ainda que essa violação integra o comunicado feito naquele ano ao Comitê de Direitos Humanos da ONU. Por fim, a defesa lembra que “qualquer tentativa de restabelecer o Estado de Direito no nosso país pressupõe a reafirmação das prerrogativas dos advogados e o respeito ao devido processo legal”.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Folha de S. Paulo
Ministro do Meio Ambiente recebe prêmio “Exterminador do Futuro”

Um jovem entregou, na abertura da sessão da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, ao ministro Ricardo Salles o merecido prêmio “Exterminador do Futuro”.
O rapaz foi retirado da sala aos pontapés. Eita “Sinistro” mal agradecido!
Enriquecimento ilícito
O procurador de Justiça de São Paulo Ricardo Dias Leme se manifestou a favor da quebra de sigilo bancário e fiscal do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em um inquérito civil que apura suposto enriquecimento ilícito.
Salles reagiu enfaticamente à argumentação do procurador: “alegações absurdas, que destoam, inclusive, do que já consta do próprio inquérito”.
Em primeira instância, o pedido do Ministério Público Estadual foi rejeitado. O promotor Ricardo Manuel Castro, autor do requerimento, recorreu ao Tribunal de Justiça. Na Corte, a Procuradoria-Geral de Justiça tem competência para avaliar o recurso. Em parecer, Dias Leme opinou para que o apelo seja acolhido.
“É no mínimo curioso que alguém que percebeu a média de R$ 1.500,00 de rendimentos mensais da advocacia em 2013, antes de assumir o cargo de Secretário Particular do Governador, que não possuía rendimentos superiores a cerca de R$ 12.445,00, líquidos em agosto de 2014, possa ter tido uma variação patrimonial de 604% entre 2012 e meados de 2018, tendo passado 13 meses e meio (16/07/2016 a 30/08/2017) exercendo cargo público no qual percebia uma remuneração média de R$18.413,42 e estava impedido de advogar”, afirma o procurador.
Dias Leme ainda ressalta que Salles ‘ostenta condenação por improbidade administrativa’. Ele se refere a processo em que Salles, enquanto secretário estadual do Meio Ambiente de São Paulo, durante a gestão do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), foi sentenciado sob a acusação de favorecer empresas de mineração em 2016, ao acolher mudanças feitas nos mapas de zoneamento do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Tietê.
Sobre tal condenação, o Ministro afirmou que trata-se de uma decisão de primeira instância, com recurso ainda não apreciado pelo Tribunal.



















